(UFU - 2017 - 1ª FASE)
A respeito do método de Sócrates, assinale a alternativa que apresenta a definição correta de maiêutica.
Um método sintético, que ignora a argumentação dos interlocutores e prontamente define o que é o objeto em discussão.
Uma estratégia sofística, que é empregada para educar a juventude na prática da retórica, visando apenas ao ornamento do discurso.
Um método analítico, que interroga a respeito daquilo que é tido como a verdadeira justiça, o verdadeiro belo, o verdadeiro bem.
Uma iluminação divina, que deposita na mente do filósofo o conhecimento profundo das coisas da natureza.
Gabarito:
Um método analítico, que interroga a respeito daquilo que é tido como a verdadeira justiça, o verdadeiro belo, o verdadeiro bem.
c) Correta. Um método analítico, que interroga a respeito daquilo que é tido como a verdadeira justiça, o verdadeiro belo, o verdadeiro bem.
A maiêutica está associada ao parto de filhos, exemplo que Sócrates usa, pois sua mãe era parteira. Como uma parteira, Sócrates concebia que tinha uma missão não em produzir um conhecimento, mas em fazer o parto das ideias originadas dos seus interlocutores; a parteira, na Grécia Antiga, era estéril, portanto não podia dar a luz por si mesma, era responsável por fazer o parto de outras pessoas, a fim de avaliar a beleza dos recém-nascidos. Logo, Sócrates não possuía um saber, ele apenas levava aos seus interlocurores darem a luz às ideias, para ele verificar a validade do discurso — caso fosse verdadeiro ou se falso, para ser abortado.
a) Incorreta. Um método sintético, que ignora a argumentação dos interlocutores e prontamente define o que é o objeto em discussão.
Não se define como um método que ignora a argumentação dos interlocutores e prontamente define o que é o objeto em discussão, pois não ocorre sozinha, já que a dialética socrática sempre ocorre num processo dialogal, entre duas pessoas.
b) Incorreta. Uma estratégia sofística, que é empregada para educar a juventude na prática da retórica, visando apenas ao ornamento do discurso.
O método socrático é uma direta oposição aos sofistas, que buscavam educar as pessoas na prática da retórica, no ornamento de seus discursos, a fim de persuadir o ouvinte pela beleza de suas palavras, não pelo conteúdo, se era verdadeiro ou não, já que possuíam uma compreensão relativista do mundo.
d) Incorreta. Uma iluminação divina, que deposita na mente do filósofo o conhecimento profundo das coisas da natureza.
Não tem qualquer relação com o pensamento platônico.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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