QUESTÃO ANULADA!
(UFPR - 2022- 1ª fase)
O texto a seguir é referência para as questões 29 a 32.
O Tempo Livre e o Novo Feitiço do Capital
Nathan Caixeta
1 | A “queda do zap” na última segunda-feira (04/10) atinou com desaviso a inquietante e cada vez mais esquecida forma de viver, |
2 | forçando o distanciamento compulsório das redes sociais e das inúmeras formas de conexão virtual que consomem a atenção das |
3 | pessoas. Estima-se que as ações do Facebook tenham caído em quase 5%, enquanto os operadores da empresa se esforçavam |
4 | para corrigir a falha técnica. Contudo, a paralisação de parte do mundo virtual em questão de horas forneceu um interessante |
5 | experimento social, levando as pessoas a perceberem a existência do próprio real desnudo da celeridade virtual que encobre, seja |
6 | para arrancar os cabelos ao efetuarem pagamentos virtuais não compensados, ou para solucionarem a questão do que fazer com |
7 | o próprio tempo-livre, uma vez que sua instância de captura imediata fixou-se em um limbo que retrocedeu as eras: do tempo das |
8 | relações virtuais para a época já imperceptível das relações pessoais. Embora tenha sido apenas um “susto” passageiro, o fenômeno |
9 | abre espaço para observar as conexões entre a valorização do capital cujos desdobramentos comerciais, produtivos e financeiros |
10 | são parciais, ou integralmente conectados ao mundo virtual e a disposição, captura e transformação do tempo-livre dos indivíduos |
11 | em valor de troca. Conforme insiste Eduardo Mariutti, professor da Unicamp, a esfera do virtual não se opõe à realidade, mas se |
12 | expressa pelo transbordamento do “possível”, isto é, pelo conjunto de possibilidades acessíveis à imaginação humana. O virtual |
13 | transforma os fragmentos criados pela imaginação humana em um universo construído, potencialmente ilimitado, mas restrito ao |
14 | conjunto de percepções humanas em dado momento do tempo. |
(Disponível em: https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/o-tempo-livre-e-o-novo-feitico-do-capital/. Acesso em: 18/10/2021. Adaptado.)
Assinale a alternativa em que ambos os verbos destacados indicam atitude mental.
a) ...atinou com desaviso a inquietante... (linha 1) / Estima-se que as ações do Facebook... (linha 3)
b) ...que consomem a atenção das pessoas... (linha 2) / ...ao efetuarem pagamentos... (linha 6)
c) ...em questão de horas forneceu um interessante... (linha 4) / ... solucionarem a questão... (linha 6)
d) ...o fenômeno abre espaço para observar as conexões entre a valorização do capital... (linha 9)
e) ...conforme insiste Eduardo Mariuti... (linha 11) / ... mas se expressa pelo transbordamento... (linha 12)
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O texto a seguir é referência para as questões 29 a 32.
O Tempo Livre e o Novo Feitiço do Capital
Nathan Caixeta
1 | A “queda do zap” na última segunda-feira (04/10) atinou com desaviso a inquietante e cada vez mais esquecida forma de viver, |
2 | forçando o distanciamento compulsório das redes sociais e das inúmeras formas de conexão virtual que consomem a atenção das |
3 | pessoas. Estima-se que as ações do Facebook tenham caído em quase 5%, enquanto os operadores da empresa se esforçavam |
4 | para corrigir a falha técnica. Contudo, a paralisação de parte do mundo virtual em questão de horas forneceu um interessante |
5 | experimento social, levando as pessoas a perceberem a existência do próprio real desnudo da celeridade virtual que encobre, seja |
6 | para arrancar os cabelos ao efetuarem pagamentos virtuais não compensados, ou para solucionarem a questão do que fazer com |
7 | o próprio tempo-livre, uma vez que sua instância de captura imediata fixou-se em um limbo que retrocedeu as eras: do tempo das |
8 | relações virtuais para a época já imperceptível das relações pessoais. Embora tenha sido apenas um “susto” passageiro, o fenômeno |
9 | abre espaço para observar as conexões entre a valorização do capital cujos desdobramentos comerciais, produtivos e financeiros |
10 | são parciais, ou integralmente conectados ao mundo virtual e a disposição, captura e transformação do tempo-livre dos indivíduos |
11 | em valor de troca. Conforme insiste Eduardo Mariutti, professor da Unicamp, a esfera do virtual não se opõe à realidade, mas se |
12 | expressa pelo transbordamento do “possível”, isto é, pelo conjunto de possibilidades acessíveis à imaginação humana. O virtual |
13 | transforma os fragmentos criados pela imaginação humana em um universo construído, potencialmente ilimitado, mas restrito ao |
14 | conjunto de percepções humanas em dado momento do tempo. |
(Disponível em: https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/o-tempo-livre-e-o-novo-feitico-do-capital/. Acesso em: 18/10/2021. Adaptado.)
