FUVEST 2014

Questão 51147

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) A questão tomam por base uma passagem do artigo Os operários da música livre, de Ronaldo Evangelista.

 

Desde o final do século 20, toda a engrenagem industrial do mercado musical passa por intensas transformações, como o surgimento e disseminação de novas tecnologias, em grande parte gratuitas, como os arquivos MP3s, as redes de compartilhamento destes arquivos, mecanismos torrents, sites de armazenamento de conteúdo, ferramentas de publicação on-line — tudo à disposição de quem quisesse dividir com os outros suas canções e discos favoritos. A era pós-industrial atingiu toda a indústria do entretenimento, mas o braço da música foi quem mais sofreu, especialmente as grandes gravadoras multinacionais, as chamadas majors, que sofreram um declínio em todas as etapas de seu antigo negócio, ao mesmo tempo em que rapidamente se aperfeiçoavam ferramentas baratas e caseiras de produção que diminuíam a distância entre amadores e profissionais.


A era digital é também chamada de pós-industrial porque confronta o modelo de produção que dominava até o final do século 20. Esse modelo industrial é baseado na repetição, em formatar e embalar. Por trás disso, a ideia é obter a máxima produção — o que, para produtos em geral, funciona muito bem. Quando esses parâmetros são aplicados à arte, a venda do produto (por exemplo, o disco) depende do conteúdo (a canção). A canção que vai resultar nessa “produção máxima” é buscada por meio de um equilíbrio entre criatividade e uma fórmula de sucesso que desperte o interesse do público. Como estudos ainda não conseguiram decifrar como direcionar a criatividade de uma maneira que certamente despertará esse interesse (e maximizará a produção), a opção normalmente costuma ser pela solução mais simples.


“Cada um tem descoberto suas fórmulas e possibilidades, pois tudo tende a ser cada vez menos homogêneo”, opina o baiano Lucas Santtana, que realizou seus discos recentes às próprias custas.“Claro que ainda existe uma distância em relação aos artistas chamados mainstream”, continua. “Mas você muda o tamanho da escala e já está tudo igual em termos de business. A pergunta é se essa geração faz uma música para esse grande mercado ou se ela está formando um novo público. Outra pergunta é se o grande mercado na verdade não passa de uma imposição de uma máfia que dita o que vai ser popular.”


(Galileu, março de 2013. Adaptado.)

Em seu depoimento no artigo, o músico Lucas Santtana sugere que o grande mercado talvez não passe da imposição de uma máfia. O termo máfia, nesse caso, foi empregado no sentido de

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Questão 51151

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) A questão tomam por base uma passagem do artigo Os operários da música livre, de Ronaldo Evangelista.

 

Desde o final do século 20, toda a engrenagem industrial do mercado musical passa por intensas transformações, como o surgimento e disseminação de novas tecnologias, em grande parte gratuitas, como os arquivos MP3s, as redes de compartilhamento destes arquivos, mecanismos torrents, sites de armazenamento de conteúdo, ferramentas de publicação on-line — tudo à disposição de quem quisesse dividir com os outros suas canções e discos favoritos. A era pós-industrial atingiu toda a indústria do entretenimento, mas o braço da música foi quem mais sofreu, especialmente as grandes gravadoras multinacionais, as chamadas majors, que sofreram um declínio em todas as etapas de seu antigo negócio, ao mesmo tempo em que rapidamente se aperfeiçoavam ferramentas baratas e caseiras de produção que diminuíam a distância entre amadores e profissionais.


A era digital é também chamada de pós-industrial porque confronta o modelo de produção que dominava até o final do século 20. Esse modelo industrial é baseado na repetição, em formatar e embalar. Por trás disso, a ideia é obter a máxima produção — o que, para produtos em geral, funciona muito bem. Quando esses parâmetros são aplicados à arte, a venda do produto (por exemplo, o disco) depende do conteúdo (a canção). A canção que vai resultar nessa “produção máxima” é buscada por meio de um equilíbrio entre criatividade e uma fórmula de sucesso que desperte o interesse do público. Como estudos ainda não conseguiram decifrar como direcionar a criatividade de uma maneira que certamente despertará esse interesse (e maximizará a produção), a opção normalmente costuma ser pela solução mais simples.


