Questão 76555

(FGV - 2019)

Nas famosas conferências proferidas por Michel Foucault no Brasil, A Verdade e as Formas Jurídicas, ele descreve o surgimento de instituições de “sequestro” (fábrica, escola, hospital, prisão) com finalidade de inclusão e normalização dos indivíduos. Segundo Foucault, tais instituições possuem as seguintes características, EXCETO:

A

repressão de acordo com os interesses da classe burguesa;

B

controle sobre o tempo dos indivíduos;

C

gestão dos corpos para obtenção de força de trabalho;

D

polivalência dos poderes econômico, político e judiciário;

E

extração de saber sobre indivíduos submetidos à vigilância.

Gabarito:

repressão de acordo com os interesses da classe burguesa;



Resolução:

a) Correta. repressão de acordo com os interesses da classe burguesa;
Essa concepção é mais um traço do pensamento marxista, que situa as instituições da superestrutura no âmbito dos interesses da classe burguesa, fomentados pela ideologia.

 

b) Incorreta. controle sobre o tempo dos indivíduos;
Foucault, por meio do conceito de sociedade disciplinar, demonstra esse controle sobre o tempo dos indivíduos. A sociedade disciplinar também exerce um controle rígido sobre o tempo, impondo uma organização temporal que é fundamental para o funcionamento das instituições disciplinares.

c) Incorreta. gestão dos corpos para obtenção de força de trabalho;
Essa gestão dos corpos envolve a disciplina e a normalização dos corpos individuais, que são moldados de acordo com as necessidades da produção capitalista. Nessa sociedade disciplinar, as instituições disciplinares, como escolas, quartéis, prisões e fábricas, exercem um controle rígido sobre os corpos dos indivíduos, impondo normas e regras que visam a produção de corpos dóceis, submissos e produtivos. 

d) Incorreta. polivalência dos poderes econômico, político e judiciário;
Para Foucault, a sociedade disciplinar é marcada pela polivalência dos poderes econômico, político e judiciário, que atuam de forma interdependente para controlar os indivíduos e manter a ordem social. O poder econômico, por meio das relações de produção e de consumo, exerce um controle sobre os indivíduos, impondo-lhes necessidades e desejos que são moldados pela lógica capitalista. O poder político, por sua vez, exerce um controle sobre a sociedade como um todo, regulando as relações sociais e mantendo a ordem pública. O poder judiciário, por sua vez, atua na aplicação das leis e na punição dos infratores, reforçando o poder político e econômico.

e) Incorreta. extração de saber sobre indivíduos submetidos à vigilância.
Na sociedade disciplinar, a vigilância é um dos mecanismos fundamentais de controle social, que permite a extração de saber sobre os indivíduos submetidos a ela.



Questão 1849

(FGV - 2005)

Assinale a alternativa correta a respeito da frase "Toninho não era muito caprichoso. Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu".

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Questão 1850

(FGV)

Assinale a alternativa gramaticalmente correta.

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Questão 1855

(FGV - 2008)

No plural, a frase - Imposto direto sobre o contracheque era coisa, salvo engano, inexistente. - assume a seguinte forma:

Com a sociedade de consumo nasce a figura do contribuinte. Tanto quanto a palavra consumo ou consumidor, a palavra contribuinte está sendo usada aqui numa acepção particular. No capitalismo clássico, os impostos que recaíam sobre os salários o faziam de uma forma sempre indireta. Geralmente, o Estado taxava os gêneros de primeira necessidade, encarecendo-os. Imposto direto sobre o contra-cheque era coisa, salvo engano, inexistente. Com o advento da sociedade de consumo, contudo, criaram-se as condições políticas para que o imposto de renda afetasse uma parcela significativa da classe trabalhadora. Quem pode se dar ao luxo de consumir supérfluos ou mesmo poupar, pode igualmente pagar impostos.

Fernando Haddad, Trabalho e classes sociais. Em: Tempo Social, outubro de 1997.

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Questão 1863

(FGV - 2008)

Assinale a alternativa em que a mudança da posição do adjetivo no texto altera o sentido da frase.

ESTAMOS CRESCENDO DEMAIS?

O nosso "complexo de vira-lata" tem múltiplas facetas. Uma delas é o medo de crescer. Sempre que a economia brasileira mostra um pouco mais de vigor, ergue-se, sinistro, um coro de vozes falando em "excesso de demanda" "retorno da inflação" e pedindo medidas de contenção.

O IBGE divulgou as Contas Nacionais do segundo trimestre de 2007. Não há dúvidas de que a economia está pegando ritmo. O crescimento foi significativo, embora tenha ficado um pouco abaixo do esperado. O PIB cresceu 5,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A expansão do primeiro semestre foi de 4,9% em comparação com igual período de 2006.(...)

A turma da bufunfa não pode se queixar. Entre os subsetores do setor serviços, o segmento que está "bombando" é o de intermediação financeira e seguros - crescimento de 9,6%. O Brasil continua sendo o paraíso dos bancos e das instituições financeiras.

Não obstante, os porta-vozes da bufunfa financeira, pelo menos alguns deles, parecem razoavelmente inquietos. Há razões para esse medo? É muito duvidoso. Ressalva trivial: é claro que o governo e o Banco Central nunca podem descuidar da inflação. Se eu fosse cunhar uma frase digna de um porta-voz da bufunfa, eu diria (parafraseando uma outra máxima trivializada pela repetição): "O preço da estabilidade é a eterna vigilância".

Entretanto, a estabilidade não deve se converter em estagnação. Ou seja, o que queremos é a estabilidade da moeda nacional, mas não a estabilidade dos níveis de produção e de emprego.

A aceleração do crescimento não parece trazer grande risco para o controle da inflação. Ela não tem nada de excepcional.

O Brasil está se recuperando de um longo período de crescimento econômico quase sempre medíocre, inferior à média mundial e bastante inferior ao de quase todos os principais emergentes. O Brasil apenas começou a tomar um certo impulso. Não vamos abortá-lo por medo da inflação.

(Folha de S.Paulo, 13.09.2007. Adaptado)

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