Questão 37855

(UNICAMP - 2019 - 2ª fase)

“Parábola: s.f. Narrativa alegórica que evoca, por comparação, valores de ordem superior, encerra lições de vida e pode conter preceitos morais ou religiosos.”

(Caldas Aulete, Dicionário Aulete digital. Disponível em www.aulete.com.br/parabola. Acessado em 12/07/2018.)

 

a) Considera-se que a novela “A hora e vez de Augusto Matraga” tem semelhanças com o gênero parábola. Justifique essa afirmação com base em elementos da cena final da narrativa, relacionando-os com a definição apresentada.

b) A identidade da personagem Augusto Matraga passa por um processo de transformação ao longo da narrativa. Tal processo é deflagrado por um evento que divide a vida do protagonista em duas fases. Indique o evento responsável por esse processo de transformação da personagem e explique de que maneira ele afetou a sua identidade.

Gabarito:

Resolução:

a) A Parábola é uma narrativa que utiliza alegorias para transmitir uma lição de moral ou algum ensinamento.  Em A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Guimarães Rosa nos apresenta lições e preceitos morais através da violência e da luta entre o bem e o mal, travadas pelas personagens Augusto Matraga e Joãozinho Bem-Bem. A personagem principal, Augusto Matraga, passa por mudanças internas durante a narrativa, sendo um homem extremamente violento, que após um episódio de quase morte passa a buscar a salvação divina de sua alma através de tentativas de se tornar uma pessoa melhor. Na cena final da narrativa, Nhô- Augusto intervém em uma vingança do bando de Joãozinho Bem-Bem contra a família de um assassino que havia fugido. Em nome da justiça e em nome da salvação de sua alma, Nhô Augusto compra a briga para evitar que o bando de Joãozinho Bem-Bem concretizasse a matança. Ambos os personagens morrem no confronto e Nhô Augusto recebe então a sua redenção (a morte) que tanto se preparou para receber.  A luta entre o bem e o mal travadas pelos personagens são representadas por Nhô Augusto, que era um homem mau e se torna um homem bom, e Joãozinho Bem-Bem, que supõe-se ter nascido bom e tornado-se mau durante a vida.


b) O evento que divide a vida da personagem é a quase morte tida por ele após ser espancado e marcado à ferro em brasa por seus inimigos.
A esposa e filha de Nhô Augusto, após serem maltratadas e descuidadas por ele, fogem com Ovídio Moura e provocam um profundo ódio e sentimento de vingança em Nhô Augusto após a descoberta do fato. Ele decide então sair em busca da morte da esposa e do homem com quem ela decidiu fugir. Porém, antes de concretizar sua vingança, Nhô Augusto foi pego por seus inimigos em uma emboscada e na tentativa de sobreviver (ou morrer de uma vez) se joga de um penhasco, mas acaba sendo salvo por um casal que o ajuda durante a sua recuperação. Esse evento marcou o antes e depois da vida do personagem, que a princípio era extremamente violento e perverso, e após estar tão perto da morte decidiu de fato iniciar uma nova vida, buscando a salvação divina através da mudança de comportamento.



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

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Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

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Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

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Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

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