Questão 62399

(PUC/RJ - 2015) Thomas Mun (1571-1641) foi um mercador inglês, sócio e alto funcionário da Companhia das Índias Orientais. Em um escrito de 1630, avaliou as políticas econômicas dos reinos europeus e sugeriu meios para gerar riqueza.

“Em todos os lugares assim que se vê transportar dinheiro para fora do país, escutam-se os lamentos daqueles que gritam que dinheiro perdido é razão de miséria e ruína. (...) Eu não creio que haja quem queira ou possa me contradizer quando afirmo que, não tendo nós minas, não temos outro modo de obter dinheiro a não ser o de traficar naqueles países que as têm. Ora, pode-se traficar de três maneiras nestes países: ou levando nossas mercadorias para trocá-las por aquelas que não possuímos; ou vendê-las por pelo menos uma parte em dinheiro vivo; ou levando conosco dinheiro, para comprá-las, de modo que transportando-as alhures e vendendo-as, possamos obter algum dinheiro. A primeira não nos dá dinheiro. A segunda gera bem pouco dinheiro, pois são poucas as nações que querem comprar as nossas mercadorias pagando à vista. De modo que apenas na terceira maneira de traficar, podemos esperar obter muitos ganhos.”

Traduzido e adaptado de Thomas Mun. England’s Treasure by Forraign Trade. (1664). New York, Macmillan & Co., 1895, p. 65.

Sobre os pressupostos mercantilistas utilizados pelo autor para defender as suas posições em matéria econômica, é correto afirmar que:

A

a riqueza deve ser obtida principalmente pela acumulação de metais preciosos mantidos dentro do próprio Reino.

B

o comércio externo enriquece, pois faz afluir dinheiro para o país e garante o maior retorno monetário do que foi investido.

C

o aumento das relações comerciais entre os países diminui os riscos de guerra, pois os torna mais dependentes uns dos outros. 

D

o Estado deve permitir a livre competição econômica e garantir a liberdade de iniciativa, o que amplia a expectativa geral dos ganhos.

E

a balança comercial favorável deve ser garantida adotando-se políticas protecionistas alfandegárias nos territórios coloniais possuidores de minas de metais preciosos.

Gabarito:

o comércio externo enriquece, pois faz afluir dinheiro para o país e garante o maior retorno monetário do que foi investido.



Resolução:

a) a riqueza deve ser obtida principalmente pela acumulação de metais preciosos mantidos dentro do próprio Reino.

Incorreta.  Nota-se que o autor trilha um ideal em que a balança comercial da nação busca ficar favorável. Nesse sentido, o comércio dos metais preciosos, explorados de forma rentável nos territórios coloniais, era o caminho mais comum de se alcançar tal objetivo. 

 

b) o comércio externo enriquece, pois faz afluir dinheiro para o país e garante o maior retorno monetário do que foi investido.

Correta.  Desde que sejam adotadas barreiras alfandegárias que garantam a balança comercial favorável, o comércio externo enriquece, especialmente com a exploração das colônias. 

 

c) o aumento das relações comerciais entre os países diminui os riscos de guerra, pois os torna mais dependentes uns dos outros. 

Incorreta.  A intensificação nas relações comerciais geram maiores rivalidades e competições entre os países, motivadas, por exemplo, por barreiras alfandegárias e tributos cobrados. Sendo assim, esse elemento mensurado pela questão não tem um potencial considerável em diminuir os conflitos. 

 

d) o Estado deve permitir a livre competição econômica e garantir a liberdade de iniciativa, o que amplia a expectativa geral dos ganhos.

Incorreta.  Tal ideal, de viés liberal, não corresponde a nenhum princípio mercantilista - que pleiteava, pelo contrário, o protecionismo de mercado na metrópole e a exploração colonial em busca da balança comercial favorável. 

 

e) a balança comercial favorável deve ser garantida adotando-se políticas protecionistas alfandegárias nos territórios coloniais possuidores de minas de metais preciosos.

Incorreta.  Segundo o ideal difundido no texto de apoio, deve-se explorar os territórios coloniais comercializando seus produtos, e não implementar medidas protecionistas. É o que se observa por meio do seguinte trecho: "levando conosco dinheiro, para comprá-las, de modo que transportando-as alhures e vendendo-as, possamos obter algum dinheiro". 



Questão 1817

(PUC-SP-2001)

A QUESTÃO É COMEÇAR

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.

No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais.

Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo.

Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

 

(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).

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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor:

“Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.”

Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”.

Indique a alternativa que explicita essa função.

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Questão 1833

(Pucpr 2004)

"Aula de Português"

 

A linguagem na ponta da língua,

tão fácil de falar e de entender.

A linguagem na superfície estrelada das estrelas,

sabe lá o que ela quer dizer?

 

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar,1988.) 

 

 

Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA: 

 

 

 

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Questão 1838

(Puccamp 2016) Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho.

 

A questão a seguir refere-se ao trecho do capítulo 2 da obra Ginástica doce e yoga para crianças: método La Douce.

 

CAPÍTULO 2 (O CORPO)

Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor

Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés

Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.

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Questão 1868

(Puccamp 2016)

Editorial

Na rotina de mãe de quatro filhos, a escritora israelense Ayelet Waldman começou a detectar em si mesma e em outras mães que conhecia uma ansiedade persistente, disparada pela frustração de não corresponder às próprias expectativas em relação à maternidade. Para piorar seu tormento, 1aonde quer que fosse, encontrava mulheres sempre prontas a apontar o dedo para seus defeitos, numa espécie de polícia materna, onipresente e onisciente. Em uma conversa deliciosa com a Revista em Dia, Ayelet discorre sobre as agruras das mães ruins, categoria na qual hoje se encaixa, e com orgulho. 2E ajuda a dissipar, com humor, o minhocário que não raro habita a cabeça das mães. Minhocário que, aliás, se não for bem administrado, pode levar a problemas muito mais sérios. 3É o que você verá na reportagem da página 14, que traz o foco para a depressão durante a gravidez. Poucos sabem, mas a doença pode ser deflagrada nessa fase e é bom que tanto as gestantes como outras pessoas ao redor fiquem atentas para que as mulheres nessa situação possam receber o apoio necessário. A revista também traz temas para quem a maternidade já é assunto menos relevante 4nesse momento da vida. Se você é daquelas que entraram ou consideram entrar na onda da corrida, terá boas dicas na página 18. 5Caso já esteja reduzindo o ritmo, quem sabe encontre inspiração para espantar a monotonia na crônica da página 8. Esperamos, com um grãozinho aqui, outro ali, poder contribuir um pouco para as várias facetas que compõem uma mulher saudável e de bem consigo mesma.

Comenta-se com correção:

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