(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1)
Leia a cena inicial da comédia O noviço, de Martins Pena.
AMBRÓSIO: No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver de responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres...
(Martins Pena. Comédias (1844-1845), 2007.)
Um vocábulo também pode ser formado quando passa de uma classe gramatical a outra, sem a modificação de sua forma. É o que se denomina derivação imprópria. Na fala de Ambrósio, constitui exemplo de derivação imprópria o vocábulo sublinhado em
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(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1)
À primeira vista, porém, a arte do cinema aparenta ser demasiado simples e até mesmo estúpida. Vê-se o Rei dando um aperto de mão a um time de futebol; eis o iate de Sir Thomas Lipton; eis, enfim, Jack Horner vencendo o Grand National. Os olhos consomem tudo isso instantaneamente e o cérebro, agradavelmente excitado, põe-se a observar as coisas acontecerem sem se atarefar com nada. Mas qual é, pois, a sua surpresa ao ser, de repente, despertado em meio à sua agradável sonolência e chamado a prestar socorro? O olho está em apuros. Necessita de ajuda. Diz, então, ao cérebro: “Está ocorrendo algo que de modo algum posso entender. Tu me és necessário”. Juntos olham para o Rei, o barco, o cavalo e o cérebro; de imediato, vê que eles se revestiram de uma qualidade que não pertence à mera fotografia da vida mesma.
(Virginia Woolf. “O cinema”. Rapsódia, 2006. Adaptado.)
Com o surgimento da disciplina estética, no século XVIII, entendeu-se que a arte é capaz de produzir ajuizamentos. O texto aborda o tema por meio da constatação da autora de que
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(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1) Observe a imagem, que é uma parte da gravura “Luís XIV como imperador romano”, de Charles Perrault, 1670.
(Apud: Peter Burke. A fabricação do rei: a construção da imagem pública de Luís XIV, 2009.)
A imagem associa a França do século XVII à Roma Antiga,
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(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1)
Educated Americans live longer, as others die younger
(Anne Case and Angus Deaton. “Life expectancy in adulthood is falling for those without a BA degree, but as educational gaps have widened, racial gaps have narrowed”. PNAS, 2021. Adaptado.)
A 25-year-old American with a university degree can expect to live almost a decade longer than a contemporary who dropped out of high school. Although researchers have long known that the rich live longer than the poor, this education gap is less well documented — and is especially marked in rich countries. And whereas the average American’s expected span has been flat in recent years — and, strikingly, even fell between 2015 and 2017 — that of the one-third with a bachelor’s degree has continued to lengthen.
This disparity in life expectancy is growing, according to new research published in the Proceedings of the National Academy of Sciences. Using data from nearly 50m death certificates filed between 1990 and 2018, Anne Case and Angus Deaton of Princeton University analysed differences in life expectancy by sex, race, ethnicity and education. They found that the lifespans of those with and without a bachelor’s degree started to diverge in the 1990s and 2000s. This gap grew even wider in the 2010s as the life expectancy of degree-holders continued to rise while that of other Americans got shorter.
What is the link between schooling and longevity? Some argue that better-educated people develop healthier lifestyles: each additional year of study reduces the chances of being a smoker and of being overweight. The better-educated earn more, which in turn is associated with greater health. Ms Case and Mr Deaton argue that changes in labour markets, including the rise of automation and increased demand for highly-educated workers, coupled with the rising costs of employer-provided health care, have depressed the supply of well-paid jobs for those without a degree. This may be contributing to higher rates of alcohol and drug use, suicide and other “deaths of despair”.
(www.economist.com,17.03.2021. Adaptado.)
