(UFPR - 2017 - 2ª FASE)
Molécula-chave da vida é “vista” por radiotelescópio. A partir de observações feitas pelo Alma, o maior radiotelescópio do mundo, dois grupos internacionais de cientistas detectaram mais uma vez, no espaço, moléculas pré-bióticas – um dos ingredientes necessários para a existência de vida. Desta vez, os astrônomos observaram a presença do composto isocianato de metila em imensas nuvens de poeira. O isocianato de metila tem estrutura semelhante à unidade fundamental das proteínas. O isocianato de metila pode ser considerado derivado do ácido isociânico, de fórmula HNCO.
(Fonte:https://ciencia.estadao.com.br/. Adaptado.)
Com base no texto:
a) Desenhe a estrutura de Lewis do ácido isociânico, indicando as ligações covalentes por traços (-).
(Não é necessário indicar os pares de elétrons isolados (não ligantes).)
b) Faça uma projeção da estrutura espacial da molécula e indique a sua geometria (linear, angular, piramidal, tetraédrica etc.).
c) Qual é o valor de NOX do carbono na molécula de ácido isociânico? Mostre como chegou ao resultado.
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(UFPR - 2017 - 2ª FASE)
Ésteres são as substâncias responsáveis pelos aromas e sabores de diversas frutas. Os ésteres são facilmente hidrolisados na presença de ácido inorgânico, resultando em dois produtos: um que contém um grupo carboxila e outro que contém um grupo hidroxila. No caso das lactonas, que são ésteres cíclicos, essa hidrólise resulta num único composto bi-funcionalizado, oriundo da abertura do anel. No esquema, é mostrada uma lactona que sofre hidrólise e resulta num produto bi-funcionalizado de fórmula molecular C5H10O3.
a) Desenhe a estrutura química em grafia bastão do produto da reação.
b) Quais são os nomes das funções presentes no produto?
c) Forneça o nome do produto segundo as regras da IUPAC
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O processo de separação de uma substância é uma etapa de rotina no isolamento e purificação do produto de uma síntese. A extração ácido-base, por exemplo, é uma metodologia bem estabelecida para separação de tolueno e ácido benzoico em éter etílico. Nesse processo, a adição de uma solução aquosa de NaOH transforma seletivamente o ácido benzoico no composto A (esquema mostrado) e, devido à adição de água da solução aquosa, ocorre a formação de duas fases. O composto A solúvel na fase aquosa é separado da fase orgânica, enquanto o tolueno, solúvel na fase orgânica, permanece sem sofrer transformação. A adição de HCl na fase aquosa regenera o ácido benzoico, o qual precipita e pode ser separado.
a) Desenhe a estrutura química do composto A.
b) Na formação de duas fases mencionada no texto, indique qual é a fase superior e qual é a fase inferior. Justifique.
c) Elabore um texto sucinto citando qual ou quais técnicas seriam adequadas para separar o ácido benzoico recuperado após adição de HCl. Justifique o uso da(s) técnica(s) citada(s), baseando-se no fundamento da técnica ou das técnicas.
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“Mas aqueles, varões, são mais hábeis – os que, se encarregando da educação da maioria de vocês desde meninos, tentavam convencê-los e me acusar de algo ainda mais não verdadeiro: de que há um certo Sócrates, homem sábio, pensador das coisas suspensas no ar, e que tem investigado tudo o que há sob a terra, e que torna superior o discurso inferior. [...] Depois, esses acusadores são muitos e têm me acusado já faz muito tempo, falando junto a vocês, além do mais, naquela idade em que mais seriam convencidos (alguns de vocês eram meninos ou adolescentes), simplesmente acusando de forma isolada – sem que houvesse defesa. [...] E todos que, servindo-se da inveja e da calúnia, tentavam convencê-los, mais os que, uma vez convencidos eles mesmos, iam convencendo outros – todos esses são os mais inacessíveis, pois não é possível fazer subir aqui nem refutar a nenhum deles; simplesmente é imperioso bater-se como que com sombras ao se defender e refutar sem que haja resposta. Aceitem então vocês também, segundo estou lhes dizendo, que se repartem em dois meus acusadores – de um lado os que me acusaram há pouco, e de outro os que há tempos (dos quais eu estava falando)”.
(PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. André Malta. Porto Alegre: LP&M, 2016, p. 67-68.)
A partir da citação acima e de outros trechos da obra, responda: em quais categorias Sócrates divide seus acusadores? Que categoria de acusadores Sócrates considera a mais temível e que razões ele apresenta para embasar seu diagnóstico?
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“Parece evidente que, se todas as cenas da natureza fossem continuamente alteradas de tal maneira que jamais dois acontecimentos tivessem qualquer semelhança um com o outro mas cada objeto fosse sempre inteiramente novo, sem nenhuma semelhança com qualquer coisa que se tivesse visto antes, jamais teríamos, nesse caso, alcançado a mais tênue ideia de necessidade, ou de uma conexão entre esses objetos”.
