(UEL - 2019)
“Tem uma frase boa que diz: uma língua é um dialeto com exércitos. Um idioma só morre se não tiver poder político”, explica Bruno L’Astorina, da Olimpíada Internacional de Linguística. E não dá para discordar. Basta pensar na infinidade de idiomas que existiam no Brasil (ou em toda América Latina) antes da chegada dos europeus – hoje são apenas 227 línguas vivas no país. Dominados, os índios perderam sua língua e cultura. O latim predominava na Europa até a queda do Império Romano. Sem poder, as fronteiras perderam força, os germânicos dividiram as cidades e, do latim, surgiram novos idiomas. Por outro lado, na Espanha, a poderosa região da Catalunha ainda mantém seu idioma vivo e luta contra o domínio do espanhol.
Não é à toa que esses povos insistem em cuidar de seus idiomas. Cada língua guarda os segredos e o jeito de pensar de seus falantes. “Quando um idioma morre, morre também a história. O melhor jeito de entender o sentimento de um escravo é pelas músicas deles”, diz Luana Vieira, da Olimpíada de Linguística. Veja pelo aimará, uma língua falada por mais de 2 milhões de pessoas da Cordilheira dos Andes. Nós gesticulamos para trás ao falar do passado. Esses povos fazem o contrário. “Eles acreditam que o passado precisa estar à frente, pois é algo que já não visualizamos. E o futuro, desconhecido, fica atrás, como se estivéssemos de costas para ele”, explica.
CASTRO, Carol. Blá-blá-blá sem fim. Galileu, ed. 317, dez. 2017, p. 31.
Acerca de trechos do texto, considere os exemplos a seguir, quanto à presença de oração coordenada.
I. “os germânicos dividiram as cidades”.
II. “e luta contra o domínio do espanhol”.
III. “os índios perderam sua língua e cultura”.
IV. “em cuidar de seus idiomas”.
Assinale a alternativa correta.
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(UECE - 2019)
Hola Marta, ¿cómo va todo por Madrid?
Espero que estés bien, feliz con los preparativos para tu boda. La verdad es que cuando me dijiste que te casabas, no me lo podía creer. Marta, la chica que decía que nunca se casaría, que quería ser libre… pero bueno, supongo que todos cambiamos. Te entiendo, Juan es un chico estupendo y si quieres formar una familia, es normal que te cases.
Te escribo para darte una mala noticia: no voy a poder asistir a la boda. El 12 de septiembre voy a estar en Estados Unidos, me han concedido una beca para estudiar en Boston en un centro de investigación. Es la oportunidad de mi vida y, desgraciadamente, el curso empieza el 13. Perdóname, no sabes la pena que me da no poder estar en Madrid. Os he comprado un pequeño regalo. Solo tienes que ir a buscarlo en la tienda de muebles del padre de Marcos; puedes ir a partir del día 3.
Bueno, te dejo. Espero que pases el mejor día de tu vida. Dale muchos recuerdos a Juan y a tu familia.
Nos vemos en Navidad. Te deseo lo mejor.
Besos, Paco.
La forma verbal “entiendo” (línea 08) pertenece al verbo “entender”. Apunta la opción que pone otro verbo con la misma irregularidad.
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(UNB - 2019)
Texto I
O medo foi um dos meus primeiros mestres. Antes de ganhar confiança em celestiais criaturas, aprendi a temer monstros, fantasmas e demônios. Os anjos, quando chegaram, já era para me guardarem. Os anjos atuavam como uma espécie de agentes de segurança privada das almas.
Nem sempre os que me protegiam sabiam da diferença entre sentimento e realidade. Isso acontecia, por exemplo, quando me ensinavam a recear os desconhecidos. Na realidade, a maior parte da violência contra as crianças sempre foi praticada, não por estranhos, mas por parentes e conhecidos. Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam esse velho engano de que estamos mais seguros em ambiente que reconhecemos.
Os meus anjos da guarda tinham a ingenuidade de acreditar que eu estaria mais protegido apenas por não me aventurar para além da fronteira da minha língua, da minha cultura e do meu território. O medo foi, afinal, o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei a minha casa natal, uma invisível mão roubava-me a coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte, vislumbravam-se mais muros do que estradas.
Nessa altura algo me sugeria o seguinte: que há, neste mundo, mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas.
Mia Couto. Murar o medo. Internet: <www.miacouto.org>.
