(UFU - 2016 - 2ª FASE)
Leia o texto a seguir.
Em 2012, cerca de 62 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram produzidos no Brasil. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, apenas 2% desse material retorna à cadeia produtiva. Os resíduos que não são reciclados acabam em lixões (17,8%), aterros controlados (24,2%) e aterros sanitários (58%). O não reaproveitamento dos resíduos sólidos custa ao país R$ 8 bilhões por ano. Segundo relatório da Ellen MacArthur Foundation – organização sem fins lucrativos que estuda e estimula a adoção da economia circular –, 65 bilhões de toneladas de matéria-prima foram inseridas no sistema produtivo do mundo todo em 2010. Projeções do instituto indicam que, até 2020, a quantidade terá subido para 82 bilhões de toneladas por ano.
Disponível em: <http://www.altosestudos.com.br/?p=52902>. Acesso em: 2 fev. 2016 (fragmento).
A Fundação Ellen MacArthur tem por objetivo promover o que se chama de "economia circular", modelo pelo qual se tentam aproveitar todos os insumos utilizados na fabricação de um produto, sem produzir lixo. A diferença para a reciclagem tradicional é que, pelo método de Ellen, não existe – em última instância – desperdício (mesmo que a reciclagem possa ser incorporada ao processo). A organização passou a popularizar a economia circular, hoje adotada por gigantes da iniciativa privada como o Google e a Unilever. Além disso, a Fundação Ellen MacArthur passou a incentivar a adoção da economia circular em empresas, universidades, governos e ONGs. A organização prega que o que hoje consideramos lixo é, na verdade, fonte de matéria-prima para novos produtos e, logo, uma oportunidade de negócios e de produzir de maneira sustentável. Ellen procura convencer companhias, em especial as do setor privado, a resgatar insumos de fabricação e reaver produtos para reaproveitar resíduos, em vez de jogá-los em lixões e aterros. São várias as maneiras de fazer com que o (antes) lixo vire algo útil: repará-lo para que volte ao mercado, com preço reduzido; resgatar partes para que sejam utilizadas em novos itens, ou para o reparo de outros produtos; ou, como último recurso, reciclar materiais como plástico e vidro. Indo além da oportunidade de negócios, é claro que a economia circular também faz bem ao planeta - e combina com os recentes anseios ambientalistas. "A economia linear ainda é dominante porque se tem a impressão de que ela é mais barata que a circular. Enquanto essa visão não mudar, continuaremos a perder" disse à VEJA o inglês Paul Ekins, professor de energia e ambiente da University College London e especialista no tema. "O desafio é popularizar a ideia de que nada precisa ser descartado", concluiu.
DONATELLI, Luiza. Veja, 27 de janeiro de 2016 (adaptado).
Com base nos textos, redija um EDITORIAL, explorando o conceito de “economia circular” e destacando a importância de o Brasil adotar práticas de políticas públicas que visem à busca do desperdício zero.
Gabarito:
Resolução:
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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