(UFU - 2014) Em agosto de 1963, o pastor Martin Luther King Jr. fez um discurso histórico. Combatendo o racismo da sociedade norte-americana, ele usou uma imagem interessante para definir o episódio da Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776: uma espécie de cheque a ser descontado pelas gerações futuras do país. Explicou que o cheque, levado ao banco por mãos negras, voltou com a marca “fundos insuficientes”. O discurso foi um protesto contra este estelionato, pois os afrodescendentes ainda lutavam por seu 4 de julho, 187 anos depois da ruptura com a Inglaterra. Em defesa do voto feminino, mulheres recorreram a argumentos semelhantes, assim como os conservadores do século XXI do Tea Party invocam o espírito da Independência ao proclamar suas ideias e projetos.
KARNAL, LEANDRO. Sonhando com o inimigo. Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Edição 74. Novembro 2011, p. 64, adaptado
Em 1776, a realidade das 13 colônias era de profunda variedade religiosa, econômica e social e não havia nada próximo de um país. Feita a independência, sobre enorme diversidade, restava o desafio de construir uma nação, produzindo símbolos e significados para sua unidade. O discurso de Martin Luther King e de outras minorias, bem como o de grupos republicanos conservadores como o Tea Party, indicam que existe nos EUA uma
incompatibilidade de interesses, indicada na escolha do modelo federalista de governo, cuja autonomia dos estados acabou inviabilizando a existência de um sentimento nacionalista entre os norte-americanos
desconfiança sobre os valores liberais, uma vez que uma interpretação extremada dessas teorias típicas do século XVIII levaram os EUA a uma profunda crise tanto em 1929 quanto em 2008.
disputa constante pelos significados dos ideais iluministas presentes nas palavras dos “pais fundadores”, que vão desde a reivindicação de direitos civis à recusa da presença do Estado na economia.
divisão política entre norte e sul dos EUA, que não foi superada pela Guerra Civil e que ainda obstrui a conquista efetiva de direitos constitucionais por parte dos negros, perpetuando o racismo no país.
Gabarito:
disputa constante pelos significados dos ideais iluministas presentes nas palavras dos “pais fundadores”, que vão desde a reivindicação de direitos civis à recusa da presença do Estado na economia.
a) incompatibilidade de interesses, indicada na escolha do modelo federalista de governo, cuja autonomia dos estados acabou inviabilizando a existência de um sentimento nacionalista entre os norte-americanos
Incorreto. Não é possível afirmar que há inviabilização da existência de um sentimento nacionalista entre os norte-americanos.
b) desconfiança sobre os valores liberais, uma vez que uma interpretação extremada dessas teorias típicas do século XVIII levaram os EUA a uma profunda crise tanto em 1929 quanto em 2008.
Incorreto. Não há essa desconfiança.
c) disputa constante pelos significados dos ideais iluministas presentes nas palavras dos “pais fundadores”, que vão desde a reivindicação de direitos civis à recusa da presença do Estado na economia.
Correta.
d) divisão política entre norte e sul dos EUA, que não foi superada pela Guerra Civil e que ainda obstrui a conquista efetiva de direitos constitucionais por parte dos negros, perpetuando o racismo no país.
Incorreto. Essa divisão política foi superada após a Guerra Civil.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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