(UFU - 2016 - 1ª FASE)
A relação entre voces e res, entre linguagem e realidade, constitui elemento central da assim denominada "questão dos Universais", importante por causa de suas repercussões linguísticas, epistemológicas e teológicas.
Sobre a controvérsia dos Universais, assinale a alternativa INCORRETA.
O nominalismo sustenta a tese segundo a qual os termos universais são res, entidades linguísticas com existência metafísica objetiva.
Um célebre defensor do realismo foi Guilherme de Champeaux (1070-1121), para o qual há perfeita correspondência entre os conceitos universais e a realidade.
Para Roscelino, os Universais (ou conceitos universais) são desprovidos de valor, pois não se referem a nenhuma res. Segundo ele, todas as coisas existentes são singulares ou separadas.
Abelardo propõe uma forma reelaborada de aristotelismo: embora não seja um arquétipo ideal, o universal é conceito obtido por meio de abstração.
Gabarito:
O nominalismo sustenta a tese segundo a qual os termos universais são res, entidades linguísticas com existência metafísica objetiva.
a) Incorreta. O nominalismo sustenta a tese segundo a qual os termos universais são res, entidades linguísticas com existência metafísica objetiva.
O nominalismo indica a tese segundo a qual os termos universais são apenas voces, isto é, palavras, entidades linguísticas sem existência objetiva.
b) Correta. Um célebre defensor do realismo foi Guilherme de Champeaux (1070-1121), para o qual há perfeita correspondência entre os conceitos universais e a realidade.
Guilherme de Champeaux concebe que os universais não são apenas reais, mas idênticos aos atributos que compõem cada ser particular, isto é, eles são reais e algo a mais. Essa questão suscita a discussão sobre os universais durante a idade média, se eles existem nos seres particulares ou se são apenas abstrações mentais sem existência real. Esta última é a posição nominalista; Guilherme se adequa à primeira posição, realista.
c) Correta. Para Roscelino, os Universais (ou conceitos universais) são desprovidos de valor, pois não se referem a nenhuma res. Segundo ele, todas as coisas existentes são singulares ou separadas.
Roscelino de Compiègne fundou o nominalismo e concebeu que os Universais não possuem uma existência definida e, para ele, as coisas existentes, sendo singulares e separadas, não tem representação pelos Universais.
d) Correta. Abelardo propõe uma forma reelaborada de aristotelismo: embora não seja um arquétipo ideal, o universal é conceito obtido por meio de abstração.
Pedro Abelardo foi um dos principais pensadores acerca do problema dos universais. Sua posição está mais próxima ao realismo. Segundo ele, os universais correspondem à “essência material das coisas singulares nas quais existe”.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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