“Cada um tem descoberto suas fórmulas e possibilidades, pois tudo tende a ser cada vez menos homogêneo”, opina o baiano Lucas Santtana, que realizou seus discos recentes às próprias custas.“Claro que ainda existe uma distância em relação aos artistas chamados mainstream”, continua. “Mas você muda o tamanho da escala e já está tudo igual em termos de business. A pergunta é se essa geração faz uma música para esse grande mercado ou se ela está formando um novo público. Outra pergunta é se o grande mercado na verdade não passa de uma imposição de uma máfia que dita o que vai ser popular.”


(Galileu, março de 2013. Adaptado.)

Como estudos ainda não conseguiram decifrar como direcionar a criatividade de uma maneira que certamente despertará esse interesse (e maximizará a produção), a opção normalmente costuma ser pela solução mais simples.

O período em destaque apresenta muitos ecos (coincidências de sons de finais de palavras). Uma das formas de evitá-los e tornar a sequência mais fluente seria colocar “conduzir”, "tal", "quantidade produzida" em lugar de, respectivamente,
“tal”, “quantidade produzida” em lugar de, respectivamente,

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Questão 51164

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) Para responder à questão, leia o fragmento de um texto publicado em 1867 no seminário Cabrião.

 

São Paulo, 10 de março de 1867.
 

Estamos em plena quaresma.


A população paulista azafama-se a preparar-se para a lavagem geral das consciências nas águas lustrais do confessionário e do jejum.
 

A cambuquira* e o bacalhau afidalgam-se no mercado.
 

A carne, mísera condenada pelos santos concílios, fica reduzida aos pouquíssimos dentes acatólicos da população, e desce quase a zero na pauta dos preços.


O que não sobe nem desce na escala dos fatos normais é a vilania, a usura, o egoísmo, a estatística dos crimes e o montão de fatos vergonhosos, perversos, ruins e feios que precedem todas as contrições oficiais do confessionário, e que depois delas continuam com imperturbável regularidade.


É o caso de desejar-se mais obras e menos palavras. E se não, de que é que serve o jejum, as macerações, o arrependimento, a contrição e quejandas religiosidades?

 

O que é a religião sem o aperfeiçoamento moral da consciência?
 

O que vale a perturbação das funções gastronômicas do estômago sem consciência livre, ilustrada, honesta e virtuosa?
 

Seja como for, o fato é que a quaresma toma as rédeas do governo social, e tudo entristece, e tudo esfria com o exercício de seus místicos preceitos de silêncio e meditação.


De que é que vale a meditação por ofício, a meditação hipócrita e obrigada, que consiste unicamente na aparência?


Pois o que é que constitui a virtude? É a forma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua feição ostensiva?
 

Neste sentido, aconselhamos aos bons leitores que comutem sem o menor escrúpulo os jejuns, as confissões e rezas em boas e santas ações, em esmolas aos pobres.
 

(Ângelo Agostini, Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis. Cabrião, 10.03.1867. Adaptado.)
 

* Iguaria constituída de brotos de abóbora guisados, geralmente servida como acompanhamento de assados.

 

Pelo seu tema e desenvolvimento argumentativo, o texto pode ser classificado como

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Questão 51166

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) Para responder à questão, leia o fragmento de um texto publicado em 1867 no seminário Cabrião.

 

São Paulo, 10 de março de 1867.
 

Estamos em plena quaresma.


A população paulista azafama-se a preparar-se para a lavagem geral das consciências nas águas lustrais do confessionário e do jejum.
 

A cambuquira* e o bacalhau afidalgam-se no mercado.
 

A carne, mísera condenada pelos santos concílios, fica reduzida aos pouquíssimos dentes acatólicos da população, e desce quase a zero na pauta dos preços.


O que não sobe nem desce na escala dos fatos normais é a vilania, a usura, o egoísmo, a estatística dos crimes e o montão de fatos vergonhosos, perversos, ruins e feios que precedem todas as contrições oficiais do confessionário, e que depois delas continuam com imperturbável regularidade.


