(UFU - 2020 - 1ª FASE) Leia a descrição dos dois conjuntos de valores morais do filósofo Friedrich Nietzsche (1844 - 1900).
Uma moral é caracterizada por valorizar a saúde, a vida e não acreditar em qualquer valoração no além da vida ou ideal ascético. A outra moral tem como principal característica a valoração da bondade e da virtude.
Assinale a alternativa que apresenta os conceitos que são definidos por esses dois conjuntos de valores morais.
Moral dos padres e moral protestante.
Moral do senhor e moral dos nobres.
Moral dos escravos e moral religiosa
Moral dos nobres e moral do escravo.
Gabarito:
Moral dos nobres e moral do escravo.
d) Correta. Moral dos nobres e moral do escravo.
As noções de Nietzsche buscam desconstruir e criticar toda a tradição platônica e o cristianismo, que, segundo ele, se fundamentam em concepções metafísicas sobre a realidade que anulavam a vida terrena.
Segundo Nietzsche, o ser humano possui uma força motriz que o move e o define, e essa força é a vontade de poder ou potência, que busca reafirmar a terra e as coisas terrenas, sem qualquer esperança para além do mundo terreno. Portanto, reafirma tanto a morte quanto a vida, tanto a alegria quanto o sofrimento, sem estabelecer juízos morais sobre isso, como uma moral positiva.
Para ele, o cristianismo representa uma moral do rebanho, um tipo de estrutura moral que reafirma os valores dominantes de uma sociedade de maneira irrefletida. O ressentimento, nesse sentido, é identificado a partir da dualidade entre a moral do senhor e a moral do escravo: a moral do senhor é a moral do super-homem, aquela que reafirma os valores criados pelo próprio indivíduo; a moral do escravo é aquela representada pelo homem decadente e fraco, que, diante da autoafirmação do senhor e dos fortes, cria valores morais para inverter essa posição, a fim de, pela consciência, enfraquecer os mais fortes e subverter a ordem. Nietzsche designa isso como ressentimento, compreendendo que o cristianismo, ao enfatizar a pobreza, a humildade e valores da mesma qualidade reafirmariam a moral do escravo.
a) Incorreta. Moral dos padres e moral protestante.
Não há um termo para essas espécies de moral, sendo que todas elas são compreendidas na moral do rebanho.
b) Incorreta. Moral do senhor e moral dos nobres.
Não há moral dos nobres.
c) Incorreta. Moral dos escravos e moral religiosa
A moral religiosa é uma espécie de moral dos escravos.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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