Questão 59253

(UNICAMP - 2021 - 1ª fase)

Reproduz-se abaixo uma carta do poeta inglês John Keats a sua amada Fanny Brawne.

Sweetest Fanny,

When you passed my window home yesterday, I was filled with as much admiration as if I had then seen you for the first time. You uttered a half complaint once that I only loved your Beauty. Have I nothing else then to love in you but that? Do not I see your heart? Nothing has been able to turn your thoughts a moment from me. Even if you did not love me I could not help an entire devotion to you: how much more deeply then must I feel for you knowing you love me. My Mind has been the most discontented and restless one that ever was put into a body too small for it. I never felt my Mind repose upon anything with complete and undistracted enjoyment – upon no person but you. When you are in the room my thoughts never fly out of window: you always concentrate my whole senses.

Your affectionate,
J. Keats

(Adaptado de http://www.john-keats.com/briefe/. Acessado em 25/08/20.)

 

O autor da carta

A

lamenta o fato de que a mulher que ele adora não o ama da mesma forma.

B

revela que o amor por essa mulher lhe trouxe intranquilidade e pensamentos negativos.

C

mostra sua admiração por uma mulher que, para ele, encarna a beleza em sua essência.

D

afirma que seus sentimentos pela mulher não mudariam mesmo se não fosse correspondido.

Gabarito:

afirma que seus sentimentos pela mulher não mudariam mesmo se não fosse correspondido.



Resolução:

RESOLUÇÃO KUADRO:

a) INCORRETA, uma vez que o autor diz que se sentiu muito mais feliz e devotado à moça quando soube que ela o amava também.

b) INCORRETA, já que o autor diz que a mente dele ficou calma e concentrada apenas na mulher. Isso é expresso no trecho “I never felt my Mind repose upon anything with complete and undistracted enjoyment - upon no person but you” (Eu nunca senti minha mente repousar sobre algo com tão completo e inabalável prazer - sobre nenhuma pessoa senão você).

c) INCORRETA, pois o autor começa dizendo que a mulher reclamou que ele só a amava pela beleza, mas argumenta que isso não era verdade, discorrendo sobre seu amor durante o resto da carta.

d) CORRETA, pois o autor diz que mesmo que a moça não o amasse, ele não teria como parar sua devoção por ela. Isso é expresso no seguinte trecho: “Even if you did not love me I could not help an entire devotion to you”.

RESOLUÇÃO UNICAMP:

A alternativa a não é correta porque não se pode inferir do texto que seu autor lamenta que a amada não o ame como ele a ama: vê-se que ela o ama também (“Even if you did not love me”; “knowing you love me”); ela se queixa, entretanto, de que o autor só ama sua beleza, o que ele rebate. A alternativa b menciona intranquilidade e sentimentos negativos advindos daquela relação amorosa; ao contrário, o amor por ela lhe trouxe “complete and undistracted enjoyment”, como se vê em “I never felt my Mind repose upon anything with complete and undistracted enjoyment – upon no person but you”. A alternativa c é incorreta porque o poeta não diz que a amada “encarna a beleza em sua essência”; aliás, ele responde à queixa dela de só amar sua beleza replicando, em interrogativa retórica (“Do not I see your heart?”), que “vê seu coração”. Enfim a alternativa d é a correta: o que ela afirma pode ser localizado na seguinte parte do texto: “Even if you did not love me I could not help an entire devotion to you”.



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

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Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

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Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

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Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

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