(Fgv 2016) “(...) os homens que naquele momento estavam encarregados de pôr termo à Revolução de 1848 eram precisamente os mesmos que fizeram a de 30. (...)
O que a distinguia ainda, entre todos os acontecimentos que se sucederam nos últimos sessenta anos na França, foi que ela não teve por objetivo mudar a forma, mas alterar a ordem da sociedade. Não foi, para dizer a verdade, uma luta política (...), mas um embate de classe (...).
Havia se assegurado às pessoas pobres que o bem dos ricos era de alguma maneira o produto de um roubo cujas vítimas eram elas (...).
É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrível não foi fruto da ação de certo número de conspiradores, mas a sublevação de toda uma população contra outra (...).”
(Alexis de Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991)
A partir do texto, é correto afirmar que
a revolução limitou-se, em 1848, a apelos políticos, no sentido de a classe burguesa, líder do movimento, atrair as classes populares para a luta, contra o absolutismo de Carlos X, usando as ideias liberais como combustível para a implantação do Estado liberal.
a revolução de 1848, liderada pelos homens de 1830, isto é, a classe burguesa, tinha como maiores objetivos a queda de Luís Bonaparte e a vitória das ideias socialistas, pregadas nos banquetes e nas barricadas contra o rei e contra a nobreza.
a revolução de 1848, influenciada pelo socialismo utópico, significou a luta entre a classe burguesa, líder da revolução de 1830, e as classes populares que, cada vez mais organizadas na campanha dos banquetes e nas barricadas, forçaram a queda do rei Luís Felipe.
os líderes revolucionários de 1848, os mesmos da revolução de 1830, sob forte propaganda das ideias liberais e influenciados pela luta política, convocaram e obtiveram o apoio das classes populares, no Parlamento, contra o rei Luís Felipe.
o rei Luís Felipe, no trono francês entre 1830 e 1848, foi derrubado por uma bem orquestrada luta política no Parlamento, que uniu liberais e socialistas, vitoriosa para essa aliança, que formou o governo provisório e elegeu o presidente Luís Bonaparte.
Gabarito:
a revolução de 1848, influenciada pelo socialismo utópico, significou a luta entre a classe burguesa, líder da revolução de 1830, e as classes populares que, cada vez mais organizadas na campanha dos banquetes e nas barricadas, forçaram a queda do rei Luís Felipe.
[C]
Somente a alternativa [C] está correta. O texto de Alexis de Tocqueville aponta para o movimento de 1848 na França, que foi denominado de “Primavera dos Povos”. As várias correntes da época se organizaram em um governo provisório, ideias liberais e socialistas. Porém, logo após o governo provisório, a classe burguesa atropela os trabalhadores. Este cenário é que influenciou Marx e Engels a formularem o Materialismo Histórico e Dialético e Augusto Comte a organizar as ideias positivistas.
(FGV - 2005)
Assinale a alternativa correta a respeito da frase "Toninho não era muito caprichoso. Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu".
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(FGV - 2008)
No plural, a frase - Imposto direto sobre o contracheque era coisa, salvo engano, inexistente. - assume a seguinte forma:
Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.
Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997.
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(FGV - 2008)
Assinale a alternativa em que a mudança da posição do adjetivo no texto altera o sentido da frase.
ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS?
O nosso "complexo de vira-lata" tem múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira mostra um pouco mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em "excesso de demanda" "retorno da inflação" e pedindo medidas de contenção.
O IBGE divulgou as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que a economia está pegando ritmo. O crescimento foi significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.(...)
A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor serviços, o segmento que está "bombando" é o de intermediação financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos e das instituições financeiras.
Não obstante, os porta-vozes da bufunfa financeira, pelo menos alguns deles, parecem razoavelmente inquietos. Há razões para esse medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro que o governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria (parafraseando uma outra máxima trivializada pela repetição): "O preço da estabilidade é a eterna vigilância".
Entretanto, a estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego.
A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional.
O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes. O Brasil apenas começou a tomar um certo impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.
(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)
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