No trecho do terceiro parágrafo “The better-educated earn more, which in turn is associated with”, a expressão sublinhada equivale, em português, a
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(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1)
Para responder às questões de 14 a 19, leia o artigo “Pó de pirlimpimpim”, do neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro
Alcançar o aprendizado instantâneo é um desejo poderoso, pois o cérebro sem informação é pouco mais que estofo de macela1 . Emília, a sabida boneca de Monteiro Lobato, aprendeu a falar copiosamente após engolir uma pílula, adquirindo de supetão todo o vocabulário dos seres humanos ao seu redor. No filme Matrix (1999), a ingestão de uma pílula colorida faz o personagem Neo descobrir que todo o mundo em que sempre viveu não passa de uma simulação chamada Matriz, dentro da qual é possível programar qualquer coisa. Poucos instantes depois de se conectar a um computador, Neo desperta e profere estupefato: “I know kung fu”.
Entretanto, na matriz cerebral das pessoas de carne e osso, vale o dito popular: “Urubu, pra cantar, demora.” O aprendizado de comportamentos complexos é difícil e demorado, pois requer a alteração massiva de conexões neuronais. Há consenso hoje em dia de que o conteúdo dos nossos pensamentos deriva dos padrões de ativação de vastas redes neuronais, impossibilitando a aquisição instantânea de memórias intrincadas.
Mas nem sempre foi assim. Há meio século, experimentos realizados na Universidade de Michigan pareciam indicar que as planárias, vermes aquáticos passíveis de condicionamento clássico, eram capazes de adquirir, mesmo sem treinamento, associações estímulo-resposta por ingestão de um extrato de planárias já condicionadas. O resultado, aparentemente revolucionário, sugeria que os substratos materiais da memória são moléculas. Contudo, estudos posteriores demonstraram que a ingestão de planárias não condicionadas também acelerava o aprendizado, revelando um efeito hormonal genérico, independente do conteúdo das memórias presentes nas planárias ingeridas.
A ingestão de memórias é impossível porque elas são estados complexos de redes neuronais, não um quantum de significado como a pílula da Emília. Por outro lado, é sim possível acelerar a consolidação das memórias por meio da otimização de variáveis fisiológicas envolvidas no processo. Uma linha de pesquisa importante diz respeito ao sono, cujo benefício à consolidação de memórias já foi comprovado. Em 2006, pesquisadores alemães publicaram um estudo sobre os efeitos mnemônicos da estimulação cerebral com ondas lentas (0,75 Hz) aplicadas durante o sono por meio de um estimulador elétrico. Os resultados mostraram que a estimulação de baixa frequência é suficiente para melhorar o aprendizado de diferentes tarefas. Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim.
(Sidarta Ribeiro. Limiar: ciência e vida contemporânea, 2020.)
1 macela: planta herbácea cujas flores costumam ser usadas pela população como estofo de travesseiros.
Em “Ao que parece, as oscilações lentas do sono são puro pó de pirlimpimpim” (4º parágrafo), o autor caracteriza as “oscilações lentas do sono” como um processo
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(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1)
O luxo e a corrupção nasceram entre nós antes da civilização e da indústria. E qual será a causa principal de um fenômeno tão espantoso? A escravidão, senhores, a escravidão. Porque o homem que conta com os trabalhos diários de seus escravos vive na indolência, e a indolência traz todos os vícios após si.
(José Bonifácio de Andrada e Silva, 1825. Apud: Ynaê Lopes dos Santos. História da África e do Brasil afrodescendente, 2017. Adaptado.)
A manifestação de uma das principais lideranças do país, logo após a independência política, revela a
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(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1)
A disposição e a distribuição dos estômatos nas folhas são adaptações das espécies vegetais aos ambientes onde ocorrem. Os estômatos podem estar dispostos em ambas as faces da folha ou em apenas uma delas. Quando são encontrados nas duas faces, a folha é chamada de anfiestomática; quando são encontrados apenas na face abaxial (inferior), a folha é hipoestomática; e quando estão presentes apenas na face adaxial (superior), a folha é epiestomática. A figura 1 apresenta a salvínia (Salvinia auriculata), uma planta aquática cujas folhas flutuam sobre as águas. A figura 2 apresenta um pequizeiro (Caryocar brasiliense), espécie vegetal arbórea de ambientes quentes e de baixa pluviosidade. E a figura 3 apresenta exemplares de bromélia (Quesnelia testudo), espécie vegetal adaptada a ambientes úmidos e de alta pluviosidade.
