(UFU - 2018 - 1a FASE)
Agostinho, em Confissões, diz: “Mas após a leitura daqueles livros dos platônicos e de ser levado por eles a buscar a verdade incorpórea, percebi que ‘as perfeições invisíveis são visíveis em suas obras’ (Carta de Paulo aos Romanos, 1, 20)”.
Agostinho de Hipona. Confissões, livro VII, cap. 20, citado por: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Tradução do autor.
Nesse trecho, podemos perceber como Agostinho
se utilizou da Bíblia para conhecer melhor a filosofia platônica.
utiliza a filosofia platônica para refutar os textos bíblicos.
separa nitidamente os domínios da filosofia e da religião.
foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da filosofia platônica.
Gabarito:
foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da filosofia platônica.
d) Correta. foi despertado para o conhecimento de Deus a partir da filosofia platônica.
Agostinho relata justamente como os livros platônicos o despertaram para a busca da verdade incorpórea, o conhecimento do transcendente, que o levou ao conhecimento de Deus, que ele percebeu com maior clareza na Bíblia. O neoplatonismo, logo, o instigou a esse conhecimento, porém e insuficiente para receber a verdade divina, que só pode ser apreendida pela fé na revelação bíblica. Por isso, o papel da filosofia platônica foi o despertar para a verdade.
a) Incorreta. se utilizou da Bíblia para conhecer melhor a filosofia platônica.
A alternativa inverte algo que é fundamental na perspectiva de Agostinho, como pode ser observado na obra Confissões. Existe uma ordem do conhecimento e um objeto de contemplação que não pode ser alterado ou confundido. A verdade absoluta, para o filósofo, é Deus, cuja revelação máxima se encontra na Bíblia, de modo que tudo o que se pode saber sobre o Ser divino se encontra nela. Logo, o objeto de conhecimento de Agostinho é Deus e, por isso, a Bíblia, de modo que ela não pode ser instrumentalizada para o mero conhecimento da filosofia. Antes, a filosofia é que o despertou para o conhecimento de Deus, de modo que a filosofia serve como propedêutica, isto é, introdutória ao conhecimento de Deus revelado nas Escrituras, o conhecimento último.
b) Incorreta. utiliza a filosofia platônica para refutar os textos bíblicos.
Agostinho, como filósofo cristão, crê nos textos bíblicos e realiza um diálogo entre a tradição bíblica e o platonismo, não sem críticas, na verdade, a este último.
c) Incorreta. separa nitidamente os domínios da filosofia e da religião.
Agostinho vincula ambas as temáticas, pois, na verdade, essa separação ocorre na modernidade.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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