Texto II
(...)
Faremos casas de medo,
Duros tijolos de medo,
Medrosos caules, repuxos,
Ruas só de medo, e calma.
E com asas de prudência
Com resplendores covardes,
Atingiremos o cimo
De nossa cauta subida.
O medo com sua física,
Tanto produz: carcereiros,
Edifícios, escritores,
Este poema,
Outras vidas.
(...)
O medo. Carlos Drummond de Andrade.
Texto III
Texto IV
Texto V
Considerando que os textos, as manchetes de jornais e as imagens apresentados têm caráter unicamente motivador, redija, utilizando a modalidade padrão da língua escrita, um texto expositivo-argumentativo sobre o seguinte tema.
MUROS: UM SÍMBOLO DO MEDO
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(UNB/PAS - 2019 - 1ª ETAPA)
Texto I
Eu adoraria ver jacarés, ursos brancos ou cobras de dez metros. Uma vizinha da nossa rua tem uma vaidosa galinha d'Angola. Eu gosto de animais e mais ainda dos esquisitos e invulgares, até dos que parecem feios por serem indispostos. Os bichos só são feios se não entendermos seus padrões de beleza. Um pouco como as pessoas. Ser feio é complexo e pode ser apenas um problema de quem observa.
Eu uso óculos desde os cinco anos de idade. Estou sempre por detrás de uma janela de vidro. Não faz mal, é porque eu inteira sou a minha casa. Sou como o caracol, mas muito mais alta e veloz. A minha mãe também acha assim, que o corpo é casa. Habitamos com maior ou menor juízo.
O jacaré é um bicho indisposto, eu sei. Gosto muito dele, mas não devo chegar perto. Nunca vi, já disse. Tenho pena. Talvez seja pior para o jacaré, por não o amar. Eu gosto dele mas não sei se constrói. Estou a ser sincera. Ainda tenho que ler sobre isso. Talvez os bichos ferozes construam coisas às quais não sabemos dar valor. É importante pensarmos no valor que cada coisa ou lugar tem para cada bicho. Só assim vamos compreender a razão de cada coisa ser como é. Depois de entendermos melhor, a beleza comparece.
Valter Hugo Mãe. O paraíso são os outros. Biblioteca Azul, 2018.
Texto II
Em seu ensaio chamado O Estranho (Umheimliche, em alemão), Sigmund Freud escreveu sobre o impacto produzido pela estranheza em nossas mentes. O estranho nos traz algo de familiar, porém um tanto deslocado. E, com isso, provoca uma sensação que é tanto incômoda quanto prazerosa. Nos tira da nossa zona de conforto e, ao mesmo tempo, abre possibilidades de enxergar as coisas e as pessoas por ângulos diferentes. Tim Burton, em seus filmes, mesmo nos mais comerciais, provoca esse sentimento inquietante. O de que os estranhos... bem, não são tão distantes assim de nós. Porque a estranheza, no fundo, está em nós, embora passemos a vida a negar-lhe a existência.
Internet: <www.cultura.estadao.com.br>.
Texto III
Baby você não precisa
De um salão de beleza
Há menos beleza
Num salão de beleza
A sua beleza é bem maior
Do que qualquer beleza
De qualquer salão...
Mundo velho
E decadente mundo
Ainda não aprendeu
A admirar a beleza
A verdadeira beleza
A beleza que põe mesa
E que deita na cama
A beleza de quem come
A beleza de quem ama
A beleza do erro
Puro do engano
Da imperfeição...
Zeca baleiro. Salão de beleza.
Texto IV
“Não há beleza perfeita que não contenha algo de estranho nas suas proporções.”
Francis Bacon
Na cultura japonesa, wabi-sabi é um ideal estético que pode ser definido como a beleza das coisas imperfeitas, impermanentes e incompletas, uma beleza das coisas modestas e simples, uma beleza das coisas não convencionais. Considerando essa informação e os textos apresentados, redija um texto dissertativo-argumentativo acerca do seguinte tema.
APRENDER A VER A BELEZA NO DIFERENTE
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(UNB/PAS - 2019 - 2ª ETAPA)
Texto I
Nesta sexta-feira (15/3/2019), a adolescente Greta Thunberg vai repetir a mesma atividade que tem feito todas as sextas desde agosto do ano passado: faltar propositalmente às aulas em sua escola, em Estocolmo, e sentar em uma praça em frente ao Parlamento da Suécia para protestar por medidas concretas dos políticos contra as mudanças climáticas. Dessa vez, porém, a garota de 16 anos estará acompanhada de outros estudantes do mundo inteiro: sua greve escolar semanal deve ser repetida em mais de 2 mil eventos de 123 países — no Brasil, 20 cidades têm protestos agendados.
