Questão 40159

(FGV - 2018)  Os escravos provenientes da África chegaram à América espanhola junto com algumas das primeiras expedições. No primeiro e no segundo quartel do século XVI, vamos encontrá- los trabalhando no bateamento dos rios auríferos mais ricos e em outros locais de trabalho onde os lucros eram elevados ou não existia força de trabalho indígena, ou ambas as coisas. De modo geral, devido às distâncias e aos custos envolvidos, a aquisição e a manutenção dos escravos africanos eram mais onerosas que as dos índios de aldeia, e não havia aldeia agrícola autossuficiente à qual pudessem retornar na baixa temporada.

(Murdo J. Macleod. Aspectos da economia interna da América Espanhola Colonial. Em: Leslie Bethell (org.). História da América Latina v. 2: América Latina Colonial, 1998)

Entre as razões para o emprego crescente da mão de obra africana escravizada na América espanhola, é correto identificar:

A

a intensificação da exploração de metais preciosos como ouro e prata no sul da América do Sul, na região do Rio da Prata, o que exigiu a mobilização de um grande contingente de trabalhadores.

B

a interiorização da ocupação espanhola especialmente no México e na América Central, o que forçou o deslocamento de negros escravizados para essas regiões de forma a impulsionar a presença de colonos.

C

o desenvolvimento da monocultura de exportação especialmente na região do Caribe e no norte da América do Sul, o que proporcionou capital excedente suficiente para permitir a aquisição de africanos escravizados.

D

a decadência do tráfico de escravos e o consequente barateamento de negros africanos escravizados nas colônias, o que estimulou os grandes proprietários da costa do Pacífico a adotarem essa mão de obra.

E

o estabelecimento do sistema de plantation na região andina, o que determinou a utilização, pelos grandes proprietários, da mão de obra escrava, para sustentar o latifúndio monocultor.   

Gabarito:

o desenvolvimento da monocultura de exportação especialmente na região do Caribe e no norte da América do Sul, o que proporcionou capital excedente suficiente para permitir a aquisição de africanos escravizados.



Resolução:

Entre as razões para o emprego crescente da mão de obra africana escravizada na América espanhola, é correto identificar:

a) a intensificação da exploração de metais preciosos como ouro e prata no sul da América do Sul, na região do Rio da Prata, o que exigiu a mobilização de um grande contingente de trabalhadores.

Incorreta. Os escravos africanos foram utilizados principalmente nas chamadas atividades complementares da América Espanhola, nas grandes lavouras. Há também escravos africanos na mineração, mas estes são apenas um “complemento” a predominância é da mão de obra indígena no sistema da encomienda e mita.

b) a interiorização da ocupação espanhola especialmente no México e na América Central, o que forçou o deslocamento de negros escravizados para essas regiões de forma a impulsionar a presença de colonos.

Incorreta.  A presença de escravos está ligada a necessidade de mão de obra e não ao processo de expansão.

c) o desenvolvimento da monocultura de exportação especialmente na região do Caribe e no norte da América do Sul, o que proporcionou capital excedente suficiente para permitir a aquisição de africanos escravizados.

Correta. 

d) a decadência do tráfico de escravos e o consequente barateamento de negros africanos escravizados nas colônias, o que estimulou os grandes proprietários da costa do Pacífico a adotarem essa mão de obra.

Incorreta. Este processo de decadência do tráfico negreiro é em um período posterior ao qual a questão se refere.

e) o estabelecimento do sistema de plantation na região andina, o que determinou a utilização, pelos grandes proprietários, da mão de obra escrava, para sustentar o latifúndio monocultor.

Incorreta. Pode-se observar que o plantation gerou capital excedente para a implementação da mão de obra escravizada, mas não implicou, necessariamente, na determinação da mão de obra escravizada - afinal, havia também outras formas de trabalho livre, trabalho compulsório e relações de trabalho não pautadas pelo escravagismo. 



Questão 1849

(FGV - 2005)

Assinale a alternativa correta a respeito da frase "Toninho não era muito caprichoso. Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu".

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Questão 1850

(FGV)

Assinale a alternativa gramaticalmente correta.

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Questão 1855

(FGV - 2008)

No plural, a frase - Imposto direto sobre o contracheque era coisa, salvo engano, inexistente. - assume a seguinte forma:

Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.

Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997.

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Questão 1863

(FGV - 2008)

Assinale a alternativa em que a mudança da posição do adjetivo no texto altera o sentido da frase.

ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS?

O nosso "complexo de vira-lata" tem múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira mostra um pouco mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em "excesso de demanda" "retorno da inflação" e pedindo medidas de contenção.

O IBGE divulgou as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que a economia está pegando ritmo. O crescimento foi significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.(...)

A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor serviços, o segmento que está "bombando" é o de intermediação financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos e das instituições financeiras.

Não obstante, os porta-vozes da bufunfa financeira, pelo menos alguns deles, parecem razoavelmente inquietos. Há razões para esse medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro que o governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria (parafraseando uma outra máxima trivializada pela repetição): "O preço da estabilidade é a eterna vigilância".

Entretanto, a estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego.

A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional.

O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes. O Brasil apenas começou a tomar um certo impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.

(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)

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