(UNICAMP - 2024 - 2ª FASE)
Do ponto de vista astronômico, a tropicalidade é estabelecida pelas áreas situadas entre as latitudes de 23º27’33”, ao norte e ao sul do Equador, compondo um anel ao redor do globo, anel este que corresponde a 46% de sua superfície total. O significado dessas linhas é, porém, bem relativo, uma vez que as regiões tropicais estão longe de serem homogêneas, as características da tropicalidade se manifestam para além das linhas dos Trópicos e também podem estar ausentes no interior das zonas tropicais.
(Adaptado de: CONTI, J. B. O meio ambiente Tropical. Geografia, v. 14, n. 28, 1989.)
A partir de seus conhecimentos, da leitura do texto e da análise do mapa, responda às questões, a seguir, sobre a tropicalidade.
a) Uma das características que marca a tropicalidade é a diversidade de paisagens. Aponte duas características biogeográficas de cada uma das seguintes regiões tropicais: áreas de florestas e áreas de savanas.
b) Cerca de 75% da região tropical é formada por oceanos. Apresente duas características da dinâmica dos oceanos na região tropical que influenciam na tropicalidade das áreas continentais; explique como se realiza a transferência de energia entre as regiões tropicais e as regiões temperadas e polares.
Gabarito:
Resolução:
a) As áreas de savanas são caracterizadas na zona tropical pela temperatura quente o ano todo, porém com uma demarcação bem clara entre a estação chuvosa e a estação seca. De forma geral, a vegetação savânica é composta por árvores esparsas que perdem suas folhas durante a estação seca e florescem na estação chuvosa. No Brasil, a vegetação savânica é demarcada pelo bioma Cerrado. As florestas tropicais, por outro lado, são caracterizadas pela grande quantidade de umidade ao longo do ano devido à evapotranspiração da vegetação, gerando uma grande quantidade de espécies endêmicas. No Brasil, as florestas tropicais são representadas, sobretudo, pela Mata Atlântica.
b) As correntes oceânicas exercem forte influência sobre o clima continental, sobretudo a partir da sua latitude de origem, que determina a temperatura da água. No caso das correntes oceânicas que cruzam a zona tropical e tem origem nos polos e nas zonas temperadas, as águas mais frias favorecem a precipitação no oceano, não atigindo o continente e gerando desertos e áreas semiáridas no continente, como no caso do Deserto da Namíbia e a costa do Chile, ambas atingidas por correntes frias. Porém, caso a corrente oceânica tenha origem nas baixas latitudes, a alta temperatura da água favorece as formações arbóreas no litoral dos continentes e a formação de praias, como no caso do litoral brasileiro, que sofre influência da Corrente do Brasil. A circulação das correntes oceânicas favorece a transferência de energia das zonas temperadas para as zonas equatoriais e vice-versa, além disso, a circulação atmosférica, a partir das células convectivas, também transfere energia das baixa latitudes até os polos.
(Unicamp 2016)
Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das instituições democráticas.
(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira, Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)
Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é correto afirmar que:
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(UNICAMP - 2016 - 1ª fase)
É possível fazer educação de qualidade sem escola
É possível fazer educação embaixo de um pé de manga? Não só é, como já acontece em 20 cidades brasileiras e em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.
Decepcionado com o processo de “ensinagem”, o antropólogo Tião Rocha pediu demissão do cargo de professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) e criou em 1984 o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento).
Curvelo, no Sertão mineiro, foi o laboratório da “escola” que abandonou mesa, cadeira, lousa e giz, fez das ruas a sala de aula e envolveu crianças e familiares na pedagogia da roda. “A roda é um lugar da ação e da reflexão, do ouvir e do aprender com o outro. Todos são educadores, porque estão preocupados com a aprendizagem. É uma construção coletiva”, explica.
O educador diz que a roda constrói consensos. “Porque todo processo eletivo é um processo de exclusão, e tudo que exclui não é educativo. Uma escola que seleciona não educa, porque excluiu alguns. A melhor pedagogia é aquela que leva todos os meninos a aprenderem. E todos podem aprender, só que cada um no seu ritmo, não podemos uniformizar.”
Nesses 30 anos, o educador foi engrossando seu dicionário de terminologias educacionais, todas calcadas no saber popular: surgiu a pedagogia do abraço, a pedagogia do brinquedo, a pedagogia do sabão e até oficinas de cafuné. Esta última foi provocada depois que um garoto perguntou: “Tião, como faço para conquistar uma moleca?” Foi a deixa para ele colocar questões de sexualidade na roda.
Para resolver a falência da educação, Tião inventou uma UTI educacional, em que “mães cuidadoras” fazem “biscoito escrevido” e “folia do livro” biblioteca em forma de festa) para ajudar na alfabetização. E ainda colocou em uso termos como “empodimento”, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: “Pode [fazer tal coisa], Tião?” Seguida da resposta certeira: “Pode, pode tudo”.
Aos 66 anos, Tião diz estar convicto de que a escola do futuro não existirá e que ela será substituída por espaços de aprendizagem com todas as erramentas possíveis e necessárias para os estudantes aprenderem.
"Educação se faz com bons educadores, e o modelo escolar arcaico aprisiona e há décadas dá sinais de falência. Não precisamos de sala, recisamos de gente. Não precisamos de prédio, precisamos de espaços de aprendizado. Não precisamos de livros, precisamos ter todos os nstrumentos possíveis que levem o menino a aprender.”
Sem pressa, seguindo a Carta da Terra e citando Ariano Suassuna para dizer que “terceira idade é para fruta: verde, madura e podre”, Tião diz se entir “privilegiado” de viver o que já viveu e acreditar na utopia de não haver mais nenhuma criança analfabeta no Brasil. “Isso não é uma política e governo, nem de terceiro setor, é uma questão ética”, pontua.
(Qsocial, 09/12/2014. Disponível em http://www.cpcd.org.br/portfolio/e_possivel_fazer_educacao_de_qualidade_100_escola/.)
A partir da identificação de várias expressões nominais ao longo do texto, é correto afirmar que:
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(Unicamp 2016)
Em relação ao trecho “E ainda colocou em uso termos como ‘empodimento’, após várias vezes ser questionado pelas comunidades: ‘Pode [fazer tal coisa], Tião?’ Seguida da resposta certeira: ‘Pode, pode tudo’”, é correto afirmar
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(Unicamp 2015)
Dados numéricos e recursos linguísticos colaboram para a construção dos sentidos de um texto.
Leia os títulos de notícias a seguir sobre as vendas do comércio no último Dia dos Pais.
Venda para o Dia dos Pais cresceu 2% em relação ao ano passado.
Adaptado de O Diário Online, 15/08/2014. Disponível em http://www.odiarioonline.com.br/noticia/26953/. Acessado em 20/08/2014.
Só 4 em cada 10 brasileiros compraram presentes no Dia dos Pais.
Época São Paulo, 17/08/2014. Disponível em http://epoca.globo.com/regional/sp/Consumo. Acessado em 20/08/2014.
Podemos afirmar que:
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