Questão 26376

(UFU - 2017 - 1ª FASE)

Observe o trecho seguinte e responda ao que se pede.  


A ideia da adoção, aqui no Brasil, do planejamento como instrumento de política econômica em economias de mercado, que acabou por ser posta efetivamente em prática com o Programa de Metas, foi acompanhada de acirrados debates. De um lado, como ferrenhos opositores, tínhamos adeptos da postura liberal, cujos expoentes eram Eugênio Gudin e Octavio Gouvêa de Bulhões. De outro, como proponentes, tínhamos Roberto Simonsen, que exerceu a presidência da Federação das Indústrias do estado de São Paulo, e Evaldo Lódi, que presidiu a Confederação Nacional das Indústrias. Para esses últimos era imprescindível a coordenação estatal das decisões econômicas. 

SALOMÃO, C. F.; SILVA, L. Q. A década de 1950 e o programa de metas. In. GOMES, A. C. O Brasil de JK. Rio de Janeiro: FGV/CPDOC, 1991. p. 80.

O Plano de Metas foi fundamental para o desenvolvimento do Brasil moderno e se norteou por um modelo econômico baseado  

A

no financiamento do capital privado nacional para construção de hidrelétricas e geração de energia.  

B

na formação de um complexo de indústrias de bens de consumo com controle estatal. 

C

 na criação de uma infraestrutura e de uma indústria de base com forte participação estatal. 

D

no fortalecimento da formação profissional, por meio do ensino superior tecnológico. 

Gabarito:

 na criação de uma infraestrutura e de uma indústria de base com forte participação estatal. 



Resolução:

a) no financiamento do capital privado nacional para construção de hidrelétricas e geração de energia.  

Incorreta.  Setores como os citados, infraestruturais, foram promovidos com o capital estatal. 

 

b) na formação de um complexo de indústrias de bens de consumo com controle estatal. 

Incorreta.  Tal política tinha o objetivo de promover a modernização da infraestrutura nacional e os setores estratégicos de base no plano nacional, para assim atrair capital estrangeiro - ou seja, sem controle estatal. 

 

c) na criação de uma infraestrutura e de uma indústria de base com forte participação estatal. 

Correta.  Nota-se que o Plano de Metas implementou uma política que visava angariar um processo de substituição de importações através da modernização da infraestrutura produtiva brasileira, objetivando assim atrair, com o investimento estatal, o capital estrangeiro. 

 

d) no fortalecimento da formação profissional, por meio do ensino superior tecnológico. 

Incorreta.  Não houve substancial investimento em capacitação profissional voltada ao ensino superior tecnológico ao ponto de alçar este, ao posto de alçar este ao posto de base do modelo econômico do Governo JK. 



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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