Questão 73415

(UFU - 2020 - 1ª FASE) “[...] em lugar de querer apresentar a filosofia como inovação radical, como queria Burnet; e também, em lugar de apresentar a filosofia como pura continuação do herdado, como queria Conford quando afirma que a filosofia era continuação racional do que os mitos narravam, Vernant apresenta as condições históricas, culturais e políticas que marcaram o surgimento da filosofia.”

CHAUÍ, Marilena. Introdução à Filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Cia das Letras, 2002. p. 36. (Adaptado)

De acordo com o excerto acima, a terceira corrente compreende o surgimento da Filosofia de um modo diferente de suas antecessoras, pois considera que a origem da Filosofia foi

A

promovida pela influência oriental e pelo fenômeno do milagre grego.

B

impulsionada pela genialidade do povo grego sem influência externa.

C

decorrente da história e não do súbito despertar do espírito helênico.

D

provocada pelo expansão do domínio grego sobre os povos bárbaros.

Gabarito:

decorrente da história e não do súbito despertar do espírito helênico.



Resolução:

c) Correta. decorrente da história e não do súbito despertar do espírito helênico.
O viés de Burnet apresenta o milagre da filosofia como uma inovação radical dos gregos, em oposição radical ao mito, como um salto racional em comparação ao pensamento mítico. A perspectiva de Comford, ao contrário, apresenta a filosofia como um desenvolvimento do mito, sem oposição, ao contrário, com heranças míticas em sua forma de construção. Já Vernant situa a filosofia a partir de uma perspectiva histórica situada no âmbito da sociedade grega, com o desenvolvimento da democracia ateniense e da pólis, e a relação entre os sofistas e Sócrates.

 

a) Incorreta. promovida pela influência oriental e pelo fenômeno do milagre grego.
Não é essa a perspectiva de Vernant, pois a origem da filosofia não se dá somente a partir da influência oriental. E Vernant nega o milagre grego.

b) Incorreta. impulsionada pela genialidade do povo grego sem influência externa.
Não há aspecto de genialidade do povo grego, essa é a tese de Burnet.

d) Incorreta. provocada pelo expansão do domínio grego sobre os povos bárbaros.
Não foi provocada pela expansão do domínio grego.



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

Ver questão

Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

Ver questão

Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

Ver questão

Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

Ver questão