(UFU - 2022)
O TEXTO ABAIXO REFERE-SE ÀS QUESTÕES 52 E 53.
Dia 12. De Munch, a maioria só conhece "O Grito", emblema da angústia moderna. O novo Museu Munch mostra um artista irredutível ao ícone. São centenas de telas que retratam figuras de uma solidão em carne viva. Não obstante, elas buscam algo — talvez uma vida menos áspera, sem dores em demasia.
Deu para ver uma exposição que se encerrou dias depois. Num salão do tamanho de uma quadra de futsal, com oito metros de altura e todo no breu, foram pendurados 20 dos quadros mais intensos de Munch. A luz incide somente neles, que parecem estar no meio do nada, fora do tempo.
A banda de black metal Satyricon, a mais conhecida da Noruega, compôs uma trilha sonora de 28 minutos. Tocada ininterruptamente, emendando o fim no começo, a música ecoa ou enfrenta as telas. Eletrônica e acústica, ela tem uma limpidez pulsante, se mescla com as imagens, vibra aqui e agora.
A exposição amplia a sensibilidade do espectador. Leva-o a abismos de ansiedade e beleza que, contudo, ele não poderá rever nem reouvir nunca: tem de fruir dela de imediato e guardar na memória o seu impacto. Fluida, plástica, a fusão de música e imagens foi feita para aquele salão, aquele museu, aquela tarde de agosto em Oslo.
CONTI, Mario Sérgio. Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2022. (Adaptado).
Com base no texto acima, assinale a alternativa que evidencia um processo de combinação de percepções sensoriais distintas, expresso pela linguagem.
“Eletrônica e acústica, ela tem uma limpidez pulsante [...]”.
“A exposição amplia a sensibilidade do expectador.”.
“Num salão do tamanho de uma quadra de futsal, com oito metros de altura e todo no breu [...]”.
“A luz incide somente neles, que parecem estar no meio do nada, fora do tempo.”.
Gabarito:
“Eletrônica e acústica, ela tem uma limpidez pulsante [...]”.
(UFU/MG)
Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.
Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.
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(UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.
“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.
A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)
(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”
Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.
Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.
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(Ufu 2016) O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.
O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.
Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.
Só afrouxa a rédea depois do gozo.
Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.
BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82
Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina
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(UFU - 2016 - 1ª FASE)
DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite –
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas.
SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso
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