Questão 77677

(UFU - 2022)

ORIENTAÇÃO GERAL

 

Leia com atenção todas as instruçõ es.

A) Você encontrará duas situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a proposta com a qual você tenha maior afinidade.

B) Após a escolha de um dos gêneros, assinale a opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero.

C) Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.

D) Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva no lugar da assinatura: JOSÉ ou JOSEFA. Em hipótese alguma, escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.

E) Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.

F) Não copie trechos dos textos motivadores ao fazer sua redação.

 

Texto 1

O número de crianças e adultos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) cresce a cada dia. E no Brasil o diagnóstico vem sendo feito precocemente, o que permite o início do tratamento, garantindo melhores resultados. Inclusive, uma conquista recente se deu pela Lei nº 13.977/20, que institui a carteira nacional do autista. E com o documento, a população autista terá prioridade em atendimento em serviços públicos e privados. Inclusive, a Lei leva o nome de Romeo Mion, em homenagem ao filho do apresentador Marcos Mion, embaixador da causa.

Sabemos que, por mais que se fale a respeito desse transtorno, os caminhos para a melhora do quadro ainda são turbulentos. Porém, com o tratamento adequado, as chances de autonomia do paciente são expressivas, e os resultados proporcionam uma melhor qualidade de vida.

Nesse sentido, médicos pediatras do Brasil e mundo afora têm prescrito o tratamento ABA — Applied Behavior Analysis, que atualmente é um dos modelos de terapia mais popular no tratamento do autismo, segundo revela a comunidade internacional Autism Speaks. Sua eficácia vem sendo reconhecida internacionalmente, revelando muitos progressos, em especial, em crianças, conforme comprovam estudos científicos.

O tratamento pelo método ABA é realizado por meio de uma equipe multidisciplinar composta por diversas terapias (Psicopedagogia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional) que ao longo do tempo proporcionam uma melhor qualidade de vida e um desenvolvimento saudável à criança.

Todavia, muitos pais se veem impossibilitados de proporcionar esse tratamento aos seus filhos, pois trata-se de tratamento de alto custo, e as operadoras de planos de saúde, por meio de coparticipações, têm atribuído ao titular do plano um pagamento parcial do tratamento. [...]

É sabido que a cobrança de coparticipação nos contratos de plano de saúde é permitida por Lei, todavia, referida cobrança não pode atingir quantia elevada, de modo a criar limitação excessiva à fruição dos serviços de assistência à saúde de seus cooperados, como tem ocorrido com diversas crianças neste país. [...]

FRASSON, Mariana Cristina Galhardo. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2022-mar-05/mariana-frasson-planos-saude-versusautistas#:~:text=De%20acordo%20com%20o%20referido,o%20tratamento%20prescrito%20%5B6%5D. Acesso em 23 maio 2022. (Fragmento adaptado)

 

Texto 2

Atualmente, são diversas as famílias que procuram a Justiça para que os tratamentos de seus filhos tenham cobertura por parte dos convênios. Em Porto Alegre, protestos vêm sendo realizados em frente ao Tribunal de Justiça, com participação da associação Mães e Pais pela Democracia, que apoia essa luta. [...]

Fundadora do Projeto Social Angelina Luz, Erika Rocha, mãe de autista, relata como as dificuldades financeiras afetam diretamente o tratamento de sua filha e de tantas outras famílias acompanhadas pelo projeto. “Em sua maioria são mães solos, que ficam anos em filas à espera de tratamento para seus filhos, porque nem têm plano de saúde, sobrevivendo com BPC [Benefício de Prestação Continuada]. A terapia para autistas é caríssima, por isso há alto índice de mães atípicas em depressão”, lamenta.

Ela relata o caso de uma criança autista que, recentemente, ficou convivendo por 12 dias com o corpo da mãe após ela morrer em casa, em Minas Gerais. “É grande a solidão e o desamparo familiar; uma mãe veio a óbito e o filho autista ficou 12 dias com ela morta. E ninguém deu falta, ninguém foi procurar. Essa é a realidade da maioria. Não temos rede de apoio nenhuma, às vezes, nem familiar”, afirma.

FOGLIATTO, Débora. Disponível em: http://www.al.rs.gov.br/agenciadenoticias/destaque/tabid/855/IdMateria/328487/Default.aspx. Acesso em: 23 mai. 2022. (Fragmento adaptado)

 

Supondo-se que você tenha convívio familiar com uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que teve seu tratamento interrompido em função dos altos valores cobrados pela operadora de saúde no sistema de coparticipação, redija uma carta de reclamação à Agência Nacional de Saúde (ANS), questionando a postura da operadora de saúde que viola o direito constitucional à vida e à saúde dos usuários.

Gabarito:

Resolução:



Questão 2399

(UFU/MG)

Estou farto do lirismo comedido do lirismo bem comportado [...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
− Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem.

Em relação aos versos citados do poema “Poética” e à obra Libertinagem, de Manuel Bandeira, marque a assertiva INCORRETA.

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Questão 2545

 (UFU-2006) Leia o trecho seguinte, de Triste fim de Policarpo Quaresma, que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

“Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac conhecem? (...)quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac.

A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

(...) vou cantar a Promessa, conhecem? Não disseram os dois irmãos. (...)h! Anda por aí como as ‘Pombas’ do Raimundo.”

 

Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma.

 

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

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Questão 3019

(Ufu 2016)  O jardim já vai se desmanchando na escuridão, mas Cristina ainda vê uma gravata (cinzenta?) saindo do bolso vermelho. Quer gritar de novo, mas a gravata cala a boca do grito, e já não adianta o pé querer se fincar no chão nem a mão querer fugir: o Homem domina Cristina e a mão dele vai puxando, o joelho vai empurrando, o pé vai castigando, o corpo todinho dele vai pressionando Cristina pra mata. Derruba ela no chão. Monta nela. O escuro toma conta de tudo.

O Homem aperta a gravata na mão feito uma rédea. Com a outra mão vai arrancando, vai rasgando, se livrando de tudo que é pano no caminho.

Agora o Homem é todo músculo. Crescendo.

Só afrouxa a rédea depois do gozo.

Cristina mal consegue tomar fôlego: já sente a gravata solavancando pro pescoço e se enroscando num nó. Que aperta. Aperta mais. Mais.

 

BOJUNGA, Lygia. O abraço. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2014. p. 82

 

 

Instantes derradeiros de O abraço, a passagem narra encontro de Cristina com o ‘Homem’. Levando-se em conta o enredo da obra até seu desenrolar nesses momentos finais, Cristina

 

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Questão 3021

(UFU - 2016 - 1ª FASE)

 

DIONISOS DENDRITES

Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas

Ramos nascem de seu peito

Pés percutem a pedra enegrecida

Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.

 

Acorre o vento ao círculo demente

O vinho espuma nas taças incendiadas.

Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços

Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas

E o vaticínio do tumulto à Noite –

Chegada do inverno aos lares

Fim de guerra em campos estrangeiros.

 

As bocas mordem colos e flancos desnudados:

À sombra mergulham faces convulsivas

Corpos se avizinham à vida fria dos valados

Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.

Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos

Mergulham no vórtice da festa consagrada.

 

E quando o Sol o ingênuo olhar acende

Um secreto murmúrio ata num só feixe

O louro trigo nascido das encostas.

 

SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.

 

Ao evocar a mitologia, Dora Ferreira reativa em seu poema o mito de Dionisos. Nesse resgate do mito do deus Dionisos, o verso  

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