Questão 73422

(UFU - 2020 - 1ª FASE) Leia o trecho a seguir, recortado da entrevista realizada por Daniel Rodrigues Aurélio a José Paulo Florenzano, cientista social e professor da PUC-SP.

Jogo pensado

Professor da PUC-SP, o cientista social José Paulo Florenzano, nos mostra como o futebol pode ser um tema potente para reflexões dentro do campo da teoria social.

O entrevistado tenta desarmar seu interlocutor com um estilo modesto e sem firulas, como se fosse um discreto e eficiente meio-campista, mas é difícil falar da relação entre futebol e Ciências Sociais sem pensar em seus trabalhos de craque. Por certo ele teria lugar entre os titulares da seleção brasileira de acadêmicos que pesquisam e refletem sobre as várias dimensões do esporte das massas, ao lado de Roberto Da Matta, Maurício Murad, Luis Henrique de Toledo, Bernardo Buarque de Hollanda, Plínio Labriola Negreiros, Hilário Franco Júnior e José Miguel Wisnik.

AURÉLIO, Daniel Rodrigues. Jogo pensado. Sociologia. Ano 8, Edição 76. São Paulo: Editora Escala, s.d., p. 7.

Nesse parágrafo, que introduz a entrevista que o jornalista faz a Florenzano, é possível perceber a mobilização de um léxico característico do campo do futebol. O título dado à matéria que apresenta a entrevista, aliado a expressões introduzidas no texto tais como: “desarmar seu interlocutor”, “trabalhos de craque”, “seleção brasileira de acadêmicos” associam o tema da entrevista ao campo de produção de conhecimento do entrevistado. Essa estratégia decorre da principal intenção comunicativa do jornalista, que é

A

apagar a dificuldade do tema por meio da omissão da terminologia típica do campo científico

B

banalizar o conhecimento produzido no campo da teoria social em função da equiparação desse conhecimento com o do senso comum sobre o tema tratado.

C

introduzir um tom descontraído a fim de aproximar o conhecimento do senso comum sobre futebol do conhecimento do campo acadêmico produzido pelo entrevistado a respeito do tema.

D

desmerecer as pesquisas do sociólogo entrevistado, uma vez que considera óbvio o conhecimento produzido por elas.

Gabarito:

introduzir um tom descontraído a fim de aproximar o conhecimento do senso comum sobre futebol do conhecimento do campo acadêmico produzido pelo entrevistado a respeito do tema.



Resolução:



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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