Questão 74980

(UFU - 2020)

Para uma certa receita de floral, a proporção de essência que deve ser diluída em água é de 1 mL de essência para cada 48 mL de água. O recipiente utilizado para a preparação da mistura tem formato de um cone circular reto, cujo raio mede 3 cm e a capacidade total é de 81 mL. O conta-gotas, utilizado para a essência, possui uma haste de borracha e um tubo de vidro (que é ocupado pelo líquido) com formato de um cilindro circular reto e capacidade para 2 mL. Suponha-se que, na preparação de uma mistura, a altura do volume de água no recipiente é de 18/𝜋 cm.

Com base nessas informações, resolva os itens abaixo, justificando suas respostas.

A) Calcule o volume de água no recipiente (use que 1 mL = 1 cm3).

B) Determine a fração da altura do tubo de vidro do conta-gotas (na posição vertical) que deve ser preenchida com essência para a preparação dessa mistura.

Gabarito:

Resolução:

A)

Encontrando a altura do cone:

81 = frac{pi cdot 3^2 cdot h}{3}

h = frac{27}{pi}

Fazendo uma semelhança entre os cones (o menor e o maior):

k= frac{frac{27}{pi}}{frac{18}{pi}}

k= frac{27}{18}

k= frac{3}{2}

Logo, o volume do cone menor deve respeitar a proporção k^3 pois estamos tratando de uma unidade de medida de dimenção 3, desse modo, vamos encontrar o volume do cone menor:

frac{81}{v} = k^3

frac{81}{v} = frac{27}{8}

frac{3}{v} = frac{1}{8}

v = 24 mL

B)

Chamando a altura original do conta gotas de H e a atual de h, vamos fazer por regra de três:

frac{1}{x}= frac{48}{24}

x = frac{1}{2} mL

Sabemos que:

V =2 mL Rightarrow A_b cdot H = 2

v = frac{1}{2} mL Rightarrow A_b cdot h = frac{1}{2}

Então:

A_b= frac{1}{2h}

Substituindo na primeira:

frac{1}{2h} cdot H = 2

frac{H}{4} = h



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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