(Hume, D. Uma Investigação sobre o Entendimento Humano, Seção 8, In: Antologia de textos filosóficos, SEED, 2009, p. 378.)
Com base na passagem acima e no conjunto do texto, responda: segundo Hume, como se forma a ideia de necessidade? Por que essa ideia não teria lugar se “as cenas da natureza se alterassem continuamente”?
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“Pois fiquem sabendo: se vocês me matarem por ser desse jeito que digo que sou, não prejudicarão a mim mais do que a vocês mesmos! É que em nada me prejudicaria Meleto, ou Anito; nem seria capaz, pois não penso que é lícito um varão melhor ser prejudicado por um inferior. Poderia sim talvez me condenar à morte, ou ao exílio, ou à atimia. Porém, se ele ou algum outro pensa talvez que essas coisas são grandes males, eu mesmo não penso – muito pior é fazer o que ele está fazendo, ao tencionar matar injustamente um homem. Portanto, varões atenienses, estou longe agora de falar em minha própria defesa, como se poderia pensar; falo sim em defesa de vocês, para que não errem – votando contra mim – em relação à dádiva do deus a vocês conferida. Porque se vocês me matarem não vão encontrar facilmente outro desse jeito, simplesmente ligado à cidade – por ordem do deus – [...] Mas vocês poderiam talvez, quem sabe, ficar aborrecidos – como os que são despertados de um cochilo – e, me dando um safanão e ouvidos a Anito, poderiam facilmente me matar e então continuar dormindo pelo resto da vida, a menos que o deus aflito por vocês, lhes enviasse um outro”.
(PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. André Malta. Porto Alegre: LP&M, 2016, p. 90-91.)
A partir da citação acima e de outros trechos da obra, responda por que, segundo Sócrates, longe de atuar em defesa própria, ele atua na defesa dos atenienses?
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“Para este esclarecimento, não é exigido nada mais senão liberdade; e, aliás, a mais inofensiva de todas as espécies, a saber, aquela de fazer em todas as circunstâncias uso público da sua razão. Só que ouço clamarem de todos os lados: não raciocineis! O oficial diz: não raciocineis, mas exercitai! O conselheiro fiscal diz: não raciocineis, mas pagai! O sacerdote: não raciocineis, mas crede! (Somente um único senhor no mundo diz: raciocinai tanto quanto quiserdes, e sobre o que quiserdes; mas obedecei!). Por toda parte, o que se vê é limitação da liberdade. Porém, qual limitação à liberdade é contrária ao esclarecimento? Qual não o é, sendo-lhe, antes, favorável?”.
(KANT, Immanuel. Resposta à questão: O que é esclarecimento? Trad. Vinicius de Figueiredo. In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Orgs.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 408-409.)
Considerando a passagem acima e o conjunto do texto citado, responda: O que é esclarecimento? Qual a condição básica para se atingir o esclarecimento? Qual o ponto em comum na ação do oficial, do conselheiro fiscal e do sacerdote que obstrui o esclarecimento? Por que Frederico II destoa dessas vozes? Qual o uso da razão que pode ser limitada sem que isso “prejudique sensivelmente o progresso do esclarecimento”?
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“Se não houvesse uniformidade nas ações humanas, e se todo experimento realizado nesse campo fornecesse resultados irregulares e anômalos, seria impossível coletar quaisquer observações gerais acerca da humanidade, e nenhuma experiência, por mais acuradamente digerida pela reflexão, poderia servir a qualquer propósito”.
(Hume, D. Uma Investigação sobre o Entendimento Humano, Seção 8, In: Antologia de textos filosóficos, SEED, 2009, p. 381.)
Com base na passagem acima e no conjunto do texto, responda: de acordo com Hume, as ações humanas são necessárias? Justifique sua resposta.
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“Aqui as coisas humanas revelam um curso estranho e não esperado, como também, quando o consideramos em larga escala, quase tudo nele é paradoxal. Um grau maior de liberdade civil parece vantajoso à liberdade de espírito do povo, e lhe coloca, entretanto, barreiras instransponíveis; um grau menor da mesma, em contrapartida, proporciona a este o espaço para expandirse conforme todas as suas capacidades”.
(KANT, Immanuel. Resposta à questão: O que é esclarecimento? Trad. Vinicius de Figueiredo. In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Orgs). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 415.)
Tendo em vista essa passagem e o conjunto do texto, responda: Qual o paradoxo identificado por Kant? É correto afirmar que, segundo Kant, quanto maior o grau de liberdade de um povo, maior o grau de esclarecimento que ele atinge? Explique. Em que sentido essa parte final do texto volta a se relacionar com Frederico II?
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(UFPR - 2017 - 2ª FASE)
Apresente três argumentos que permitiriam afirmar que Sócrates seria o exemplo de um homem esclarecido no sentido pensado por Kant?
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