FUVEST 2016

Questão 42628

(UFPR - 2016 - 1ª FASE)

A épica narrativa de nosso caminho até aqui

Quando viajamos para o exterior, muitas vezes passamos pela experiência de aprender mais sobre o nosso país. Ao nos depararmos com uma realidade diferente 1daquela em que estamos imersos cotidianamente, o estranhamento serve de alerta: deve haver uma razão, um motivo, para que as coisas funcionem em cada lugar de um jeito. Presentes diferentes só podem resultar de passados diferentes. Essa constatação pode ser um poderoso impulso para conhecer melhor a nossa história.

Algo assim vem ocorrendo no campo de estudos sobre o Sistema Solar. O florescimento da busca de planetas extrassolares – aqueles que orbitam em torno de outras estrelas – equivaleu a dar uma espiadinha no país vizinho, para ver como vivem “seus habitantes”. Os resultados são surpreendentes. Em certos sistemas, os planetas estão tão perto de suas estrelas que completam uma órbita em poucos dias. Muitos são gigantes feitos de gás, e alguns chegam a possuir mais de seis vezes a massa e quase sete vezes o raio de Júpiter, o grandalhão do nosso sistema. Já os nossos planetas rochosos, classe em que se enquadram Terra, Mercúrio, Vênus e Marte, parecem ser mais bem raros do que imaginávamos a princípio.

A constatação de que somos quase um ponto fora da curva (pelo menos no que tange ao nosso atual estágio de conhecimento de sistemas planetários) provocou os astrônomos a formular novas teorias para explicar como o Sistema Solar adquiriu sua atual configuração. 2Isso implica responder perguntas tais como quando se formaram os planetas gasosos, por que estão nas órbitas em que estão hoje, de que forma os planetas rochosos surgiram etc.

Nosso artigo de capa traz algumas das respostas que foram formuladas nos últimos 15 a 20 anos. Embora não sejam consensuais, teorias como o Grand Tack, o Grande Ataque e o Modelo de Nice têm desfrutado de grande prestígio na comunidade astronômica e oferecem uma fascinante narrativa da cadeia de eventos que pode ter permitido o surgimento da Terra e, em última instância, da vida por aqui. [...]

(Paulo Nogueira, editorial de Scientific American – Brasil – nº 168, junho 2016.)

O autor inicia o texto falando de nosso estranhamento quando conhecemos outros países, com seus usos e costumes. Ao fazer isso, sua intenção é:  

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Questão 42632

(UFPR - 2016 - 1ª FASE)

Por que a cultura do sul ficou de fora do retrato do Brasil nas olimpíadas?

       Depois de uma abertura que falou das etnias que formaram o povo brasileiro, a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, realizada neste domingo (21), teve mais cara de carnaval. A ideia da diretora criativa da festa, Rosa Magalhães, era mostrar “o sentimento de brasilidade”, conforme ela explicou ao jornal “O Globo” dias antes da cerimônia.

       Carnavalesca da escola de samba carioca São Clemente, Rosa usou elementos alegóricos para mostrar a arte feita pelo povo do país – para ela, “marca da nossa identidade cultural”. Teve menção a choro, samba carioca, Carmem Miranda, mulheres rendeiras da Bahia, bonecos de cerâmica do pernambucano Vitalino, Heitor Villa-Lobos, carnaval.

       Entre as ausências, as expressões culturais do Sul do Brasil – o que alimentou algum debate em redes sociais: se a ideia era representar o país todo, por que ficamos de fora?

       Para a antropóloga Selma Baptista, professora-doutora aposentada da UFPR, a pergunta deveria ser outra: por que as expressões culturais do Sul participariam do recorte da carnavalesca carioca se elas não estão presentes nem em nossas próprias festas? “Essa questão da representação de identidades regionais se dá a partir da construção da identidade dentro de seus próprios redutos. Cabe perguntar até que ponto nossas representações da cultura popular têm expressividade entre nós mesmos para que alcancem uma representatividade nacional”, questiona.

