(UNICAMP - 2022 - 2ª FASE)
A atual pandemia não é uma situação de crise claramente contraposta a uma situação de normalidade. Desde a década de 1980 – à medida que o neoliberalismo se foi impondo como a versão dominante do capitalismo e este se foi sujeitando mais e mais à lógica do setor financeiro –, o mundo tem vivido em permanente estado de crise. Uma situação duplamente anômala. Por um lado, a ideia de crise permanente é um oxímoro, e constitui a oportunidade para ser superada e dar origem a um melhor estado de coisas.
(Adaptado de Boaventura de Sousa Santos, A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Almedina, 2020, p. 5.)
Com base no texto e em seus conhecimentos, faça o que se pede a seguir:
a) Diferencie epidemia, pandemia e sindemia, e responda por que a pandemia não atingiu igualmente todas as classes sociais.
b) Defina “neoliberalismo”. Explique por que ele produz uma crise permanente. Com base no conceito de capitalismo, defina normalidade e crise.
Gabarito:
Resolução:
A) Podemos definir epidemia como uma doença que circula (contagiosa) em grupo grande de indivíduos em determinada localidade em nível regional até nacional, já uma pandemia é uma doença altamente infecciosa que atinge uma larga escala de indivíduos a nível mundial e a sindemia seriam doênças interligadas a uma populações específica relacionada a fatores socioeconômicos, doenças que afligem classes, gêneros, orientação sexual e etc. Durante a pandemia de Covid-19 pudemos acompanhar de várias perspectivas as populações atingidas, os níveis de mortalidade e infecciosidade e assim podemos afirmar que a pandemia não atingiu igualmente todas as classes sociais, a partir do momento que o trabalho ou educação remota não é uma alternativa para todas as classes, pois até nos momentos em que o mundo parou, ele não parou para trabalhadores da limpeza urbana, doméstica, profissionais da saúdes, do setor alimentício e entre outros. Onde o uso de máscaras foi corretamente aplicado como obrigatório, mas nem toda a população dispunha de renda para adquirir essa proteção contra a pandemia e não foi política do Estado essa distribuição gratuita, além dos recursos mal distribuídos na saúde que levaram ao colapso total sistemas de saúde de várias regiões do Brasil e do mundo.
B) O Neoliberalismo é uma doutrina socioeconômica que resgata o liberalismo clássico, Estado mínimo, autorregulação do mercado, mão invisível, esse sistema de doutrina econômica e política produz uma crise financeira permanente, pois aposta em um Estado mínimo deixando de lado políticas públicas e tendo como priori a economia privilegiando classes dominantes, onde as classes mais vulneráveis socioeconomicamente estão a um leu constante até o colapso inevitável, pois em gestões políticas e econômicas neoliberais a parcela da população que se beneficia é cada vez menor aumentando o número de de pessoas em vulnerabilidade social por conta da concentração de renda. O conceito de crise no capitalismo se refere às baixas na economia, são situações de crises financeiras nos mercados mundiais como baixas em moedas e bolsas. Já a normalidade seria o conceito oscilatório entre crises e equilíbrios do capital, entre a os governos populares e os que beneficiam a minúscula parcela da população que detém a grande parcela das riquezas e meios de produção.
(Unicamp 2016)
Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.
(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)
Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:
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(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)
É possível fazer educação de qualidade sem escola
É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).
Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.
O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”
Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.
Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro” biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.
Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.
"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala, recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”
Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.
(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)
A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:
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(Unicamp 2016)
Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar
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(Unicamp 2015)
Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.
Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.
Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.
Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.
Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.
Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.
Podemos afirmar que:
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