Questão 70119

(UNICAMP - 2022)

Recentemente, pesquisadores desenvolveram uma célula eletroquímica que usa glicose como combustível para gerar eletricidade (figura ao lado). Na célula usam-se enzimas adsorvidas em eletrodos de papel, onde ocorrem as reações que geram a corrente elétrica. O eletrodo da esquerda é previamente mergulhado em solução de glicose (20 	imes 10^{-3} mol/L) e, depois de retirado dessa solução, a célula está pronta para funcionar. No seu funcionamento (no gráfico, no campo de resposta), observa-se uma queda da corrente ao longo do tempo, um reflexo da diminuição da concentração da glicose. Assim, para efeito de cálculo, podese considerar que a intensidade da corrente elétrica é diretamente proporcional à concentração de glicose.

a) Imagine uma situação em que esta célula eletroquímica esteja inserida diretamente na corrente sanguínea de um indivíduo saudável, cuja concentração de glicose é 90 mg/dL. No gráfico do espaço de resposta, esboce a curva da corrente em função do tempo, produzida pela célula nesta situação. Construa a curva, usando argumentos quantitativos, e justifique seu formato.

b) Com base nas informações do gráfico disposto no espaço de resposta, calcule a quantidade, em mol de glicose, que foi consumida durante as primeiras 3 horas de funcionamento.

Dado: massa molar da glicose = 180 g/mol. Constante de Faraday: 96500 C/moL (1 C = Aꞏs)

Gabarito:

Resolução:

a)

Para calcular a concentração em quantidade de matéria de solução por volume de solução divide-se a concentração em mg/dL pela massa molar de glicose:

[glicose] = C_{glicose}cdot frac{1}{MM_{glicose}}

[glicose] = 90mgcdot dL^{-1}cdot frac{1}{180gcdot mol^{-1}}

[glicose] =frac{1}{2}mmolcdot dL^{-1}

o prefixo d corresponde à 10-1. Isto é, 1dL é igual a 0,1L. Portanto, para expressar a concentração em mmol/L multiplica-se o valor calculado por 10 (ou divide-se por 0,1):

[glicose] =5mmol/L

Da situação descrita no enunciado, conclui-se que a solução de concentração 20mmol/L gera uma corrente inicial de 80µA. Como a corrente e a concentração são diretamente proporcionais, pode-se calcular a corrente gerada pela solução de concentração 5mmol/L através da proporção

20mmol/L __________ 80µA
5mmol/L __________ i

i = frac{5mmolcdot L^{-1}cdot 80mu A}{20mmolcdot L^{-1}}

i = 20mu A

Também a partir da análise do gráfico fornecido, observa-se que a cada 6 horas a corrente decai 25% e neste ponto há uma mudança na inclinação da reta. Portanto, tendo passado 6h, a corrente de 20µA decairá para 15µA.

O esboço da curva deve ter i = 20µA quando t = 0 e i = 15µA quando t = 6h . Essa curva está representada em vermelho na imagem abaixo:

b) A partir do gráfico fornecido, observa-se que no tempo de 3h a corrente decai de 80µA para 70µA. A partir dessa informação, calcula-se a corrente média nesse intervalo de tempo:

i_{media} = frac{|i_{inicial}-i_{final}|}{2}

i_{media} = frac{80mu A-70mu A}{2}

i_{media} = 75mu A

A quantidade total de carga pode ser calculada pela multiplicação entre a corrente média (em µA) e o tempo decorrido (em segundos. Para isso multiplica-se o tempo em horas por 3600):

Q = i cdot t

Q = 75mu Acdot 3cdot 60cdot 60s

Q = 810000mu C

Q = 0,810C

A oxidação de 1mol de glicose libera 2mol de elétrons, como representado pela equação no esquema do enunciado e também pela equação da reação abaixo:

Glicose → Gluconolactona + 2 H+ + 2e-

A quantidade de matéria de glicose consumida no período de 3 horas pode ser calculada a partir da constante de Faraday:

96500 C x 2mol __________ 1mol
0,810 C __________ n

n = 4,197cdot 10^{-6}mol

n = 4,197mu mol



Questão 2440

(Unicamp 2016)

Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.

(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)

Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:

Ver questão

Questão 2558

(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)

É possível fazer educação de qualidade sem escola

É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).

Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.

O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”

Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.

Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro”  biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.

Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as  erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.

"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala,  recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os  nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”

Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se  entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e  governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.

(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)

 

A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:

Ver questão

Questão 2559

(Unicamp 2016)

 

Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar

Ver questão

Questão 2560

(Unicamp 2015)

 

Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.

Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.

 

Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.

Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.

 

Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.

Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.

 

 

Podemos afirmar que:

Ver questão