(FATEC - 2014) Os recentes distúrbios no Egito formam um capítulo do processo deflagrado ainda em dezembro de 2010, quando o mundo árabe foi varrido por uma série de manifestações populares, derrubando governos e reconfigurando a geopolítica do Oriente Médio e Norte da África.
(SILVA, Edilson Adão C. Futuro incerto. Carta na Escola, agosto de 2013).
Sobre as manifestações que reconfiguraram a geopolítica do Oriente Médio e Mundo Árabe e que ficaram conhecidas como A Primavera Árabe, está correto afirmar que
a Tunísia foi pioneira no processo ao derrubar um regime fundamentalista e posteriormente eleger um regime laico.
a queda de Bashar Assad na Síria foi produto de um conflito religioso entre a maioria alauíta e a minoria sunita.
a pressão popular levou à queda da ditadura de Mubarak e à eleição do primeiro presidente eleito da história do Egito, presidente este igualmente derrubado.
Muammar Kadafi, mesmo com o apoio ocidental, não resistiu à insatisfação popular e foi executado na Líbia o que levou a uma nova crise do petróleo.
tiveram como ápice a traumática derrubada de Saddam Husseim, no Iraque, após décadas de tirania, e que pôs fim à hegemonia dos xiitas no país.
Gabarito:
a pressão popular levou à queda da ditadura de Mubarak e à eleição do primeiro presidente eleito da história do Egito, presidente este igualmente derrubado.
A Primavera Árabe foi um conjunto de manifestações por democracia contra ditaduras corruptas no norte da África e Oriente Médio a partir de 2010. No Egito, houve a queda do ditador Hosni Mubarak e eleições com a eleição de Mohamed Morsi (Irmandade Muçulmana). Porém, Morsi foi derrubado através de um golpe militar e o golpista ascendeu ao poder por meio de eleições questionáveis, sem a participação da Irmandade Muçulmana.
A expressão Primavera árabe faz referência a uma série de protestos que ainda ocorrem no chamado “mundo árabe”, compreendendo basicamente os países que compartilham a língua árabe e a religião islâmica, apesar de etnicamente diversos.
As causas já estavam de certo modo presentes, e o descontentamento em vários países era já latente, pela comum falta de emprego e oportunidades para as gerações mais jovens, além da repressão política e a concentração de poder e riqueza na mão de poucos. Assim, já ocorria mobilização por parte de vários grupos, mostrando que este não era um fenômeno novo na região, e, contrário à visão que predominava na mídia ocidental, os envolvidos nos protestos não tinham qualquer influência fundamentalista religiosa, nem haviam absorvido as ideias anti-ocidente promovidas por grupos terroristas como a Al Qaeda.
Entende-se, porém, que o episódio catalisador de toda a recente onda de protestos seja a autoimolação do vendedor de rua tunisiano Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao próprio corpo em 17 de dezembro de 2010 em protesto contra humilhações causadas pelas autoridades locais que confiscaram os bens que usava para trabalhar. Seu funeral reuniu mais de 5000 pessoas e logo causaram a queda do ditador tunisiano Ben Ali.
Logo após iniciam-se protestos em países vizinhos, em especial o Egito, onde, multidões se reúnem na praça Tahrir (palavra árabe que significa “liberdade”), no Cairo, e em várias outras praças nas restantes cidades egípcias, acampando em protesto contra outro dirigente há décadas no poder: Hosni Mubarak. Assim como seu colega tunisiano, o egípcio mantinha o poder atrás de um regime forte, apoiado diretamente pelos militares locais, que se concentravam em reprimir a população. Após meses de protestos e completa paralisação do país, Mubarak renuncia em favor de um governo de transição, apoiado pelos mesmos militares. Os protestos continuam ainda hoje, para que os militares deixem de interferir no governo, e ao que parece, isto está próximo de acontecer.
Em fevereiro, o movimento toma corpo na Líbia, onde Muamar Gadafi exercia o poder com mão de ferro desde 1969. Determinado a não abrir mão do poder ou ao menos fazer concessões em seu corrupto e opressivo regime, Gadafi reprime com violências as manifestações, matando milhares de civis, dando origem a uma guerra civil. Isto causa a reprovação internacional ao seu regime, drenando toda a sua credibilidade, o que causa a intervenção da OTAN. Com o apoio desta, os rebeldes líbios passam a conquistar o território e irão capturar e/ou matar a maioria dos chefes do regime deposto, inclusive Gadafi e três de seus filhos.
No Iêmen, o presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há quase 30 anos, após meses de fortes protestos, incluindo um atentado que o levou a deixar o país para tratamento temporariamente, cedeu, a 23 de novembro, concordando em entregar o cargo a seu vice, Abdu-Rabbo Mansur al-Hadi em 30 dias.
Na Síria, assim como na Líbia, os protestos estão sendo reprimidos violentamente, pelo presidente do país, Bashar Al-Assad. Isso causou o desligamento da Síria da Liga Árabe, pois os países daquela organização reprovam a violência utilizada pelo governo, além das manifestações veementes de ONU, União Europeia e Estados Unidos para que o presidente sírio deixe o cargo. Até o momento, Assad, este mesmo filho e sucessor de outro ditador sírio, Hafez, ainda se sustenta no poder, porém, sua situação vai ficando delicada, ante a continuação dos protestos.
