(UFU - 2016 - 1ª FASE)
No período clássico, nenhum dos gregos – sejam eles historiadores ou filósofos – registra uma suposta derivação ―oriental da Filosofia. De fato, a partir do momento em que nasce, ela representa uma nova forma de expressão espiritual, com elementos e inflexão únicos.
Sobre o nascimento da filosofia na Grécia e sua relação com o mito, assinale a alternativa INCORRETA.
Já em seu início, a filosofia pretende explicar a totalidade das coisas, sem exclusão de partes ou momentos, tal como registrado na investigação de Tales, que buscou o princípio de tudo o que existe.
A filosofia pretende ser, já em seu início, explicação puramente racional do(s) objeto(s) de sua investigação. Vale aqui o argumento lógico, a motivação razoável, o logos.
Os deuses das narrativas antropomórficas são representações, em plano religioso, dos princípios da filosofia naturalística, dispostos, segundo metodologia comum, à razão e ao mito.
A filosofia é busca pela verdade segundo impostação teorética, livre de qualquer submissão de natureza pragmática ou de vantagem prática, exercício de pura contemplação.
Gabarito:
Os deuses das narrativas antropomórficas são representações, em plano religioso, dos princípios da filosofia naturalística, dispostos, segundo metodologia comum, à razão e ao mito.
c) Correta. Os deuses das narrativas antropomórficas são representações, em plano religioso, dos princípios da filosofia naturalística, dispostos, segundo metodologia comum, à razão e ao mito.
Não havia uma filosofia naturalística na época, e os deuses das narrativas antropomórficas não são representações, em plano religioso, dos princípios da filosofia naturalística. Os mitos gregos são naturalistas, porque apelam para o sobrenatural, mas fazem isso deificando realidades naturais: Zeus é o deus dos céus, do raio e do trovão; Poseidon é o deus dos mares e rios e o senhor das águas; etc. Ou seja, apela para realidades naturais, a fim de fornecer uma explicação sobrenatural para esses fenômenos.
a) Incorreta. Já em seu início, a filosofia pretende explicar a totalidade das coisas, sem exclusão de partes ou momentos, tal como registrado na investigação de Tales, que buscou o princípio de tudo o que existe.
Essa busca da filosofia pela totalidade das coisas indica o seu interesse pelo universal, pelo conhecimento do princípio da natureza e ordenador do universo — cosmos, physis, arkhé e logos.
b) Incorreta. A filosofia pretende ser, já em seu início, explicação puramente racional do(s) objeto(s) de sua investigação. Vale aqui o argumento lógico, a motivação razoável, o logos.
O logos significa razão ou discurso, por isso a busca pelo argumento lógico e pela razão para explicar o mundo.
d) Incorreta. A filosofia é busca pela verdade segundo impostação teorética, livre de qualquer submissão de natureza pragmática ou de vantagem prática, exercício de pura contemplação.
Essa busca teorética é bem observada na anedota de Tales, o qual, contemplando as estrelas, caiu em um buraco, isto é, esquecendo-se do mundo ao redor.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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