Considere as seguintes afirmativas, com relação ao texto de Caixeta:
1. O sujeito de “forçando o distanciamento compulsório das redes sociais” (linha 2) é “A “queda do zap” na última segunda-feira (04/10) atinou com desaviso a inquietante e cada vez mais esquecida forma de viver” (linha 1).
2. O “interessante experimento social” (linhas 4-5) refere-se às pessoas que foram levadas a “perceberem a existência do próprio real desnudo da celeridade virtual que encobre” (linha 5).
3. “A queda do zap” pode permitir a observação da relação entre a transformação do tempo-livre dos indivíduos em valor de troca e a valorização do capital com desdobramentos financeiros e comercias ligados ao mundo virtual.
Assinale a alternativa correta.
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(UFPR - 2022- 1ª fase)
O texto a seguir é referência para as questões 29 a 32.
O Tempo Livre e o Novo Feitiço do Capital
Nathan Caixeta
1 | A “queda do zap” na última segunda-feira (04/10) atinou com desaviso a inquietante e cada vez mais esquecida forma de viver, |
2 | forçando o distanciamento compulsório das redes sociais e das inúmeras formas de conexão virtual que consomem a atenção das |
3 | pessoas. Estima-se que as ações do Facebook tenham caído em quase 5%, enquanto os operadores da empresa se esforçavam |
4 | para corrigir a falha técnica. Contudo, a paralisação de parte do mundo virtual em questão de horas forneceu um interessante |
5 | experimento social, levando as pessoas a perceberem a existência do próprio real desnudo da celeridade virtual que encobre, seja |
6 | para arrancar os cabelos ao efetuarem pagamentos virtuais não compensados, ou para solucionarem a questão do que fazer com |
7 | o próprio tempo-livre, uma vez que sua instância de captura imediata fixou-se em um limbo que retrocedeu as eras: do tempo das |
8 | relações virtuais para a época já imperceptível das relações pessoais. Embora tenha sido apenas um “susto” passageiro, o fenômeno |
9 | abre espaço para observar as conexões entre a valorização do capital cujos desdobramentos comerciais, produtivos e financeiros |
10 | são parciais, ou integralmente conectados ao mundo virtual e a disposição, captura e transformação do tempo-livre dos indivíduos |
11 | em valor de troca. Conforme insiste Eduardo Mariutti, professor da Unicamp, a esfera do virtual não se opõe à realidade, mas se |
12 | expressa pelo transbordamento do “possível”, isto é, pelo conjunto de possibilidades acessíveis à imaginação humana. O virtual |
13 | transforma os fragmentos criados pela imaginação humana em um universo construído, potencialmente ilimitado, mas restrito ao |
14 | conjunto de percepções humanas em dado momento do tempo. |
(Disponível em: https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/o-tempo-livre-e-o-novo-feitico-do-capital/. Acesso em: 18/10/2021. Adaptado.)
Segundo o texto, é correto afirmar:
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(UFPR - 2022- 1ª fase)
O texto a seguir é referência para as questões 29 a 32.
O Tempo Livre e o Novo Feitiço do Capital
Nathan Caixeta
1 | A “queda do zap” na última segunda-feira (04/10) atinou com desaviso a inquietante e cada vez mais esquecida forma de viver, |
2 | forçando o distanciamento compulsório das redes sociais e das inúmeras formas de conexão virtual que consomem a atenção das |
3 | pessoas. Estima-se que as ações do Facebook tenham caído em quase 5%, enquanto os operadores da empresa se esforçavam |
4 | para corrigir a falha técnica. Contudo, a paralisação de parte do mundo virtual em questão de horas forneceu um interessante |
5 | experimento social, levando as pessoas a perceberem a existência do próprio real desnudo da celeridade virtual que encobre, seja |
6 | para arrancar os cabelos ao efetuarem pagamentos virtuais não compensados, ou para solucionarem a questão do que fazer com |
7 | o próprio tempo-livre, uma vez que sua instância de captura imediata fixou-se em um limbo que retrocedeu as eras: do tempo das |
8 | relações virtuais para a época já imperceptível das relações pessoais. Embora tenha sido apenas um “susto” passageiro, o fenômeno |
9 | abre espaço para observar as conexões entre a valorização do capital cujos desdobramentos comerciais, produtivos e financeiros |
10 | são parciais, ou integralmente conectados ao mundo virtual e a disposição, captura e transformação do tempo-livre dos indivíduos |
11 | em valor de troca. Conforme insiste Eduardo Mariutti, professor da Unicamp, a esfera do virtual não se opõe à realidade, mas se |
12 | expressa pelo transbordamento do “possível”, isto é, pelo conjunto de possibilidades acessíveis à imaginação humana. O virtual |
13 | transforma os fragmentos criados pela imaginação humana em um universo construído, potencialmente ilimitado, mas restrito ao |
14 | conjunto de percepções humanas em dado momento do tempo. |
(Disponível em: https://outraspalavras.net/crise-civilizatoria/o-tempo-livre-e-o-novo-feitico-do-capital/. Acesso em: 18/10/2021. Adaptado.)
