Questão 3369

(UNICAMP - 2017 - 1ª fase)

Survey of geopolitics

Geopolitics is a product of its time, and its definitions have evolved accordingly. Rudolphh Kjellén, who coined the term in 1899, described geopolitics as “the theory of the state as a geographical organism or phenomenon in space.” For Karl Haushofer, the father of German geopolotik, “Geopolitics is the new national science of the state,(…) a doctrine on the spatial determinism of all political processes, based on the broad foundations of geography, especially of political geography”. On the eve of World War II, Derwent Whittlesey, the American political geographer, considered geopolitics “a dogma*... the faith that the state is inherently entitled to its place in the sun”. Richard Hartshorne defined it as “geography utilized for particular purposes that lie beyond the pursuit of scientific knowledge”.

(Adaptado de Saul Bernard Cohen, Geopolitics of the world system. Boston: Rowman & Littlefield Publishers, 2003. p. 11.)

 

*Dogma: a belief or set of beliefs held by a group or organization, which others are expected to accept without argument.

Conforme o texto,

A

Kjellén e Haushofer possuem visão semelhante quanto à geopolítica, pois concordam que ela faz referência ao Estado.

B

Whittlesey concorda com seus antecessores ao afirmar que a geopolítica havia se transformado em um dogma.

C

Hartshorne concorda com Kjellén ao afirmar que a geopolítica mantém-se dentro dos parâmetros estritos de uma ciência.

D

apesar dos posicionamentos distintos, os autores mencionados estão de acordo quanto aos fundamentos da geopolítica.

Gabarito:

Kjellén e Haushofer possuem visão semelhante quanto à geopolítica, pois concordam que ela faz referência ao Estado.



Resolução:

Considerando que o texto contém número significativo de cognatos; que as ideias dos autores mencionados são apresentadas de modo ordenado, introduzidas uma a uma, demarcadas por aspas; que a palavra “dogma”, que poderia ser um obstáculo para a compreensão, está definida ao final do texto, a questão, apesar de complexa, não é difícil.

A alternativa A contempla autores que têm visão semelhante a respeito da geopolítica. Para perceber tal semelhança, o candidato deveria compreender que ambos os autores, Kjellén e Haushofer, definem geopolítica tomando como ponto de partida noção semelhante de Estado. As asserções dos autores sobre geopolítica estão expressas por itens lexicais cognatos, em sua maioria, tais como “theory”, “space”, “organism”, “national”, “spacial determinism”, entre outros.

Para identificar a alternativa B como incorreta, o candidato deveria estar atento às pistas contidas no texto: a definição da palavra “dogma”, ao final da questão, e a expressão “the state is inherently entitled to its place in the sun” (composta por palavras de uso mais frequente). Ambas podem contribuir para compreender que a posição de Whittlesey é uma crítica à geopolítica concebida a partir da noção de Estado.

A alternativa C afirma que ambos, Hartshorne e Kjellen, veem a geopolítica como ciência. No entanto, Hartshorne é um crítico da visão da geopolítica como ciência. Para compreender tal posição, o candidato deveria atribuir significado às palavras “purpose”, “beyond”, “pursuit” e “knowledge”, que são pouco transparentes. A definição “geography utilized for particular purposes” traz em si uma crítica e pode contribuir para a percepção de que os dois autores não atribuem à geopolítica o mesmo status de ciência. Caso a alternativa a tenha sido lida corretamente, o candidato poderá descartar a alternativa c, mesmo que o trecho a que ela se refere seja menos transparente.

A alternativa D poderia ser descartada caso as alternativas b e c tivessem sido descartadas também. Além disso, no início do parágrafo lê-se que “a geopolítica é um produto de seu tempo e suas definições evoluíram em consonância com tal tempo”, o que já demonstra que há diferença nas definições de geopolítica apresentadas, uma vez que momentos históricos distintos – 1899 e a véspera da Segunda Guerra Mundial – são mencionados. Assim, a asserção que compõe a alternativa d traz uma generalização passível de dúvida.



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

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Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

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Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

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Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

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