Questão 2625

(Fgvrj 2015)

Argumento (Paulinho da Viola)

Tá legal
Eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro
Ou de um tamborim.
Sem preconceito
Ou mania de passado
Sem querer ficar do lado
De quem não quer navegar
Faça como um velho marinheiro
Que durante o nevoeiro
Leva o barco devagar.Argu

No verso “Mas não me altere o samba tanto assim”, o pronome “me” não exerce função sintática alguma. Segundo a gramática da língua portuguesa, trata-se de um recurso expressivo de que se serve a pessoa que fala para mostrar que está vivamente interessada no cumprimento da exortação feita. Constitui uso mais comum na linguagem coloquial.
Nas citações abaixo, todas extraídas de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, esse recurso ocorre em:

A

Mano Brás, que é que você vai fazer? perguntou-me aflita.

B

... estou farto de filosofias que me não levam a coisa nenhuma.

C

Mostrou que eu ia colocar-me numa situação difícil.

D

... achou que devia, como amigo e parente, dissuadir-me de semelhante ideia.

E

Ânimo, Brás Cubas; não me sejas palerma.

Gabarito:

Ânimo, Brás Cubas; não me sejas palerma.



Resolução:

A questão solicita que seja identificado a alternativa que apresenta o uso do pronome "me" sem atribuição de função sintática, aplicando o seu uso para a prática coloquial( norma não padrão).

  1. Mano Brás, que é que você vai fazer? perguntou-me aflita. Comentário: essa alternativa está incorreta, pois o pronome "me" é utilizado com função sintática de objeto direto. ( quando complementa o sentido de um verbo transitivo direto-VTD ).

  2. ... estou farto de filosofias que me não levam a coisa nenhuma. Comentário: essa alternativa está incorreta, pois o pronome "me" é utilizado como função sintática de complemento nominal( quando complementa o sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos).

  3. Mostrou que eu ia colocar-me numa situação difícil. Comentário: essa alternativa está incorreta, pois o pronome "me" é utilizado como função sintática de objeto direto. ( quando complementa o sentido de um verbo transitivo direto-VTD ).

  4. ... achou que devia, como amigo e parente, dissuadir-me de semelhante ideia. Comentário: essa alternativa está incorreta, pois o pronome "me" é utilizado como objeto direto. ( quando complementa o sentido de um verbo transitivo direto-VTD ) e de objeto indireto( quando complementa o sentido de um verbo transitivo indireto -VTI), pois o verbo é bitransitivo.

  5. Ânimo, Brás Cubas; não me sejas palerma. Comentário: essa alternativa está correta, pois o pronome não está vinculado a função sintática(objeto direto, objeto indireto, complemento nominal,adjunto adnominal e sujeito acusativo).

    (Alternativa Correta)


Questão 1849

(FGV - 2005)

Assinale a alternativa correta a respeito da frase "Toninho não era muito caprichoso. Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu".

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Questão 1850

(FGV)

Assinale a alternativa gramaticalmente correta.

Ver questão

Questão 1855

(FGV - 2008)

No plural, a frase - Imposto direto sobre o contracheque era coisa, salvo engano, inexistente. - assume a seguinte forma:

Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.

Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997.

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Questão 1863

(FGV - 2008)

Assinale a alternativa em que a mudança da posição do adjetivo no texto altera o sentido da frase.

ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS?

O nosso "complexo de vira-lata" tem múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira mostra um pouco mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em "excesso de demanda" "retorno da inflação" e pedindo medidas de contenção.

O IBGE divulgou as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que a economia está pegando ritmo. O crescimento foi significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.(...)

A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor serviços, o segmento que está "bombando" é o de intermediação financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos e das instituições financeiras.

Não obstante, os porta-vozes da bufunfa financeira, pelo menos alguns deles, parecem razoavelmente inquietos. Há razões para esse medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro que o governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria (parafraseando uma outra máxima trivializada pela repetição): "O preço da estabilidade é a eterna vigilância".

Entretanto, a estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego.

A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional.

O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes. O Brasil apenas começou a tomar um certo impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.

(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)

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