(FUVEST - 2005 - 2 FASE) “Este comércio de carne humana é, pois, um cancro que corrói as entranhas do Brasil ... Acabese de uma vez o infame tráfico de escravatura africana... Torno a dizer, porém, que eu não desejo ver abolida de repente a escravidão; tal acontecimento traria consigo grandes males. Para emancipar escravos, sem prejuízo da sociedade, cumpre fazê-los primeiramente dignos da liberdade: cumpre que sejamos forçados pela razão e pela lei a convertê-los gradualmente de vis escravos em homens livres e ativos”.
José Bonifácio, 1823.
a) Qual a posição do autor com relação à escravidão no Brasil?
b) Essas idéias estão relacionadas ao contexto sócio-econômico brasileiro? Por quê?
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(FUVEST - 2005 - 2 FASE) “... o que avulta entre os fatores da revolução de 1930 é o sentimento regionalista, na luta pelo equilíbrio das forças entre os estados federados. Minas Gerais, aliando-se ao Rio Grande do Sul, combatia a hegemonia paulista, que a candidatura do Sr. Júlio Prestes asseguraria por mais quatro anos”.
Barbosa Lima Sobrinho, A verdade sobre a revolução de outubro – 1930 (1933).
a) Explique a questão do regionalismo político no período que antecedeu 1930.
b) Apresente a situação política de São Paulo na federação, depois da tomada do poder, por Getúlio Vargas, em 1930.
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(FUVEST - 2005 - 2 FASE)
Esta fotografia mostra São Paulo, em 1950. Observe-a e responda:
a) Que símbolos da modernidade nela aparecem?
b) Por que São Paulo, a exemplo de outras cidades brasileiras, cresceu tanto a partir da década de 1950?
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(FUVEST - 2005 - 2 FASE) Leia o seguinte texto: Verão excessivo Eu sei que uma andorinha não faz verão, filosofou a andorinha-de-barriga-branca. Está certo, mas agora nós somos tantas, no beiral, que faz um calor terrível, e eu não agüento mais!
(Carlos Drummond de Andrade – Contos plausíveis)
a) Com base na queixa da andorinha-de-barriga-branca, reformule o provérbio “Uma andorinha não faz verão”.
b) Está adequado o emprego do verbo “filosofou”, tendo em vista que ele se refere ao provérbio citado no texto? Justifique sucintamente sua resposta.
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(FUVEST - 2005 - 2 FASE) Leia o seguinte texto: Os irmãos Villas Bôas não conseguiram criar, como queriam, outros parques indígenas em outras áreas. Mas o que criaram dura até hoje, neste país juncado de ruínas novas.
a) Identifique o recurso expressivo de natureza semântica presente na expressão “ruínas novas”.
b) Que prática brasileira é criticada no trecho “país juncado (=coberto) de ruínas novas”?
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(FUVEST - 2005 - 2 FASE) Costuma-se exaltar a cabeça como fonte da razão e denunciar o coração como sede da insensatez, como músculo incapaz de ter autocrítica e de ser original. Que seja assim. E daí? Nada pior do que uma idéia feita, mas nada melhor do que um sentimento usado. A cabeça pode gostar de novidade, mas o coração adora repetir o já provado. Se as idéias vivem da originalidade, os sentimentos gostam da redundância. Não é por acaso que o prazer procura repetição.
(Zuenir Ventura. Crônicas de fim de século)
a) Substitua a expressão “Que seja assim” por outra de sentido equivalente, tendo em vista o contexto.
b) Explique por que o autor considera que tanto a novidade quanto a redundância podem ser desejáveis.
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(FUVEST - 2005 - 2 FASE) Sobre o emprego do gerúndio em frases como “Nós vamos estar analisando os seus dados e vamos estar dando um retorno assim que possível”, um jornalista escreveu uma crônica intitulada “Em 2004, gerundismo zero!”, da qual extraímos o seguinte trecho: Quando a teleatendente diz: “O senhor pode estar aguardando na linha, que eu vou estar transferindo a sua ligação”, ela pensa que está falando bonito. Por sinal, ela não entende por que “eu vou estar transferindo” é errado e “ela está falando bonito” é certo.
a) Você concorda com a afirmação do jornalista sobre o que é certo e o que é errado no emprego do gerúndio? Justifique sucintamente sua resposta.
b) Identifique qual de seus vários sentidos assume o sufixo empregado na formação da palavra “gerundismo”. Cite outra palavra em que se utiliza o mesmo sufixo com esse mesmo sentido.
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(FUVEST - 2005 - 2 FASE) Graciliano Ramos, em seu livro INFÂNCIA, reflete sobre uma de suas marcantes impressões de menino.
Bem e mal ainda não existiam, faltava razão para que nos afligissem com pancadas e gritos. Contudo as pancadas e os gritos figuravam na ordem dos acontecimentos, partiam sempre de seres determinados, como a chuva e o sol vinham do céu. E o céu era terrível, e os donos da casa eram fortes. Ora, sucedia que a minha mãe abrandava de repente e meu pai, silencioso, explosivo, resolvia contar-me histórias. Admirava-me, aceitava a lei nova, ingênuo, admitia que a natureza se houvesse modificado. Fechava-se o doce parêntese – e isso me desorientava.
a) Ao se referir às violências sofridas quando menino, o autor compara-as a elementos da natureza (chuva, sol, céu). O que mostra ele, ao estabelecer tal comparação?
b) Esclareça o preciso significado, no contexto, da expressão “fechava-se o doce parêntese”.
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(FUVEST - 2005 - 2 FASE) Às seis da tarde
Às seis da tarde
as mulheres choravam
no banheiro.
Não choravam por isso
ou por aquilo
choravam porque o pranto subia
garganta acima
mesmo se os filhos cresciam
com boa saúde
se havia comida no fogo
e se o marido lhes dava
do bom e do melhor
choravam porque no céu
além do basculante
o dia se punha
porque uma ânsia
uma dor
uma gastura
era só o que sobrava
dos seus sonhos.
Agora
às seis da tarde
as mulheres regressam do trabalho
o dia se põe
os filhos crescem
o fogo espera
e elas não podem
não querem
chorar na condução.
(Marina Colasanti – Gargantas abertas)
Basculante = um tipo de janela.
Gastura = inquietação nervosa, aflição, mal-estar.
a) O texto faz ver que mudanças históricas ocorridas na situação de vida das mulheres não alteraram substancialmente sua condição subjetiva. Concorda com essa afirmação? Justifique sucintamente.
b) No poema, o emprego dos tempos do imperfeito e do presente do indicativo deixa claro que apenas um deles é capaz de indicar ações repetidas, durativas ou habituais. Concorda com essa afirmação? Justifique sucintamente.
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(FUVEST - 2005 - 2 FASE) Leia o seguinte poema de Manuel Bandeira:
PORQUINHO-DA-ÍNDIA
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas ...
⎯ O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.
a) Aponte, no poema, dois aspectos de estilo que estejam relacionados ao tema da infância. Explique sucintamente.
b) Qual é o elemento comum entre a experiência infantil e a experiência mais adulta presentes no poema? Explique sucintamente.
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