(UFU - 2016 - 1ª FASE)
Segundo Giovanni Reale, "a metafísica aristotélica é inteiramente constituída por termos e conceitos pluridimensionais e polivalentes, e isso vale a começar pelo próprio conceito que define 'metafísica‘ ou 'filosofia primeira‘, que constantemente, ao longo dos catorze livros, é determinado de quatro modos diferentes".
REALE, G. Aristóteles: Metafísica. Ensaio Introdutório, Vol 1. Trad. Marcelo Perine. São Paulo: Ed. Loyola, 2001, p. 37.
Sobre os quatro modos diferentes, assinale a alternativa INCORRETA.
Trata-se de ciência do ser enquanto ser e do que compete ao ser enquanto ser, isto é, ciência das causas e dos princípios supremos.
Trata-se de ciência da percepção sensível e, então, ancorada em constatações empíricas que buscam no ―o quê as coisas que são a sua razão de ser.
O ser tem múltiplos significados, então, a metafísica é ciência das causas e dos princípios da substância, fundamento de todos os outros significados.
A metafísica é ciência teológica ou relativa às coisas divinas, pois se dedica a uma substância primeira, transfísica ou suprafísica.
Gabarito:
Trata-se de ciência da percepção sensível e, então, ancorada em constatações empíricas que buscam no ―o quê as coisas que são a sua razão de ser.
b) Incorreta. Trata-se de ciência da percepção sensível e, então, ancorada em constatações empíricas que buscam no ―o quê as coisas que são a sua razão de ser.
Embora Aristóteles tenha estudado o mundo sensível em sua filosofia e vinculado a forma e a matéria (diferentemente de Platão, que os separava), no que tange à metafísica, ela não é uma ciência da percepção sensível, ancorada em constatações empíricas, mas uma ciência teorética e universal que tem por base o silogismo lógico, e leva em conta quatro aspectos:
- a ousiologia: estudo da substância e da essência dos seres;
- a etiologia: estudo das causas e dos princípios dos seres;
- a ontologia: o estudo do ser;
- a telogia: o estudo da causa primeira e do motor imóvel.
a) Correta. Trata-se de ciência do ser enquanto ser e do que compete ao ser enquanto ser, isto é, ciência das causas e dos princípios supremos.
Enquanto ciência do ser enquanto ser e do que compete ao ser enquanto ser, no que tange à ciência das causas e dos princípios supremos, a metafísica investiga as causas do ser enquanto etiologia, isto é, o estudo das causas e dos princípios dos seres.
c) Correta. O ser tem múltiplos significados, então, a metafísica é ciência das causas e dos princípios da substância, fundamento de todos os outros significados.
Os múltiplos significados do ser são as categorias do ser, segundo Aristóteles, pois o ser se diz de vários modos, é plurivocal, porém há um sentido, uma categoria nuclear, a partir da qual o ser se diz em si mesmo, isto é , o ser enquanto ser: a substância, a ousia. Portanto, a metafísica é a investigação da substância do ser, aquilo que ele é em si mesmo, enquanto ousiologia.
d) Correta. A metafísica é ciência teológica ou relativa às coisas divinas, pois se dedica a uma substância primeira, transfísica ou suprafísica.
A metafísica investiga a causa primeira de todas as coisas, a substância primeira, que é em si mesma e não contém acidentes ou imperfeições, isto é, o primeiro motor imóvel, e, por isso, uma teologia.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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