(UFU - 2017 - 1ª FASE)
Desafios atuais e ameaças
Nos 514 anos desde que os europeus chegaram ao Brasil, os povos indígenas sofreram genocídio em grande escala, e perda da maioria de suas terras.
‘Nós não sabíamos que os brancos iam tirar a nossa terra. Nós não sabíamos de nada sobre o desmatamento. Nós não sabíamos sobre as leis dos homens brancos.’ (Enawenê Nawê)
Hoje, o Brasil tem planos agressivos para desenvolver e industrializar a Amazônia. Até os territórios mais remotos estão agora sob ameaça. Vários complexos de barragens hidrelétricas estão sendo construídos perto de tribos isoladas, e eles também irão privar milhares de outros índios da terra, água e meios de subsistência. Os complexos de barragens irão fornecer energia barata para as empresas de mineração, que estão prestes a realizar a mineração em grande escala nas terras indígenas se o Congresso aprovar um projeto de lei que está sendo empurrado duramente pelo lobby de mineração.
Muitas tribos do sul do país como os Guarani vivem em condições desumanas sob barracos de lona em beiras de estradas. Seus líderes estão sendo sistematicamente atacados e mortos por milícias privadas de pistoleiros contratados pelos fazendeiros para evitar que eles ocupem sua terra ancestral. Muitos Guarani cometem suicídio em desespero com a falta de qualquer futuro significativo.
Os Guarani estão se suicidando por falta da terra. ‘A gente antigamente tinha a liberdade, mas hoje em dia nós não temos mais liberdade. Então, por isso, os nossos jovens vivem pensando que eles não têm mais condições de viver. Eles se sentam e pensam muito, se perdem e se suicidam.’ Rosalino Ortiz, Guarani
Disponível em: <http://www.survivalbrasil.org/povos/indios-brasileiros>. Acesso em: 28 abr. 2017.
Com base na leitura do texto e nas expressões em destaque, assinale a alternativa INCORRETA.
No trecho “Nós não sabíamos que os brancos iam tirar a nossa terra. Nós não sabíamos de nada sobre o desmatamento. Nós não sabíamos sobre as leis dos homens brancos.’ a repetição de “nós não sabíamos” tem a função de ressaltar informações que o índio desconhecia.
O trecho “Hoje, o Brasil tem planos agressivos para desenvolver e industrializar a Amazônia”, se modificado para “Hoje, no Brasil, _______ planos agressivos para desenvolver e industrializar a Amazônia”, deveria, de acordo com a modalidade formal da língua portuguesa, fazer uso do verbo HAVER para preencher a lacuna.
No trecho “Hoje, o Brasil tem planos agressivos para desenvolver e industrializar a Amazônia”. O uso da palavra ‘agressivos’ indica posição ideológica do autor, ou seja, não há neutralidade na informação.
No trecho “Nos 514 anos desde que os europeus chegaram ao Brasil, os povos indígenas sofreram genocídio em grande escala, e perda da maioria de suas terras”, a vírgula antes da conjunção e está adequadamente empregada.
Gabarito:
No trecho “Nos 514 anos desde que os europeus chegaram ao Brasil, os povos indígenas sofreram genocídio em grande escala, e perda da maioria de suas terras”, a vírgula antes da conjunção e está adequadamente empregada.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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