(UFU - 2021 - 1ª fase)
Trecho (1)
O “Essencial sobre Língua Portuguesa” é uma coleção dedicada à divulgação do conhecimento que tem sido produzido no domínio da linguística, particularmente no que diz respeito ao Português.
LIMA, José Pinto de. Pragmática linguística. Portugal: Editora Caminho. p. 7 (Fragmento adaptado, recortado da Apresentação da coleção que prefacia o livro)
Trecho (2)
Uma visão comum sobre o que é uma língua diz-nos, simplesmente, que ela é um conjunto de termos – um léxico – e um conjunto de regras para a formação de outros termos e de frases – uma gramática. Contudo, léxico e gramática são apenas as pedras e a estrutura de um edifício que fica inerte se não for usado. Uma língua só é viva na medida em que os falantes a usam.
O essencial sobre Pragmática Linguística debruça-se precisamente sobre o uso da língua, sobre as práticas linguísticas dos falantes e sobre a comunicação. O que está em observação são as atividades humanas em que entram a língua. Em função disso, ela se ocupa de temas como a diferença entre dizer e implicar; a prática de delicadeza no uso da linguagem; a estrutura da conversação; e a relação do ato linguístico com o seu contexto.
LIMA, José Pinto de. Pragmática linguística. Portugal: Editora Caminho. (Fragmento adaptado, recortado da contracapa do livro)
Considerando-se os trechos (1) e (2) acima e as referências fornecidas a respeito deles, é correto afirmar que o trecho (2)
apresenta um conhecimento do senso comum sobre a língua, – é constituída de um léxico e de uma gramática –, no intuito, fundamentalmente, de levar o leitor a se sentir à vontade com o conhecimento produzido no campo científico.
se vale do recurso retórico da metáfora – do edifício – para melhor cumprir seu objetivo, tornando um conhecimento produzido no campo científico mais acessível e prazeroso ao leitor.
defende a ideia de que o uso da língua é mais importante que seu léxico e sua gramática, a fim de convencer o leitor da importância de se aprender um pouco sobre a pragmática linguística.
argumenta a favor da inserção da Pragmática Linguística no rol dos estudos sobre as etiquetas sociais, uma vez que ela se ocupa da “prática de delicadeza no uso da linguagem”.
Gabarito:
se vale do recurso retórico da metáfora – do edifício – para melhor cumprir seu objetivo, tornando um conhecimento produzido no campo científico mais acessível e prazeroso ao leitor.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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