(UFU - 2022)
[...] Quando lançamos uma moeda para cima e depois a pegamos, mantendo-a na mão fechada, não temos como saber qual é a face que está virada para cima, mas ninguém discorda que o resultado do lançamento, mesmo escondido, já é bem determinado (cara ou coroa). Dessa forma, quando abrimos a mão, podemos “medir” o sistema, ou seja, “conhecer passivamente” a face da moeda que está à mostra. Em outras palavras, nossa ação de “observar/medir” um sistema do mundo cotidiano não gera efeitos significativos no sistema.
Porém, as coisas ficam mais interessantes na Física Quântica: se a moeda fosse uma partícula, na estrutura da matéria, onde os efeitos quânticos dominam, se a “lançássemos para cima” e não verificássemos o resultado, ela não mais estaria com seu estado bem determinado, ficando em uma espécie de “estado sobreposto”, contendo cara e coroa, até que alguém resolvesse “medir” qual é a “face da moeda para cima”. No mundo quântico, portanto, as medidas não são ações de apenas “conhecer passivamente” o sistema, mas fazem, de alguma maneira ainda não bem compreendida, com que o sistema deixe a sobreposição e assuma apenas um dos resultados possíveis.
SCHAPPO, Marcelo Girardi. Disponível em: . Acesso em: 01 ago. 2022. (Fragmento).
De acordo com o texto, o lançamento da moeda deve ser compreendido como uma analogia para
refutar a validade dos efeitos quânticos sobre o estado da ação de observar/medir na Física Quântica.
explicar a diferença de funcionamento entre um sistema do mundo cotidiano e um sistema do mundo quântico.
verificar se o conhecimento das medidas da ação de observar/medir o sistema quântico determinam sua sobreposição.
compreender as consequências da ação de observar/medir um sistema do mundo cotidiano.
Gabarito:
explicar a diferença de funcionamento entre um sistema do mundo cotidiano e um sistema do mundo quântico.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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