       Patrícia Martins, antropóloga e docente do Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Paranaguá, lembra que o Sul tende inclusive a negar o tipo de “brasilidade” representada na cerimônia de encerramento, mais ligada à cultura indígena e afro-brasileira. “Aqui há uma autorrepresentação que passa por uma cultura europeia”, diz. Para ela, o recorte mostrado na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos tem ligações com uma identidade brasileira que vem sendo construída desde o Estado Novo (1937-1945), que incorporou o samba carioca. “Existe um patrimônio rico no Sul – há os batuques do Rio Grande do Sul, o fandango caiçara. Teria muita coisa a mostrar, mas nem nós sabemos que existe isso em nossa região”.

       Na opinião de Tau Golin, jornalista, historiador e professor do curso de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo (UPF), esse tipo de questionamento sobre representações regionais é uma “briga simbólica” já bem conhecida – principalmente dos gaúchos. “É uma briga de poder pela representatividade, por quem representa mais a nação”, diz. “Como é um país com regiões que se formaram antes da nação, as regionalidades querem estar presentes em tudo o que acontece no país. Se fosse insignificante, não brigariam. Mas, como é para se mostrar para o exterior, a briga é compreensível historicamente”. Para ele, o desejo do Sul de estar presente nesse tipo de representação, dada a relação difícil da região com a “brasilidade”, é um fator surpreendente. “É uma novidade, que merece estudos daqui para a frente”, diz.

(Rafael Rodrigues Costa, Gazeta do Povo, Curitiba, 22/08/2016.)

O texto tematiza a ausência de manifestações culturais da região Sul na festa de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. As duas antropólogas entrevistadas compartilham uma mesma opinião sobre a questão levantada. Assinale a alternativa que apresenta essa opinião.

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Questão 42634

(UFPR - 2016 - 1ª FASE)

Por que a cultura do sul ficou de fora do retrato do Brasil nas olimpíadas?

     Depois de uma abertura que falou das etnias que formaram o povo brasileiro, a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, realizada neste domingo (21), teve mais cara de carnaval. A ideia da diretora criativa da festa, Rosa Magalhães, era mostrar “o sentimento de brasilidade”, conforme ela explicou ao jornal “O Globo” dias antes da cerimônia.

     Carnavalesca da escola de samba carioca São Clemente, Rosa usou elementos alegóricos para mostrar a arte feita pelo povo do país – para ela, “marca da nossa identidade cultural”. Teve menção a choro, samba carioca, Carmem Miranda, mulheres rendeiras da Bahia, bonecos de cerâmica do pernambucano Vitalino, Heitor Villa-Lobos, carnaval.

     Entre as ausências, as expressões culturais do Sul do Brasil – o que alimentou algum debate em redes sociais: se a ideia era representar o país todo, por que ficamos de fora?

     Para a antropóloga Selma Baptista, professora-doutora aposentada da UFPR, a pergunta deveria ser outra: por que as expressões culturais do Sul participariam do recorte da carnavalesca carioca se elas não estão presentes nem em nossas próprias festas? “Essa questão da representação de identidades regionais se dá a partir da construção da identidade dentro de seus próprios redutos. Cabe perguntar até que ponto nossas representações da cultura popular têm expressividade entre nós mesmos para que alcancem uma representatividade nacional”, questiona.

     Patrícia Martins, antropóloga e docente do Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Paranaguá, lembra que o Sul tende inclusive a negar o tipo de “brasilidade” representada na cerimônia de encerramento, mais ligada à cultura indígena e afro-brasileira. “Aqui há uma autorrepresentação que passa por uma cultura europeia”, diz. Para ela, o recorte mostrado na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos tem ligações com uma identidade brasileira que vem sendo construída desde o Estado Novo (1937-1945), que incorporou o samba carioca. “Existe um patrimônio rico no Sul – há os batuques do Rio Grande do Sul, o fandango caiçara. Teria muita coisa a mostrar, mas nem nós sabemos que existe isso em nossa região”.

