Questão 73531

(UFU - 2021 - 1ª fase)

Eles vão morrer em Marte
Um reality show pretende levar voluntários para o planeta vermelho em dez anos – mas não pretende trazê-los de volta.

Melissa Ede é um dos 705 candidatos escolhidos em todo o mundo para a segunda fase de seleção da Mars One, uma missão espacial privada, baseada em patrocínio publicitário, que pretende colonizar Marte. Se tudo der certo, os primeiros quatro astronautas podem chegar por lá já em 2025 A ideia é que vivam definitivamente no planeta vizinho, porque a Mars One não planeja uma viagem de volta.

Ir à Marte não é nenhum passeio no parque. As dificuldades começam já na viagem, que pode durar até oito meses. Durante esse período, a exposição à radiação e a tempestades solares será constante. Para evitar o contato, os passageiros terão de se esconder em cápsulas especiais da aeronave. Mesmo sem radiação, o aperto vai ser rotina no caminho de ida (cada astronauta terá menos de 20 m3 para viver), e os quatro passageiros vão ter que racionar 800 kg de comida, 3 mil litros de água e 700 kg de oxigênio.

Mas os desafios serão ainda maiores quando eles chegarem lá. Os intrépidos colonizadores serão responsáveis por produzir o oxigênio que irão consumir (a partir da água que existe no planeta em forma de gelo) e todos os alimentos que vão ingerir até o fim de seus dias (a partir de plantações hidropônicas, uma vez que o solo marciano não serve para plantações).

LOUREIRO, Eliane. Eles vão morrer em Marte. Superinteressante. Ed. 339, nov. 2014. São Paulo: Abril Editora. p. 47-49 (Fragmento adaptado)

No trecho, as expressões “os primeiros quatro astronautas”, “os passageiros”, “os intrépidos colonizadores” fazem referência ao mesmo grupo de pessoas. Sobre o uso de tais expressões, é correto afirmar que elas

A

são adequadas ao texto, uma vez que podem ser indistintamente permutadas entre si, sem que haja perda de nuances da significação.

B

são adequadas aos diferentes momentos da exposição da jornalista e produzem efeitos de sentido distintos.

C

são inadequadas ao texto, uma vez que não são sinônimas e, por isso, não deveriam ter sido usadas para se referirem ao mesmo grupo de pessoas.

D

são inadequadas ao gênero jornalístico, uma vez que deixam transparecer a opinião da jornalista a respeito da missão espacial.

Gabarito:

são adequadas aos diferentes momentos da exposição da jornalista e produzem efeitos de sentido distintos.



Resolução:



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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