As figuras que representam as espécies anfiestomática, hipoestomática e epiestomática estão corretamente relacionadas a seus respectivos biomas em:
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(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1)
Examine os gráficos e leia o texto para responder às questões de 21 a 27.
Educated Americans live longer, as others die younger
(Anne Case and Angus Deaton. “Life expectancy in adulthood is falling for those without a BA degree, but as educational gaps have widened, racial gaps have narrowed”. PNAS, 2021. Adaptado.)
A 25-year-old American with a university degree can expect to live almost a decade longer than a contemporary who dropped out of high school. Although researchers have long known that the rich live longer than the poor, this education gap is less well documented — and is especially marked in rich countries. And whereas the average American’s expected span has been flat in recent years — and, strikingly, even fell between 2015 and 2017 — that of the one-third with a bachelor’s degree has continued to lengthen.
This disparity in life expectancy is growing, according to new research published in the Proceedings of the National Academy of Sciences. Using data from nearly 50m death certificates filed between 1990 and 2018, Anne Case and Angus Deaton of Princeton University analysed differences in life expectancy by sex, race, ethnicity and education. They found that the lifespans of those with and without a bachelor’s degree started to diverge in the 1990s and 2000s. This gap grew even wider in the 2010s as the life expectancy of degree-holders continued to rise while that of other Americans got shorter.
What is the link between schooling and longevity? Some argue that better-educated people develop healthier lifestyles: each additional year of study reduces the chances of being a smoker and of being overweight. The better-educated earn more, which in turn is associated with greater health. Ms Case and Mr Deaton argue that changes in labour markets, including the rise of automation and increased demand for highly-educated workers, coupled with the rising costs of employer-provided health care, have depressed the supply of well-paid jobs for those without a degree. This may be contributing to higher rates of alcohol and drug use, suicide and other “deaths of despair”.
(www.economist.com,17.03.2021. Adaptado.)
As informações apresentadas no primeiro parágrafo sobre a relação entre longevidade e educação estão mais bem representadas
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(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1)
Examine os gráficos e leia o texto para responder às questões de 21 a 27.
Educated Americans live longer, as others die younger
(Anne Case and Angus Deaton. “Life expectancy in adulthood is falling for those without a BA degree, but as educational gaps have widened, racial gaps have narrowed”. PNAS, 2021. Adaptado.)
A 25-year-old American with a university degree can expect to live almost a decade longer than a contemporary who dropped out of high school. Although researchers have long known that the rich live longer than the poor, this education gap is less well documented — and is especially marked in rich countries. And whereas the average American’s expected span has been flat in recent years — and, strikingly, even fell between 2015 and 2017 — that of the one-third with a bachelor’s degree has continued to lengthen.
This disparity in life expectancy is growing, according to new research published in the Proceedings of the National Academy of Sciences. Using data from nearly 50m death certificates filed between 1990 and 2018, Anne Case and Angus Deaton of Princeton University analysed differences in life expectancy by sex, race, ethnicity and education. They found that the lifespans of those with and without a bachelor’s degree started to diverge in the 1990s and 2000s. This gap grew even wider in the 2010s as the life expectancy of degree-holders continued to rise while that of other Americans got shorter.
What is the link between schooling and longevity? Some argue that better-educated people develop healthier lifestyles: each additional year of study reduces the chances of being a smoker and of being overweight. The better-educated earn more, which in turn is associated with greater health. Ms Case and Mr Deaton argue that changes in labour markets, including the rise of automation and increased demand for highly-educated workers, coupled with the rising costs of employer-provided health care, have depressed the supply of well-paid jobs for those without a degree. This may be contributing to higher rates of alcohol and drug use, suicide and other “deaths of despair”.
(www.economist.com,17.03.2021. Adaptado.)
No trecho do primeiro parágrafo “And whereas the average American’s expected span has been flat in recent years”, o termo sublinhado pode ser substituído, sem alteração de sentido, por
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(UNESP - 2022 - 1ª fase - DIA 1) Os únicos países africanos não colonizados por potências europeias no século XIX foram
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