[...]
Apesar de ser criticada por faltar às aulas uma vez por semana para protestar, Greta defende que seu movimento também faz parte de sua formação. “Meus professores na escola me contaram que existiam as mudanças climáticas e o aquecimento global, e que ele é causado pelos humanos e o nosso comportamento. Achei que era muito estranho, porque se fosse algo tão grande que ameaçasse nossa existência, então seria nossa primeira prioridade, não estaríamos falando sobre qualquer outra coisa.”
“Poucos adultos estão escutando”, diz adolescente indicada ao Nobel que criou uma greve global pelo clima. Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).
Texto II
Entrevistador: Malala, falando sobre inspirar pessoas: você vai viajar o mundo como Mensageira da Paz da ONU. Como você pretende inspirar jovens, especialmente aqueles que, pela região onde vivem, sentem que não há esperança, que não existe razão para ir à escola?
Malala: Como tenho feito no último ano, visitei vários países como Líbano e Jordânia. Conheci meninas sírias refugiadas; conversei com garotas na Nigéria. E vou continuar fazendo isso nesse cargo de Mensageira da Paz; estarei em países diferentes conhecendo meninas maravilhosas e inspiradoras. Vou fazer questão de dizer que a voz delas é importante; que isso pode mudar o mundo. Eu comecei falando no Vale do Swat e agora vocês podem ver que a voz de uma criança é mais poderosa do que as armas dos terroristas. É isso que elas precisam entender, todas as crianças, que sua opinião é importante para o mundo. E você não precisa esperar crescer, você pode contribuir agora com a mudança.
Entrevista de Malala Yousafzai à ONU News. Internet: <www.news.un.org> (com adaptações).
Texto III
Sempre se questionou se o ativismo digital, chamado pejorativamente de “ativismo de sofá”, pode ou não ser considerado ativismo. Como explica Radmann, “do ponto de vista de como a democracia foi pensada: todo o tipo de participação é válida; qualquer atitude ajuda a transformar a realidade social”. E mesmo aqueles que preferem o engajamento presencial também se utilizam das redes sociais para a organização de ações políticas.
Internet: <www.reporterunesp.jor.br> (com adaptações).
Texto IV
A Internet não é apenas um meio de divulgação e informação. É, sobretudo, um veículo para a articulação entre pessoas e instituições. Para a maioria dos ciberativistas, as mobilizações on-line e off-line precisam de retroalimentação. Iniciativas de investigação, denúncia e confronto, que podem ser desenvolvidas no mundo virtual, precisam ser levadas ao plano dos acontecimentos físicos para mudar realidades.
Internet: <www.estadao.com.br> (com adaptações).
Texto V
Considerando que os textos precedentes têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo-argumentativo, discutindo a contribuição da juventude em ações de ativismo no meio virtual e “nas ruas”.
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(UNB/PAS - 2019 - 3ª ETAPA)
Texto I
Estamos imersos em uma sociedade humorística. Uma sociedade que se quer cool e fun, amavelmente malandra, em que os meios de comunicação difundem modelos descontraídos, heróis cheios de humor e em que se levar a sério é falta de correção. O riso é onipresente na publicidade, nos jornais, nas transmissões televisivas e, contudo, raramente é encontrado na rua. Elogiamos seus méritos, suas virtudes terapêuticas, sua força corrosiva diante dos integrismos e dos fanatismos e, entretanto, mal conseguimos delimitá-lo.
Estudado com lupa há séculos, por todas as disciplinas, o riso esconde seu mistério. Alternadamente agressivo, sarcástico, escarnecedor, amigável, sardônico, angélico, tomando as formas da ironia, do humor, do burlesco, do grotesco, ele é multiforme, ambivalente, ambíguo. Pode expressar tanto a alegria pura quanto o triunfo maldoso, o orgulho ou a simpatia. É isso que faz sua riqueza e fascinação ou, às vezes, seu caráter inquietante, porque, segundo escreve Howard Bloch, “como Merlim, o riso é um fenômeno liminar, um produto das soleiras, ... o riso está a cavalo sobre uma dupla verdade. Serve ao mesmo tempo para afirmar e para subverter”. Na encruzilhada do físico e do psíquico, do individual e do social, do divino e do diabólico, ele flutua no equívoco, na indeterminação.