     Na opinião de Tau Golin, jornalista, historiador e professor do curso de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo (UPF), esse tipo de questionamento sobre representações regionais é uma “briga simbólica” já bem conhecida – principalmente dos gaúchos. “É uma briga de poder pela representatividade, por quem representa mais a nação”, diz. “Como é um país com regiões que se formaram antes da nação, as regionalidades querem estar presentes em tudo o que acontece no país. Se fosse insignificante, não brigariam. Mas, como é para se mostrar para o exterior, a briga é compreensível historicamente”. Para ele, o desejo do Sul de estar presente nesse tipo de representação, dada a relação difícil da região com a “brasilidade”, é um fator surpreendente. “É uma novidade, que merece estudos daqui para a frente”, diz.

(Rafael Rodrigues Costa, Gazeta do Povo, Curitiba, 22/08/2016.)

Em relação à organização do texto de Rafael Rodrigues Costa, considere as seguintes afirmativas:

1. O texto parte de uma tese que é endossada pelos entrevistados.

2. A opinião do autor prevalece na conclusão do texto.

3. O autor usa tanto discurso direto como indireto para relatar a opinião dos entrevistados.

4. O autor redimensiona a abordagem da questão expressa no título a partir da opinião dos entrevistados.

Assinale a alternativa correta.

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Questão 42641

(Uece - 2016) 

Os oceanos correspondem à maior área superficial do planeta. Possuem uma profundidade média de aproximadamente 3.700 metros, e suas margens continentais representam cerca de 20% do total da área por eles ocupada. Considerando essas feições, analise as afirmações a seguir, e escreva (1) se a afirmação fizer referência a uma Margem Continental do Tipo Pacífico, e (2) se fizer referência a uma Margem Continental do Tipo Atlântico.

 

(     ) Plataforma, talude e elevação continental são algumas das feições típicas deste tipo de margem, que são definidas a partir do gradiente batimétrico.

(     ) As fossas oceânicas são as feições mais características deste tipo de margem. Pelo fato de não receberem quantidades significativas de sedimentos, normalmente não desenvolvem um sopé continental.

(     ) Esta margem se desenvolveu a partir do rifteamento e separação de um continente, dando origem a um novo oceano e dois blocos continentais. A margem leste da América do Sul e América do Norte, e as margens leste e oeste da África são exemplos deste tipo de margem.

(     ) A margem do tipo ativa localiza-se nas regiões de convergência das placas litosféricas, onde ocorre a subducção de uma placa sob a outra.

(     ) Nesta margem concentram-se as principais atividades vulcânicas e sísmicas da Terra.

 

A sequência correta, de cima para baixo, é:

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Questão 42643

(Fgv 2016) Em uma folha de papel, desenha-se um hexágono regular ABCDEF de lado 3 cm e inscrito em uma circunferência de centro O. O hexágono é recortado, e, em seguida, faz-se um recorte no raio overline{OB}. A partir do recorte no raio, o pedaço de papel será usado para formar uma pirâmide de base quadrangular e vértice O. Tal pirâmide será feita com a sobreposição e a colagem dos triângulos OAB e OCD, e dos triângulos OAF e OBC.

O volume da pirâmide formada após as sobreposições e colagens, em cm3, é igual a

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Questão 42648

(UNESP - 2016 - 1a fase)

O comércio internacional tem sido marcado por uma proliferação sem precedentes de acordos preferenciais de comércio regionais, sub-regionais, inter-regionais e, em especial, bilaterais (denominados Acordos Preferenciais de Comércio – APC). Atualmente, são poucos os países que ainda não fazem parte desses acordos. Com o impasse nas negociações da Rodada Doha da OMC, a alternativa das principais economias do mundo, como Estados Unidos, União Europeia e China, foi buscar a celebração de APC como forma de consolidar e ter acesso a novos mercados. O receio de boa parte dos países desenvolvidos, de economias em transição e em desenvolvimento de perderem espaço em suas exportações levou-os a aderir maciçamente aos APC.

