Questão 15264

(UFSJ - 2012)

Na perspectiva nietzscheana, o livre-arbítrio é um erro porque

A

ao declarar que os homens são livres, as forças coercitivas, como o poder da Igreja, agem com o claro intuito de castigá-los, julgá-los e declará-los culpados.

B

os homens, indignos como são, jamais alcançarão a dimensão da ideia implícita no livre-arbítrio.

C

o cristianismo, apesar de seus esforços candentes, não conseguiu tirar a culpa do ser humano.

D

a fatalidade impressa no ser humano está na sua historicidade, no seu livre-arbítrio, e por isso mesmo o Homem está condenado à culpa.

Gabarito:

ao declarar que os homens são livres, as forças coercitivas, como o poder da Igreja, agem com o claro intuito de castigá-los, julgá-los e declará-los culpados.



Resolução:

a) Correta. ao declarar que os homens são livres, as forças coercitivas, como o poder da Igreja, agem com o claro intuito de castigá-los, julgá-los e declará-los culpados.
A crítica de Nietzsche ao conceito de livre-arbítrio é uma oposição ao cristianismo, o qual, segundo ele, a partir dessa ideia, buscava responsabilizar o indivíduo e penalizá-lo por seus vícios — como concebia a ética cristã. A perspectiva cristã envolvia o conceito de vontade que era livre e a ideia de pecado; a vontade livre era inteiramente responsável por seus erros e, por isso, a culpa e o consequente castigo eram inferidos a partir dessa ideia de uma vontade livre, isto é, de um livre-arbítrio, cuja estrutura conceitual impunha o direito à igreja ou a Deus em castigar os indivíduos. Nietzsche se opõe a essa noção, tomando-a como ilusória e falsa, e influi que o sentimento de culpa era apenas uma experiência psicológica, fruto da fisiologia humana.

 

b) Incorreta. os homens, indignos como são, jamais alcançarão a dimensão da ideia implícita no livre-arbítrio.
A noção de indignidade é própria ao cristianismo, contra a qual Nietzsche visa se opor, tanto quanto a ideia de livre-arbítrio.

c) Incorreta. o cristianismo, apesar de seus esforços candentes, não conseguiu tirar a culpa do ser humano.
Nietzsche se opõe ao cristianismo com sua noção de culpa, pois a culpa era um conceito próprio á fé cristã.

d) Incorreta. a fatalidade impressa no ser humano está na sua historicidade, no seu livre-arbítrio, e por isso mesmo o Homem está condenado à culpa.
O livre-arbítrio é ilusório segundo Nietzsche tanto quanto a culpa, que é tomada como um estado fisiológico.

 

Texto de Nietzsche para complementar:

O Erro do Livre-arbítrio

Não somos indulgentes com a idéia do livre-arbítrio: sabemos de sobejo do que se trata; a habilidade teológica de pior reputação que já houve para tornar a humanidade responsável à maneira dos teólogos, o que eqüivale a colocar a humanidade sob a dependência dos teólogos. Vou me limitar a explicar a psicologia dessa tendência a exigir responsabilidades. Onde quer que exijam responsabilidades, o instinto de julgar e de castigar anda, geralmente, mesclado na tarefa. Retira-se a inocência do devir quando lhe atribui um estado de fato, qualquer que seja, à vontade, a intenções, a atos de responsabilidade. A doutrina da vontade foi inventada, principalmente, colimando castigar, isto é, com a intenção de achar um culpado. Toda a antiga psicologia, psicologia da vontade, deve sua existência ao fato de que seus inventores, os sacerdotes, chefes das cominidades primitivas, quiseram atribuir-se o direito de castigar, ou quiseram conceder tal direito a Deus. Os homens foram considerados livres para se poder julgá-los e castigá-los, para se poder declará-los culpados. Conseqüentemente, toda ação tinha que reputar-se voluntária, e a origem de todo ato devia supor-se na consciência (pelo que a falsificação das moedas in psychologicis, por princípio, se erigia da própria psicologia). Hoje, que entramos na corrente contrária e nós, os imoralistas, trabalhamos com todas nossas forças para conseguir que desapareça mais uma vez do mundo a idéia da culpabilidade e do castigo, tanto quanto para eliminar delas a psicologia, a história, a Natureza, as instituições e as sanções sociais, não há, a nossos olhos, oposição mais radical que a dos teólogos, que por meio da idéia do mundo moral prosseguem contaminando a inocência do devir com o pecado e o castigo. O cristianismo é uma metafísica de verdugos.

NIETZSCHE, Friedrich. O crepúsculo dos ídolos ou a filosofia a golpes de martelo. Trad. por Edson Bini; Márcio Pugliesi. Curitiba: Hemus. p. 41



Questão 6371

(UFSJ - 2013) Considerando os valores de θ, para os quais a expressão  é definida, é CORRETO afirmar que ela é sempre igual a

Ver questão

Questão 6939

(Ufsj 2012) Sendo x um arco tal que 0 ≤ x < 2π e  , é CORRETO afirmar que

Ver questão

Questão 10320

(Ufsj 2012) A propulsão de motores por biocombustíveis, a produção de PET para embalagens, a efervescência provocada pela adição de um comprimido antiácido em água e a corrosão do cobre são, respectivamente, exemplos de reações DE

Ver questão

Questão 10802

(UFSJ - 2008) A partir de dados econômicos divulgados na imprensa no dia 20 de julho de 2007, admite-se que, nos últimos 12 meses, o rendimento médio de aplicações na Bolsa de Valores de São Paulo, a IBOVESPA, foi de 17,3%, e que o rendimento da caderneta de poupança, no mesmo período, foi de 3,3%. Um certo investidor aplicou R$ 1 000,00 na bolsa e este mesmo valor na caderneta de poupança, durante um período de dois anos. Sob o regime anual de juros compostos, considerando-se que essas instituições não fazem arredondamento dos rendimentos e não se levando em conta outros fatores, a diferença de rendimentos nessas duas aplicações, ao final do período de aplicação, em reais, será igual a

Ver questão