É o caso de desejar-se mais obras e menos palavras. E se não, de que é que serve o jejum, as macerações, o arrependimento, a contrição e quejandas religiosidades?

 

O que é a religião sem o aperfeiçoamento moral da consciência?
 

O que vale a perturbação das funções gastronômicas do estômago sem consciência livre, ilustrada, honesta e virtuosa?
 

Seja como for, o fato é que a quaresma toma as rédeas do governo social, e tudo entristece, e tudo esfria com o exercício de seus místicos preceitos de silêncio e meditação.


De que é que vale a meditação por ofício, a meditação hipócrita e obrigada, que consiste unicamente na aparência?


Pois o que é que constitui a virtude? É a forma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua feição ostensiva?
 

Neste sentido, aconselhamos aos bons leitores que comutem sem o menor escrúpulo os jejuns, as confissões e rezas em boas e santas ações, em esmolas aos pobres.
 

(Ângelo Agostini, Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis. Cabrião, 10.03.1867. Adaptado.)
 

* Iguaria constituída de brotos de abóbora guisados, geralmente servida como acompanhamento de assados.

 

A cambuquira e o bacalhau afidalgam-se no mercado.

Ao empregar o verbo “afidalgar-se” (tornar-se fidalgo, enobrecer; assumir ares de fidalgo, tornar-se distinto), os autores do texto sugerem, com bom humor, que a cambuquira e o bacalhau

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Questão 51168

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) Para responder à questão, leia o fragmento de um texto publicado em 1867 no seminário Cabrião.

 

São Paulo, 10 de março de 1867.
 

Estamos em plena quaresma.


A população paulista azafama-se a preparar-se para a lavagem geral das consciências nas águas lustrais do confessionário e do jejum.
 

A cambuquira* e o bacalhau afidalgam-se no mercado.
 

A carne, mísera condenada pelos santos concílios, fica reduzida aos pouquíssimos dentes acatólicos da população, e desce quase a zero na pauta dos preços.


O que não sobe nem desce na escala dos fatos normais é a vilania, a usura, o egoísmo, a estatística dos crimes e o montão de fatos vergonhosos, perversos, ruins e feios que precedem todas as contrições oficiais do confessionário, e que depois delas continuam com imperturbável regularidade.


É o caso de desejar-se mais obras e menos palavras. E se não, de que é que serve o jejum, as macerações, o arrependimento, a contrição e quejandas religiosidades?

 

O que é a religião sem o aperfeiçoamento moral da consciência?
 

O que vale a perturbação das funções gastronômicas do estômago sem consciência livre, ilustrada, honesta e virtuosa?
 

Seja como for, o fato é que a quaresma toma as rédeas do governo social, e tudo entristece, e tudo esfria com o exercício de seus místicos preceitos de silêncio e meditação.


De que é que vale a meditação por ofício, a meditação hipócrita e obrigada, que consiste unicamente na aparência?


Pois o que é que constitui a virtude? É a forma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua feição ostensiva?
 

Neste sentido, aconselhamos aos bons leitores que comutem sem o menor escrúpulo os jejuns, as confissões e rezas em boas e santas ações, em esmolas aos pobres.
 

(Ângelo Agostini, Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis. Cabrião, 10.03.1867. Adaptado.)
 

* Iguaria constituída de brotos de abóbora guisados, geralmente servida como acompanhamento de assados.

 

[...] fica reduzida aos pouquíssimos dentes acatólicos da população.
 

Na expressão dentes acatólicos, a palavra “dentes” é empregada em lugar de “pessoas”, segundo uma relação semântica de

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Questão 51171

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) Para responder à questão, leia o fragmento de um texto publicado em 1867 no seminário Cabrião.

 

São Paulo, 10 de março de 1867.
 

Estamos em plena quaresma.


A população paulista azafama-se a preparar-se para a lavagem geral das consciências nas águas lustrais do confessionário e do jejum.
 

