(UNICAMP - 2018 - 1ª FASE)
(A) (B)
Os panfletos acima foram distribuídos na entrada de uma assembleia de estudantes universitários, reunidos para discutir um pedido de reforma nos banheiros do campus.
Assinale a opção correta :
O panfleto (A) defende, de maneira irônica, a criação de mais banheiros públicos unissex
O panfleto (B) recomenda bater na porta ou avisar verbalmente antes de entrar em um banheiro unissex.
O panfleto (A) critica pessoas que se preocupam excessivamente com questões de assédio sexual.
O panfleto (B) argumenta a favor de banheiros unissex ao expor um dilema de pessoas transgênero.
Gabarito:
O panfleto (B) argumenta a favor de banheiros unissex ao expor um dilema de pessoas transgênero.
RESOLUÇÃO UNICAMP
O enunciado da questão explica que os dois textos verbo-visuais foram distribuídos à porta de uma assembleia onde seria discutida uma reforma dos banheiros do campus. A partir desse contexto, o candidato deveria inferir que os panfletos em questão trazem opiniões, provavelmente conflitantes, sobre o tema do uso dos banheiros.
Para resolver a questão satisfatoriamente, o candidato deveria, primeiramente, identificar, a partir da informação verbal, que a figura (A), à esquerda, tematizava algo que ocorreria em um banheiro unissex (pela legenda "gender-neutral restroom"), e que, na figura à direita (B), o lugar retratado era um banheiro segregado, informação disponível visualmente, por meio das placas de masculino e feminino, de conhecimento geral.
A alternativa D oferecia, com a palavra "dilema", uma tradução verbal da mensagem expressa visualmente pela organização polarizada da figura (B), e pelo posicionamento da personagem entre dois polos antagônicos (os símbolos de masculino e feminino). Já as expressões "get beat up" e "get yelled at", uma à frente de cada porta, confirmam a existência de um dilema, por serem duas expressões de conotação igualmente negativa.
A conclusão de que a exposição do referido dilema serve como argumento a favor de banheiros unissex poderia ser alcançada pela observação de que a figura (A) representava o argumento oposto ao da figura (B). Esse reconhecimento poderia ser alcançado sem o recurso a qualquer outra informação linguística que não a do título "gender-neutral restroom" na figura (A), pelo simples acionamento do valor negativo da cena ali representada em nossa cultura, isto é, uma pessoa do sexo masculino violando a privacidade de uma pessoa do sexo feminino em uma cabine de banheiro.
A alternativa A poderia ser facilmente descartada a partir do conhecimento de mundo do candidato e da inferência sobre o significado da expressão "gender-neutral restroom", isto é, pelo vínculo da informação visual com as normas culturais vigentes acerca da privacidade em banheiros públicos.
Na alternativa B aparece uma contradição, facilmente identificável, entre a informação veiculada pela expressão "banheiro unissex" e a informação visual que remete à segregação dos sexos em cada porta.
A alternativa C, assim como a B, requeria do candidato, basicamente, um exercício de checagem da correspondência entre elementos visuais na figura e elementos verbais no texto da alternativa. Embora "assédio sexual" seja um possível referente da figura (A), não há elemento verbal ou visual na mesma que corresponda a uma "crítica a terceiros", como sugere a alternativa.
(Unicamp 2016)
Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.
(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)
Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:
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(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)
É possível fazer educação de qualidade sem escola
É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).
Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.
O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”
Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.
Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro” biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.
Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.
"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala, recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”
Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.
(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)
A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:
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(Unicamp 2016)
Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar
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(Unicamp 2015)
Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.
Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.
Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.
Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.
Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.
Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.
Podemos afirmar que:
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