Considerando as seguintes sequências extraídas do texto: “forçando o distanciamento compulsório”; “a existência do próprio real desnudo da celeridade virtual”; e “uma vez que sua instância de captura imediata”, assinale a alternativa cujos termos podem substituir, respectivamente, os vocábulos grifados das expressões citadas, na acepção que lhes confere o texto.
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(UFPR - 2022- 1ª fase)
O texto a seguir é referência para as questões 33 a 36.
Da Violência
Hannah Arendt
1 | Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o background do século vinte, que se |
2 | tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; um século daquela violência que se acredita |
3 | comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia, um outro fator na situação atual que, embora não |
4 | previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal |
5 | ponto que nenhum objetivo político concebível poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num |
6 | conflito armado. Assim, a arte da guerra – desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais – perdeu |
7 | muito de sua eficácia e quase todo seu fascínio. O “apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, ou seja, entre os que |
8 | manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é o fim de ambos”; |
9 | é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu objetivo “racional” é intimidação e não |
10 | vitória, e a corrida armamentista, já não sendo uma preparação para a guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto |
11 | mais intimidação houver maior é a garantia de paz. |
(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)
Assinale a alternativa que recupera a tese central do texto de H. Arendt.
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(UFPR - 2022- 1ª fase)
O texto a seguir é referência para as questões 33 a 36.
Da Violência
Hannah Arendt
1 | Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o background do século vinte, que se |
2 | tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; um século daquela violência que se acredita |
3 | comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia, um outro fator na situação atual que, embora não |
4 | previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal |
5 | ponto que nenhum objetivo político concebível poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num |
6 | conflito armado. Assim, a arte da guerra – desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais – perdeu |
7 | muito de sua eficácia e quase todo seu fascínio. O “apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, ou seja, entre os que |
8 | manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é o fim de ambos”; |
9 | é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu objetivo “racional” é intimidação e não |
10 | vitória, e a corrida armamentista, já não sendo uma preparação para a guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto |
11 | mais intimidação houver maior é a garantia de paz. |
(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)
Observe as seguintes afirmativas, relacionadas ao texto:
1. A autora não concorda com o político russo, Lênin, acerca da avaliação que ele fez a respeito da violência do século XX.
2. Segundo Arendt, existe um fator relativo à belicosidade e à violência na atualidade que não foi considerado pelo político russo.
3. Há, no jogo de poder das superpotências, um objetivo político cuja racionalidade é a corrida armamentista e a busca da superioridade majoritária.
Assinale a alternativa correta.
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(UFPR - 2022- 1ª fase)
O texto a seguir é referência para as questões 33 a 36.
Da Violência
Hannah Arendt
1 | Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o background do século vinte, que se |
2 | tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; um século daquela violência que se acredita |
3 | comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia, um outro fator na situação atual que, embora não |
4 | previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal |
5 | ponto que nenhum objetivo político concebível poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num |
6 | conflito armado. Assim, a arte da guerra – desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais – perdeu |
7 | muito de sua eficácia e quase todo seu fascínio. O “apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, ou seja, entre os que |
8 | manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é o fim de ambos”; |
9 | é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu objetivo “racional” é intimidação e não |
10 | vitória, e a corrida armamentista, já não sendo uma preparação para a guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto |
11 | mais intimidação houver maior é a garantia de paz. |
(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)
Assinale a alternativa correta quanto à interpretação dos recursos ortográficos presentes no texto.
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O texto a seguir é referência para as questões 33 a 36.
Da Violência
Hannah Arendt
1 | Estas reflexões foram causadas pelos eventos e debates dos últimos anos comparados com o background do século vinte, que se |
2 | tornou realmente, como Lênin tinha previsto, um século de guerras e revoluções; um século daquela violência que se acredita |
3 | comumente ser o denominador comum destas guerras e revoluções. Há, todavia, um outro fator na situação atual que, embora não |
4 | previsto por ninguém, é pelo menos de igual importância. O desenvolvimento técnico dos implementos da violência chegou a tal |
5 | ponto que nenhum objetivo político concebível poderia corresponder ao seu potencial destrutivo, ou justificar seu uso efetivo num |
6 | conflito armado. Assim, a arte da guerra – desde tempos imemoriais o impiedoso árbitro final em disputas internacionais – perdeu |
7 | muito de sua eficácia e quase todo seu fascínio. O “apocalíptico” jogo de xadrez entre as superpotências, ou seja, entre os que |
8 | manobram no plano mais alto de nossa civilização, está sendo jogado segundo a regra “se qualquer um ‘ganhar’ é o fim de ambos”; |
9 | é um embate sem qualquer semelhança com os outros embates militares precedentes. Seu objetivo “racional” é intimidação e não |
10 | vitória, e a corrida armamentista, já não sendo uma preparação para a guerra, só pode ser justificada agora pela ideia de que quanto |
11 | mais intimidação houver maior é a garantia de paz. |
(Extraído e adaptado de: Arendt, H. Crises da República. SP: Perspectiva, 2017.)