A cambuquira* e o bacalhau afidalgam-se no mercado.
 

A carne, mísera condenada pelos santos concílios, fica reduzida aos pouquíssimos dentes acatólicos da população, e desce quase a zero na pauta dos preços.


O que não sobe nem desce na escala dos fatos normais é a vilania, a usura, o egoísmo, a estatística dos crimes e o montão de fatos vergonhosos, perversos, ruins e feios que precedem todas as contrições oficiais do confessionário, e que depois delas continuam com imperturbável regularidade.


É o caso de desejar-se mais obras e menos palavras. E se não, de que é que serve o jejum, as macerações, o arrependimento, a contrição e quejandas religiosidades?

 

O que é a religião sem o aperfeiçoamento moral da consciência?
 

O que vale a perturbação das funções gastronômicas do estômago sem consciência livre, ilustrada, honesta e virtuosa?
 

Seja como for, o fato é que a quaresma toma as rédeas do governo social, e tudo entristece, e tudo esfria com o exercício de seus místicos preceitos de silêncio e meditação.


De que é que vale a meditação por ofício, a meditação hipócrita e obrigada, que consiste unicamente na aparência?


Pois o que é que constitui a virtude? É a forma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua feição ostensiva?
 

Neste sentido, aconselhamos aos bons leitores que comutem sem o menor escrúpulo os jejuns, as confissões e rezas em boas e santas ações, em esmolas aos pobres.
 

(Ângelo Agostini, Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis. Cabrião, 10.03.1867. Adaptado.)
 

* Iguaria constituída de brotos de abóbora guisados, geralmente servida como acompanhamento de assados.

 

Segundo os autores, os pecados declarados no confessionário

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Questão 51173

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) Para responder à questão, leia o fragmento de um texto publicado em 1867 no seminário Cabrião.

 

São Paulo, 10 de março de 1867.
 

Estamos em plena quaresma.


A população paulista azafama-se a preparar-se para a lavagem geral das consciências nas águas lustrais do confessionário e do jejum.
 

A cambuquira* e o bacalhau afidalgam-se no mercado.
 

A carne, mísera condenada pelos santos concílios, fica reduzida aos pouquíssimos dentes acatólicos da população, e desce quase a zero na pauta dos preços.


O que não sobe nem desce na escala dos fatos normais é a vilania, a usura, o egoísmo, a estatística dos crimes e o montão de fatos vergonhosos, perversos, ruins e feios que precedem todas as contrições oficiais do confessionário, e que depois delas continuam com imperturbável regularidade.


É o caso de desejar-se mais obras e menos palavras. E se não, de que é que serve o jejum, as macerações, o arrependimento, a contrição e quejandas religiosidades?

 

O que é a religião sem o aperfeiçoamento moral da consciência?
 

O que vale a perturbação das funções gastronômicas do estômago sem consciência livre, ilustrada, honesta e virtuosa?
 

Seja como for, o fato é que a quaresma toma as rédeas do governo social, e tudo entristece, e tudo esfria com o exercício de seus místicos preceitos de silêncio e meditação.


De que é que vale a meditação por ofício, a meditação hipócrita e obrigada, que consiste unicamente na aparência?


Pois o que é que constitui a virtude? É a forma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua feição ostensiva?
 

Neste sentido, aconselhamos aos bons leitores que comutem sem o menor escrúpulo os jejuns, as confissões e rezas em boas e santas ações, em esmolas aos pobres.
 

(Ângelo Agostini, Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis. Cabrião, 10.03.1867. Adaptado.)
 

* Iguaria constituída de brotos de abóbora guisados, geralmente servida como acompanhamento de assados.

 

Pois o que é que constitui a virtude? É a forma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua feição ostensiva?
 

Marque a alternativa cuja passagem responde à questão levantada pelos autores no trecho em destaque.

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Questão 51186

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) A questão aborda um poema de Raul de Leoni (1895-1926).

 

A alma das cousas somos nós...

 

Dentro do eterno giro universal

Das cousas, tudo vai e volta à alma da gente,

Mas, se nesse vaivém tudo parece igual

Nada mais, na verdade

(5) Nunca mais se repete exatamente...

 

Sim, as cousas são sempre as mesmas na corrente

Que no-las leva e traz, num círculo fatal;

O que varia é o espírito que as sente

Que é imperceptivelmente desigual,

(10) Que sempre as vive diferentemente,

E, assim, a vida é sempre inédita, afinal...

 

Estado de alma em fuga pelas horas,

Tons esquivos e trêmulos, nuanças

Suscetíveis, sutis, que fogem no Íris

(15) Da sensibilidade furta-cor...

E a nossa alma é a expressão fugitiva das cousas

E a vida somos nós, que sempre somos outros!...

Homem inquieto e vão que não repousas!

Para e escuta:

(20) Se as cousas têm espírito, nós somos

Esse espírito efêmero das cousas,

Volúvel e diverso,

Variando, instante a instante, intimamente,

E eternamente,

(25) Dentro da indiferença do Universo!...

 

(Luz mediterrânea, 1965.)

Uma leitura atenta do poema permite concluir que seu título representa

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Questão 51194

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) A questão aborda um poema de Raul de Leoni (1895-1926).

 

A alma das cousas somos nós...

Dentro do eterno giro universal
Das cousas, tudo vai e volta à alma da gente,
Mas, se nesse vaivém tudo parece igual
Nada mais, na verdade

(5) Nunca mais se repete exatamente...

Sim, as cousas são sempre as mesmas na corrente
Que no-las leva e traz, num círculo fatal;
O que varia é o espírito que as sente
Que é imperceptivelmente desigual,

(10) Que sempre as vive diferentemente,
E, assim, a vida é sempre inédita, afinal...

Estado de alma em fuga pelas horas,
Tons esquivos e trêmulos, nuanças
Suscetíveis, sutis, que fogem no Íris

(15) Da sensibilidade furta-cor...
E a nossa alma é a expressão fugitiva das cousas
E a vida somos nós, que sempre somos outros!...
Homem inquieto e vão que não repousas!
Para e escuta:

(20) Se as cousas têm espírito, nós somos
Esse espírito efêmero das cousas,
Volúvel e diverso,
Variando, instante a instante, intimamente,
E eternamente,

(25) Dentro da indiferença do Universo!...

(Luz mediterrânea, 1965.)

Considerando o eixo temático do poema e o modo como é desenvolvido, verifica-se que nele se faz uma reflexão de fundo

Ver questão

Questão 51197

(UNESP - 2014 - 1ª FASE) A questão aborda um poema de Raul de Leoni (1895-1926).

 

A alma das cousas somos nós...

 

Dentro do eterno giro universal

Das cousas, tudo vai e volta à alma da gente,

Mas, se nesse vaivém tudo parece igual

Nada mais, na verdade

(5) Nunca mais se repete exatamente...

 

Sim, as cousas são sempre as mesmas na corrente

Que no-las leva e traz, num círculo fatal;

O que varia é o espírito que as sente

Que é imperceptivelmente desigual,

(10) Que sempre as vive diferentemente,

E, assim, a vida é sempre inédita, afinal...

 

Estado de alma em fuga pelas horas,

Tons esquivos e trêmulos, nuanças

Suscetíveis, sutis, que fogem no Íris

(15) Da sensibilidade furta-cor...

E a nossa alma é a expressão fugitiva das cousas

E a vida somos nós, que sempre somos outros!...

Homem inquieto e vão que não repousas!

Para e escuta:

(20) Se as cousas têm espírito, nós somos

Esse espírito efêmero das cousas,

Volúvel e diverso,

Variando, instante a instante, intimamente,

E eternamente,

(25) Dentro da indiferença do Universo!...

 

(Luz mediterrânea, 1965.)

 

Embora pareça constituído de versos livres modernistas, o poema em questão ainda segue a versificação medida, combinando versos de diferentes extensões, com predomínio dos de doze e dez sílabas métricas. Assinale a alternativa que indica, na primeira estrofe, pela ordem em que surgem, os versos de dez sílabas métricas, denominados decassílabos.

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