     (Umberto Celli Junior e Belisa E. Eleoterio. “O Brasil, o Mercosul e os acordos preferenciais de comércio”. In: Enrique Iglesias et al. (orgs.). Os desafios da América Latina no século XXI, 2015.)

 

Considerando o contexto dinâmico apresentado pelo excerto, compreende-se a proliferação dos acordos preferenciais de comércio como resultado

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Questão 42667

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Observe a figura a seguir e responda à questão.

Em 2000, o artista Eduardo Kac, carioca radicado nos Estados Unidos, criou GFP Bunny, um coelho geneticamente modificado que brilha em presença de luz azul graças à Proteína Fluorescente (GFP) inserida em seu DNA.

Disponível em: <http://www.museudavida.fiocruz.br/brasiliana/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=263&sid=19>. Acesso em: 21 maio 2015.

 

(Uel 2016)  Leia o texto a seguir.

A intensidade de risco é certamente o elemento básico e ameaçador das circunstâncias em que vivemos hoje. A possibilidade de guerra nuclear, calamidade ecológica, problemas ambientais, explosão populacional incontrolável, crises financeiras mundiais, guerras preventivas, terrorismo e outras catástrofes globais potenciais fornecem um horizonte inquietante de perigos para todos. Como Ulrich Beck comentou, riscos globalizados deste tipo não respeitam divisões entre ricos e pobres. O fato de que “Chernobyl está em toda parte” explica claramente o fim das fronteiras entre os que são privilegiados e os que não são. A intensidade de certos tipos de risco transcende todos os diferenciais sociais e econômicos.

(Adaptado de: GIDDENS, A. As Consequências da Modernidade. São Paulo: Editora da Universidade Paulista, 1991. p.127-128.)

 

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a sociedade de risco na atual modernidade, considere as afirmativas a seguir.

I. Nas sociedades e nações guiadas por uma economia de desenvolvimento científico-tecnológico, o debate sobre as lutas de classes é substituído pela preocupação do gerenciamento dos riscos ambientais globais, que ultrapassam as fronteiras dos estados nacionais.

II. Nas sociedades atuais, com o aprofundamento da modernidade, desencaixam-se as instituições e os sistemas sociais que garantiam a segurança e a ordem, fragilizam-se os pilares do Estado de bem-estar social e criam-se ambientes de risco global.

III. Os riscos globais, originados pelas crises ambientais, reduzem a reflexividade e as oportunidades de criação de organizações coletivas que demonstram a falibilidade da ciência, a exemplo dos movimentos que politizam a questão do meio ambiente e da ecologia.

IV. As sociedades em desenvolvimento protegem-se das ameaças e dos perigos provocados pela alta intensidade de riscos globais, devido à distância dos conflitos entre as nações centrais mais desenvolvidas.

 

Assinale a alternativa correta.

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Questão 42672

Observe as figuras a seguir e responda à questão.

 

(Uel 2016)  A Torre de Babel é uma das várias narrativas de cunho mágico-religioso sobre o mundo, os homens e a existência de diferentes línguas e culturas. Por analogia, pode-se considerar o mundo como uma “Babel de Culturas”.

Com base nos conhecimentos socioantropológicos sobre diversidade cultural, assinale a alternativa correta.

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Questão 42750

(UECE - 2016)  O presidente Jânio Quadros apresentou-se na vida política brasileira como um líder que varreria a corrupção e solucionaria os problemas do País. Sua prática política provocou insatisfações, em virtude da sua forma de governar. Dentre as opções abaixo, assinale a que NÃO condiz com o perfil de Jânio Quadros quando Presidente da República. 

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Questão 42751

(Uece 2016)  No dia 05 de outubro de 1988, foi promulgada a nova Constituição brasileira. No que tange a algumas disposições do novo texto constitucional, é correto afirmar que

I. foi estendido o direito de voto aos analfabetos e aos adolescentes a partir dos 16 anos de idade.

II. a tortura e o racismo foram reconhecidos como crimes inafiançáveis.

III. foram determinadas medidas de proteção ao meio ambiente e aos grupos indígenas.

 

Estão corretas as complementações contidas em

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