Acerca dos relatores de coesão presentes no texto, assinale a alternativa correta.
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(UFPR - 2022- 1ª fase)
Leia a seguir a primeira estrofe do poema “O meu sepulcro”, de Gonçalves Dias.
1 | Quando, os olhos cerrando à luz da vida, |
2 | O extremo adeus soltar às esperanças, |
3 | Que na terra nos guiam, nos confortam |
4 | E espaçam do porvir a senda estreita; |
5 | Quando, isento de míseros cuidados, |
6 | Disser adeus às ilusões douradas, |
7 | Mas com elas também às dores cruas |
8 | Da existência – aos espinhos pontiagudos, |
9 | Com que a verdade o coração nos roça; |
10 | Quando tocada não sentir minha alma |
11 | Da luz, dos sons, das cores, das magias, |
12 | Que a natureza pródiga derrama |
13 | No regaço da terra – mais ditoso |
14 | Serei acaso então? – Quando o meu corpo |
15 | À terra, mãe comum, pedindo abrigo |
16 | Dos sepulcros no vale em paz descanse; |
17 | Hei de ser mais feliz porque mo cobre |
18 | Pomposo mausoléu, em vez da pedra |
19 | Sem nome, – em vez do túmulo de céspedes, |
20 | Que s’ergue junto à estrada, e ao viandante, |
21 | Ao que ali passa, uma oração suplica? |
22 | Oh! não! – ao encalmado é grata a sombra; |
23 | Grato descanso aos membros fatigados |
24 | Presta igualmente a relva das campinas |
25 | E os torrões pelo sol enrijecidos. |
26 | Como o trabalhador que a sesta aguarda, |
27 | O meu termo fatal sem medo espero! |
28 | Eu então pedirei silêncio à morte, |
29 | E fresca sombra à sepultura humilde, |
30 | Que me receba, – e a cuja superfície |
31 | Morram sem eco da existência as vagas. [...] |
(DIAS, Gonçalves. Poesia e prosa completas: volume único. Org.: Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1998. p. 491-2.)
O auto de Natal pernambucano Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, apresenta algumas semelhanças temáticas com a estrofe acima transcrita, parte integrante do livro Últimos Cantos. Assinale a alternativa em que estão corretas as aproximações entre as duas obras.
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(UFPR - 2022- 1ª fase)
O fragmento abaixo é parte do segundo canto de “O Uraguai”, poema épico de Basílio da Gama publicado em 1769.
Eu, desarmado e só, buscar-te venho.
Tanto espero de ti. E enquanto as armas
Dão lugar à razão, senhor, vejamos
Se se pode salvar a vida e o sangue
De tantos desgraçados. Muito tempo
Pode ainda tardar-nos o recurso
Com o largo oceano de permeio,
Em que os suspiros dos vexados povos
Perdem o alento. O dilatar-se a entrega
Está nas nossas mãos, até que um dia
Informados os reis nos restituam
A doce antiga paz. Se o rei de Espanha
Ao teu rei quer dar terras com mão larga
Que lhe dê Buenos Aires, e Correntes
E outras, que tem por estes vastos climas;
Porém não pode dar-lhes os nossos povos.
(Disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/uraguai.pdf.)
A respeito desse poema, considere as seguintes afirmativas:
1. Atendendo as regras de composição da epopeia clássica, Basílio da Gama inspirou-se num fato histórico acontecido séculos antes da escrita e narrou-o em versos metrificados e rimados.
2. Em vez de dar voz a um pastor, como é frequente na poesia do Arcadismo, o poeta deu voz a líderes militares portugueses e aos indígenas que habitavam a região dos Sete Povos das Missões.
3. Como elementos de nativismo, aparecem as personagens Cacambo, guerreiro capaz de argumentar sobre o direito dos povos indígenas à terra, e a feiticeira Tanajura, que representa o aspecto mítico da cultura desses povos.
4. Abalada pela morte de Cacambo e auxiliada por Tanajura, Lindoia tem um sonho no qual vê com detalhes a destruição dos Sete Povos das Missões, em consequência da expulsão dos jesuítas do Brasil.
Assinale a alternativa correta.
Ver questão