[...]
O riso não tem implicações psicológicas, filosóficas nem religiosas; sua função política e social — quando se pensa na sátira e na caricatura — é igualmente importante. O riso é um fenômeno global, cuja história pode contribuir para esclarecer a evolução humana.
Georges Minois. História do riso e do escárnio. Trad. Maria Elena O. Ortiz Assumpção. São Paulo: Editora UNESP, 2003. p. 10 e 13.
Texto II
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Vinicius de Moraes. Samba da benção.
Texto III
Vale mais estar doido de alegria do que de tristeza; vale mais dançar pesadamente do que andar claudicando. Aprendei, pois, comigo a sabedoria: até a pior das coisas tem dois reversos, até a pior das coisas tem pernas para bailar; aprendei, pois, vós, homens superiores, a firmar-vos sobre boas pernas.
Friedrich Nietzsche. Assim falou Zaratustra.
Texto IV
Texto V
Desconfio dos meus amigos. Mas é com tanta alegria que não podem me fazer mal algum. O que quer que façam, vou achar muita graça (…) Ser amigo é ver a pessoa e pensar: “O que vai nos fazer rir hoje? O que nos faz rir no meio de todas essas catástrofes?”.
Gilles Deleuze. O abecedário de Gilles Deleuze (F de fidelidade). Entrevista concedida a Claire Parnet, 1988-1989.
Tendo os textos precedentes como referência e considerando a força social, política e cultural do riso, redija um texto dissertativo-argumentativo que contemple a resposta às seguintes perguntas, constantes do trecho de O abecedário de Gilles Deleuze, apresentado anteriormente.
O QUE VAI NOS FAZER RIR HOJE? O QUE NOS FAZ RIR NO MEIO DE TODAS ESSAS CATÁSTROFES?
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(UFU - 2019 - 2ª FASE)
Os fungos apresentam inúmeras funções na natureza. Com base nessa afirmativa, faça o que se pede.
A) Por milhares de anos, os seres humanos têm usado leveduras para produzir bebidas alcoólicas e pão. Descreva em que condições as leveduras realizam a fermentação, permitindo o crescimento da massa e quais são o substrato e os produtos formados nessa fermentação.
B) Do ponto de vista da nutrição, os seres desse reino apresentam semelhanças e diferenças com os seres do reino animal. Explique em que esses seres se assemelham e em que se diferenciam.
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(UFU - 2019 - 2ª FASE) Os amniotas são tetrápodes que têm um ovo adaptado ao meio terrestre, chamado ovo amniótico.
A) Por que o ovo amniótico foi uma inovação evolutiva importante para a vida no ambiente terrestre?
B) O ovo amniótico da maioria dos répteis e de alguns mamíferos tem casca. Para que serve essa casca?
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(UFU - 2019 - 2ª FASE)
Em coelhos, os genes que condicionam a cor da pelagem apresentam a seguinte relação de dominância: C (aguti) > Cch (chinchila) > Ch (himalaia) > Ca (albina).
Baseando-se nessas informações, responda:
A) Quais são as proporções fenotípicas e genotípicas resultantes do cruzamento entre uma fêmea chinchila heterozigota para himalaia e um macho aguti heterozigoto para albino?
B) Qual a probabilidade de nascer um descendente chinchila heterozigoto para albino do cruzamento entre uma fêmea aguti heterozigota para chinchila e um macho himalaia heterozigoto? Demonstre o cruzamento e a descendência por meio do Quadro de Punett.
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(UFU - 2019 - 2ª FASE)
A ouabaína é uma substância orgânica vegetal extraída da planta Strophantus gratus e utilizada nas pontas de flechas, por algumas tribos africanas, para paralisar a caça ou matar os nimigos. Essa substância age como um potente inibidor enzimático que altera a regulação iônica, desabilitando a manutenção osmótica celular normal dentro e fora da célula.
Com base nessas informações, responda:
A) Qual é o sistema de transporte, através da membrana, que tem seu funcionamento desabilitado? Explique seu mecanismo de atuação.
B) Quais são os efeitos que a ouabaína provoca nesse transporte celular? Justifique sua resposta.