Além destes países, Bahrein, Iraque, Argélia, Marrocos, Jordânia, Kuwait e Líbano enfrentam protestos de dimensões importantes, sendo que muitos destes governos já efetuaram mudanças em suas agendas pressionadas pelos protestos populares.
Dessa forma,
a) a Tunísia foi pioneira no processo ao derrubar um regime fundamentalista e posteriormente eleger um regime laico.
Incorreto. Apesar dá Tunísia ter sido a pioneira no processo, o novo governo eleito não era laico.
b) a queda de Bashar Assad na Síria foi produto de um conflito religioso entre a maioria alauíta e a minoria sunita.
Incorreto. Bashar al-Assad ainda está no poder.
c) a pressão popular levou à queda da ditadura de Mubarak e à eleição do primeiro presidente eleito da história do Egito, presidente este igualmente derrubado.
Correta.
d) Muammar Kadafi, mesmo com o apoio ocidental, não resistiu à insatisfação popular e foi executado na Líbia o que levou a uma nova crise do petróleo.
Incorreto. Muammar Kadafi não recebia apoio do ocidente no período da Primavera Árabe.
e) tiveram como ápice a traumática derrubada de Saddam Husseim, no Iraque, após décadas de tirania, e que pôs fim à hegemonia dos xiitas no país.
Incorreto. A primaverá Árabe surgiu em 2010, já o Saddam Husseim foi morto em 2006.
(FATEC)
Identifique a frase em que a função predominante da linguagem é a REFERENCIAL:
Ver questão
(FATEC-2006)
Na ciência e na tecnologia o progresso é real, mas só faz aumentar o conhecimento e o poder do homem, e esse poder pode ser usado tanto para os mais benignos objetivos quanto para os mais desastrosos.
Quando o conceito de progresso é aplicado à ética e à política, ele é uma ilusão perigosa. Veja-se, por exemplo, o caso dos gregos e dos romanos antigos. É claro que eles acreditavam no desenvolvimento de novas ferramentas.
Mas eles não transferiam essa noção de progresso técnico para a ética ou a política. É óbvio, também, que eles acreditavam no bem e no mal, que as sociedades podiam ser melhores ou piores, e que a prosperidade é preferível à fome e à pobreza. No entanto, para gregos e romanos, os jogos da ética e da política estavam sujeitos a avanços e retrocessos. Ou seja, a história humana era cíclica, com diferentes períodos se alternando, como ocorre na natureza.
A ciência, no geral, chega mais perto da verdade do mundo que outros sistemas de crença, e nós temos testemunhado seu sucesso pragmático em aumentar o poder humano. Mas, do ponto de vista ético, o conhecimento é neutro, desprovido de valor - pode tanto nos levar a realizações maravilhosas quanto atender a propósitos terríveis. (John Gray, em Veja, 23 de novembro de 2005.)
Assinale a alternativa em que os trechos do texto, reescritos, apresentam pontuação, concordância e colocação de pronomes de acordo com a norma culta
(FATEC-2006)
Os bem vizinhos de Naziazeno Barbosa assistem ao “pega” com o leiteiro. Por detrás das cercas, mudos, com a mulher e um que outro filho espantado já de pé àquela hora, ouvem.
Todos aqueles quintais conhecidos têm o mesmo silêncio. Noutras ocasiões, quando era apenas a “briga” com a mulher, esta, como um último desaforo de vítima, dizialhe: “Olha, que os vizinhos estão ouvindo”. Depois, à hora da saída, eram aquelas caras curiosas à janela. com os olhos fitos nele, enquanto ele cumprimentava. O leiteiro diz-lhe aquelas coisas, despenca-se pela escadinha que vai do portão até à rua, toma as rédeas do burro e sai a galope, fustigando o animal, furioso, sem olhar para nada. Naziazeno ainda fica um instante ali sozinho. (A mulher havia entrado.) Um ou outro olhar de criança fuzila através das frestas das cercas.
As sombras têm uma frescura que cheira a ervas úmidas. A luz é doirada e anda ainda por longe, na copa das árvores, no meio da estrada avermelhada. Naziazeno encaminha-se então para dentro de casa. Vai até ao quarto. A mulher ouve-lhe os passos, o barulho de abrir e fechar um que outro móvel. Por fim, ele aparece no pequeno comedouro, o chapéu na mão. Senta-se à mesa, esperando
. Ela lhe traz o alimento. – Ele não aceita mais desculpas... Naziazeno não fala. A mulher havia-se sentado defronte dele, enquanto ele toma o café. – Vai nos deixar ainda sem leite... Ele engole o café, nervoso, com os dedos ossudos e cabeçudos quebrando o pão em pedaços miudinhos, sem olhar a mulher. – É o que tu pensas. Temores... Cortar um fornecimento não é coisa fácil. – Porque tu não viste então o jeito dele quando te declarou: “Lhe dou mais um dia!”
(Dyonélio Machado, Os ratos.)
Leia o trecho: A mulher havia-se sentado defronte dele, enquanto ele toma o café. – Vai nos deixar ainda sem leite...
Assinale a alternativa que substitui o discurso direto pelo discurso indireto, sem que ocorram infrações da norma culta.
Ver questão
(FATEC)
"Ela insistiu:
- Me dá esse papel aí."
Na transposição da fala da personagem para o discurso indireto, a alternativa correta é: