FUVEST 2014

Questão 24418

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

A próxima questão toma por base um poema satírico do poeta português João de Deus (1830-1896)

 

Ossos do ofício

Uma vez uma besta do tesouro,

Uma besta fiscal,

Ia de volta para a capital,

Carregada de cobre, prata e ouro;

E no caminho

Encontra-se com outra carregada

De cevada, Que ia para o moinho.


Passa-lhe logo adiante

Largo espaço,

Coleando arrogante

E a cada passo Repicando a choquilha

Que se ouvia distante.

 

Mas salta uma quadrilha

De ladrões,

Como leões,

E qual mais presto

Se lhe agarra ao cabresto.

Ela reguinga, dá uma sacada

Já cuidando

Que desfazia o bando;

Mas, coitada!

Foi tanta a bordoada,

Ah! que exclamava enfim A besta oficial:

— Nunca imaginei tal!

Tratada assim

Uma besta real!...

Mas aquela que vinha atrás de mim,

Por que a não tratais mal?

 

“Minha amiga, cá vou no meu sossego,

Tu tens um belo emprego!

Tu sustentas-te a fava, e eu a troços!

Tu lá serves el-rei, e eu um moleiro!

Ossos do ofício, que o não há sem ossos.”

(Campo de flores, s/d.)

Empregada na segunda estrofe, a palavra choquilha não é registrada em alguns dicionários. No entanto, pelo contexto dessa estrofe, sobretudo pela presença da forma verbal repicando, torna-se possível verificar que significa 

Ver questão

Questão 24419

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

A próxima questão toma por base um poema satírico do poeta português João de Deus (1830-1896)

Ossos do ofício

Uma vez uma besta do tesouro,

Uma besta fiscal,

Ia de volta para a capital,

Carregada de cobre, prata e ouro;

E no caminho

Encontra-se com outra carregada

De cevada, Que ia para o moinho.


Passa-lhe logo adiante

Largo espaço,

Coleando arrogante

E a cada passo Repicando a choquilha

Que se ouvia distante.

 

Mas salta uma quadrilha

De ladrões,

Como leões,

E qual mais presto

Se lhe agarra ao cabresto.

Ela reguinga, dá uma sacada

Já cuidando

Que desfazia o bando;

Mas, coitada!

Foi tanta a bordoada,

Ah! que exclamava enfim A besta oficial:

— Nunca imaginei tal!

Tratada assim

Uma besta real!...

Mas aquela que vinha atrás de mim,

Por que a não tratais mal?

 

“Minha amiga, cá vou no meu sossego,

Tu tens um belo emprego!

Tu sustentas-te a fava, e eu a troços!

Tu lá serves el-rei, e eu um moleiro!

Ossos do ofício, que o não há sem ossos.”

(Campo de flores, s/d.)

Na terceira estrofe, com relação à oração principal do período de que faz parte, a oração que exclamava enfim expressa 

Ver questão

Questão 24420

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

A próxima questão toma por base um poema satírico do poeta português João de Deus (1830-1896)

 

Ossos do ofício

Uma vez uma besta do tesouro,

Uma besta fiscal,

Ia de volta para a capital,

Carregada de cobre, prata e ouro;

E no caminho

Encontra-se com outra carregada

De cevada, Que ia para o moinho.


Passa-lhe logo adiante

Largo espaço,

Coleando arrogante

E a cada passo Repicando a choquilha

Que se ouvia distante.

 

Mas salta uma quadrilha

De ladrões,

Como leões,

E qual mais presto

Se lhe agarra ao cabresto.

Ela reguinga, dá uma sacada

Já cuidando

Que desfazia o bando;

Mas, coitada!

Foi tanta a bordoada,

Ah! que exclamava enfim A besta oficial:

— Nunca imaginei tal!

Tratada assim

Uma besta real!...

Mas aquela que vinha atrás de mim,

Por que a não tratais mal?

 

“Minha amiga, cá vou no meu sossego,

Tu tens um belo emprego!

Tu sustentas-te a fava, e eu a troços!

Tu lá serves el-rei, e eu um moleiro!

Ossos do ofício, que o não há sem ossos.”

(Campo de flores, s/d.)

Considerando que a sátira se apresenta sob forma de fábula, com personagens animais assumindo modos de agir e pensar tipicamente humanos, verifica-se que a atitude da besta real em relação à outra traduz um preconceito de 

Ver questão

Questão 24421

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

A próxima questão toma por base um poema satírico do poeta português João de Deus (1830-1896)

Ossos do ofício

Uma vez uma besta do tesouro,

Uma besta fiscal,

Ia de volta para a capital,

Carregada de cobre, prata e ouro;

E no caminho

Encontra-se com outra carregada

De cevada, Que ia para o moinho.


