(UNICAMP - 2021 - 1ª FASE - 2º dia de aplicação)
A situação abaixo ocorreu em uma entrevista com a atriz Scarlett Johansson e o ator Robert Downey Junior, que atuaram juntos em um filme.
(Disponível em https://www.cracked.com/blog/14-epic-comebacks-stars-gave-tostupid-interview-questions/. Acessado em 25/06/20.)
Em sua resposta, a atriz
evidencia o seu descontentamento por meio de uma mudança de assunto.
rechaça a pergunta e sugere que Robert Downey Jr. a responda.
desaprova a pergunta com um comentário sarcástico dirigido a Robert Downey Jr.
critica o teor da pergunta e sugere uma mudança de assunto.
Gabarito:
desaprova a pergunta com um comentário sarcástico dirigido a Robert Downey Jr.
RESOLUÇÃO KUADRO
A) INCORRETA, uma vez que a atriz não muda de assunto, ela o aborda de maneira sarcástica.
B) INCORRETA, pois a atriz faz uma pergunta diferente da do entrevistador a Robert Downey Jr.
C) CORRETA, pois a atriz se expressa de maneira irônica, sarcástica ao colega, questionando a escolha de perguntas feitas pelo entrevistador, sugerindo que os temas direcionados a ela são menos importantes do que aos direcionados a Downey Jr. utilizando a expressão “existential question”.
D) INCORRETA, pois a atriz não muda de assunto, apenas o aborda de maneira diferente.
RESOLUÇÃO UNICAMP
É importante pontuar que todas as alternativas são verossímeis, o que reforça a expectativa da banca em selecionar o candidato que consiga compreender criticamente os jogos de sentidos estabelecidos entre a atriz e o entrevistador e a relação desses sentidos com as alternativas apresentadas. A alternativa a é pertinente ao mencionar o evidente descontentamento da atriz, que pode ser percebido até mesmo pela imagem. No entanto, Scarlett não propõe uma mudança de assunto: na verdade, ela questiona a razão desse assunto específico (alimentação) ser direcionado apenas a ela. De maneira semelhante, não existe uma mudança de assunto como sugere o final da alternativa d, ainda que a atriz esteja criticando o teor da pergunta que lhe foi feita. Portanto, ambas as opções são incorretas. A alternativa b é incorreta, pois Scarlett Johansson não pede que Robert Downey Jr. responda ao seu questionamento; ela apenas se dirige a ele e demonstra sua insatisfação. A opção correta, portanto, é a c, pois as duas partes da alternativa fazem sentido de acordo com o quadro: a atriz desaprova a pergunta e, mais importante, constrói sua crítica e seu descontentamento a partir de um comentário sarcástico em interlocução com seu colega de filme.
(Unicamp 2016)
Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.
(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)
Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:
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(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)
É possível fazer educação de qualidade sem escola
É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).
Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.
O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”
Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.
Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro” biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.
Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.
"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala, recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”
Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.
(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)
A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:
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(Unicamp 2016)
Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar
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(Unicamp 2015)
Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.
Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.
Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.
Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.
Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.
Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.
Podemos afirmar que:
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