Passa-lhe logo adiante

Largo espaço,

Coleando arrogante

E a cada passo Repicando a choquilha

Que se ouvia distante.

 

Mas salta uma quadrilha

De ladrões,

Como leões,

E qual mais presto

Se lhe agarra ao cabresto.

Ela reguinga, dá uma sacada

Já cuidando

Que desfazia o bando;

Mas, coitada!

Foi tanta a bordoada,

Ah! que exclamava enfim A besta oficial:

— Nunca imaginei tal!

Tratada assim

Uma besta real!...

Mas aquela que vinha atrás de mim,

Por que a não tratais mal?

 

“Minha amiga, cá vou no meu sossego,

Tu tens um belo emprego!

Tu sustentas-te a fava, e eu a troços!

Tu lá serves el-rei, e eu um moleiro!

Ossos do ofício, que o não há sem ossos.”

(Campo de flores, s/d.)

Na última estrofe, o comentário da besta que ia para o moinho corresponde à moral da fábula e equivale, no contexto, ao provérbio: 

Ver questão

Questão 24422

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

A(s) questão(ões) a seguir focaliza(m) uma passagem de um artigo de José Francisco Botelho e uma das ilustrações de Carlo Giovani a esse artigo.

Compaixão

        Considerada a maior de todas as virtudes por religiões como o budismo e o hinduísmo, a compaixão é a capacidade humana de compartilhar (ou experimentar de forma parcial) os sentimentos alheios — principalmente o sofrimento. Mas a onipresença da miséria humana faz da compaixão uma virtude potencialmente paralisante. Afogados na enchente das dores alheias, podemos facilmente cair no desespero e na inação. Por isso, a piedade tem uma reputação conturbada na história do pensamento: se alguns a apontaram como o alicerce da ética e da moral, outros viram nela uma armadilha, um mero acréscimo de tristeza a um Universo já suficientemente amargo. Porém, vale lembrar que as virtudes, para funcionarem, devem se encaixar umas às outras: quando aliado à temperança, o sentimento de comiseração pelas dores do mundo pode ser um dos caminhos que nos afastam da cratera de Averno*. Dosando com prudência uma compaixão potencialmente infinita, é possível sentirmos de forma mais intensa a felicidade, a nossa e a dos outros — como alguém que se delicia com um gole de água fresca, lembrando-se do deserto que arde lá fora.

        Isso tudo pode parecer estranho, mas o fato é que a denúncia da compaixão segue um raciocínio bastante rigoroso. O sofrimento — e todos concordam — é algo ruim. A compaixão multiplica o sofrimento do mundo, fazendo com que a dor de uma criatura seja sentida também por outra. E o que é pior: ao passar a infelicidade adiante, ela não corrige, nem remedia, nem alivia a dor original. Como essa infiltração universal da tristeza poderia ser uma virtude? No século 1 a.C., Cícero escreveu: “Por que sentir piedade, se em vez disso podemos simplesmente ajudar os sofredores? Devemos ser justos e caridosos, mas sem sofrer o que os outros sofrem”.

* Os romanos consideravam a cratera vulcânica de Averno, situada perto de Nápoles, como entrada para o mundo inferior, o mundo dos mortos, governado por Plutão.

Por meio da expressão onipresença da miséria humana, o autor do artigo salienta que 

Ver questão

Questão 24423

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

A(s) questão(ões) a seguir focaliza(m) uma passagem de um artigo de José Francisco Botelho e uma das ilustrações de Carlo Giovani a esse artigo.

Compaixão

        Considerada a maior de todas as virtudes por religiões como o budismo e o hinduísmo, a compaixão é a capacidade humana de compartilhar (ou experimentar de forma parcial) os sentimentos alheios — principalmente o sofrimento. Mas a onipresença da miséria humana faz da compaixão uma virtude potencialmente paralisante. Afogados na enchente das dores alheias, podemos facilmente cair no desespero e na inação. Por isso, a piedade tem uma reputação conturbada na história do pensamento: se alguns a apontaram como o alicerce da ética e da moral, outros viram nela uma armadilha, um mero acréscimo de tristeza a um Universo já suficientemente amargo. Porém, vale lembrar que as virtudes, para funcionarem, devem se encaixar umas às outras: quando aliado à temperança, o sentimento de comiseração pelas dores do mundo pode ser um dos caminhos que nos afastam da cratera de Averno*. Dosando com prudência uma compaixão potencialmente infinita, é possível sentirmos de forma mais intensa a felicidade, a nossa e a dos outros — como alguém que se delicia com um gole de água fresca, lembrando-se do deserto que arde lá fora.

        Isso tudo pode parecer estranho, mas o fato é que a denúncia da compaixão segue um raciocínio bastante rigoroso. O sofrimento — e todos concordam — é algo ruim. A compaixão multiplica o sofrimento do mundo, fazendo com que a dor de uma criatura seja sentida também por outra. E o que é pior: ao passar a infelicidade adiante, ela não corrige, nem remedia, nem alivia a dor original. Como essa infiltração universal da tristeza poderia ser uma virtude? No século 1 a.C., Cícero escreveu: “Por que sentir piedade, se em vez disso podemos simplesmente ajudar os sofredores? Devemos ser justos e caridosos, mas sem sofrer o que os outros sofrem”.

* Os romanos consideravam a cratera vulcânica de Averno, situada perto de Nápoles, como entrada para o mundo inferior, o mundo dos mortos, governado por Plutão.

“Por que sentir piedade, se em vez disso podemos simplesmente ajudar os sofredores? Devemos ser justos e caridosos, mas sem sofrer o que os outros sofrem”.

A argumentação de Cícero sugere que

Ver questão

Questão 24424

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

A(s) questão(ões) a seguir focaliza(m) uma passagem de um artigo de José Francisco Botelho e uma das ilustrações de Carlo Giovani a esse artigo.

Compaixão

        Considerada a maior de todas as virtudes por religiões como o budismo e o hinduísmo, a compaixão é a capacidade humana de compartilhar (ou experimentar de forma parcial) os sentimentos alheios — principalmente o sofrimento. Mas a onipresença da miséria humana faz da compaixão uma virtude potencialmente paralisante. Afogados na enchente das dores alheias, podemos facilmente cair no desespero e na inação. Por isso, a piedade tem uma reputação conturbada na história do pensamento: se alguns a apontaram como o alicerce da ética e da moral, outros viram nela uma armadilha, um mero acréscimo de tristeza a um Universo já suficientemente amargo. Porém, vale lembrar que as virtudes, para funcionarem, devem se encaixar umas às outras: quando aliado à temperança, o sentimento de comiseração pelas dores do mundo pode ser um dos caminhos que nos afastam da cratera de Averno*. Dosando com prudência uma compaixão potencialmente infinita, é possível sentirmos de forma mais intensa a felicidade, a nossa e a dos outros — como alguém que se delicia com um gole de água fresca, lembrando-se do deserto que arde lá fora.

        Isso tudo pode parecer estranho, mas o fato é que a denúncia da compaixão segue um raciocínio bastante rigoroso. O sofrimento — e todos concordam — é algo ruim. A compaixão multiplica o sofrimento do mundo, fazendo com que a dor de uma criatura seja sentida também por outra. E o que é pior: ao passar a infelicidade adiante, ela não corrige, nem remedia, nem alivia a dor original. Como essa infiltração universal da tristeza poderia ser uma virtude? No século 1 a.C., Cícero escreveu: “Por que sentir piedade, se em vez disso podemos simplesmente ajudar os sofredores? Devemos ser justos e caridosos, mas sem sofrer o que os outros sofrem”.

* Os romanos consideravam a cratera vulcânica de Averno, situada perto de Nápoles, como entrada para o mundo inferior, o mundo dos mortos, governado por Plutão.

Na ilustração apresentada logo após o texto, os elementos visuais postos em arranjo representam 

 

Ver questão

Questão 24429

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

O número total de refugiados por causa da guerra civil na Síria chegou a 2 milhões, informa nesta terça-feira [03.09.2013] o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur. De acordo com um informe da agência, não há previsão de melhora na situação, que já dura dois anos e meio. Ainda de acordo com o Acnur, o número de refugiados representa um salto de quase 1,8 milhão em 12 meses. Há exato um ano, o número de sírios registrados como refugiados ou aguardando registro era de 230 mil.

(http://g1.globo.com. Adaptado.)

Considerando as diversas causas que determinam a natureza dos fluxos demográficos, o termo que melhor qualifica o tipo de migração retratado no texto é migração

Ver questão

Questão 24430

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

Denunciada por grandes meios de comunicação durante o ano de 2013, a espionagem internacional praticada pelos EUA foi justificada por seu governo como “necessária”, em razão de sua atual doutrina de segurança nacional. Tal doutrina de segurança é conhecida como

Ver questão

Questão 24431

(UNESP - 2014/2 - 1a fase)

Mata de terra firme, mata de várzea e igapó são formações vegetais típicas deste bioma. Em razão do processo de uso e ocupação do território brasileiro e das ações dirigidas à preservação dos recursos naturais realizadas nas últimas décadas, este bioma constitui-se também naquele que guarda as maiores extensões de floresta nativa no Brasil, ainda que seu desmatamento não tenha sido completamente cessado.

O texto refere-se ao bioma

Ver questão