(ENEM 2014) Uma empresa de alimentos oferece três valores diferentes de remuneração a seus funcionários, de acordo com o grau de instrução necessário para cada cargo. No ano de 2013, a empresa teve uma receita de 10 milhões de reais por mês e um gasto mensal com a folha salarial de R$ 400 000,00, distribuídos de acordo com o Gráfico 1. No ano seguinte, a empresa ampliará o número de funcionários, mantendo o mesmo valor salarial para cada categoria. Os demais custos da empresa permanecerão constantes de 2013 para 2014. O número de funcionários em 2013 e 2014, por grau de instrução, está no Gráfico 2.
Qual deve ser o aumento na receita da empresa para que o lucro mensal em 2014 seja o mesmo de 2013?
R$ 114 285,00
R$ 130 000,00
R$ 160 000,00
R$ 210 000,00
R$ 213 333,00
Gabarito:
R$ 130 000,00
Primeiramente vamos extrair do Gráfico 2 da questão quantos funcionários por nível de escolaridade a empresa tinha em 2013 e em 2014:
2013:
Ensino Fundamental: 50; Ensino Médio: 150; Ensino Superior: 10.
2014:
Ensino Fundamental: 70; Ensino Médio: 180; Ensino Superior: 20.
Como foi falado no enunciado, o gasto mensal com a folha salarial em 2013 foi de 400 mil reais.
Do Gráfico 1 podemos inferir que 12,5% de 400 mil reais foi para pagar os empregados com Ensino Fundamental. Ou seja, os 50 funcionários com Ensino Fundamental que existiam em 2013 (como vimos acima) custaram 12,5% x 400 mil = R$ 50.000,00 por mês para a empresa.
Logo, como são 50 funcionários com o custo de 50 mil por mês, podemos obter o valor do salário mensal de cada funcionário com Ensino Fundamental dessa empresa:
R$ 50.000,00 / 50 funcionários = R$ 1.000,00 / mês é o salário mensal dos funcionários com Ensino Fundamental.
Seguindo o mesmo raciocínio acima para os funcionários com Ensino Médio: gasto mensal de 75% de 400 mil reais = R$ 300.000,00 por mês. Como são 150 funcionários com Ensino Médio, temos que o salário de cada funcionário com Ensino Médio é de:
R$ 300.000,00 / 150 funcionários = R$ 2.000,00 / mês é o salário mensal dos funcionários com Ensino Médio.
Para os funcionários com Ensino Superior: gasto mensal de 12,5% de 400 mil reais = R$ 50.000,00 por mês. Como são 10 funcionários com Ensino Superior, temos que o salário de cada funcionário desses é de:
R$ 50.000,00 / 10 funcionários = R$ 5.000,00 / mês é o salário mensal dos funcionários com Ensino Superior.
Agora que possuímos o salário de cada tipo de funcionário da empresa, vamos calcular o quanto a empresa vai gastar por mês com esses funcionários no ano de 2014.
Lembrando que o número de funcionários em 2014 é:
Ensino Fundamental: 70; Ensino Médio: 180; Ensino Superior: 20.
Logo, o custo por grupo é de:
Ensino Fundamental: 70 . R$ 1.000,00 = R$ 70.000,00; Ensino Médio: 180 . R$ 2.000,00 = R$ 360.000,00; Ensino Superior: 20 . R$ 5.000,00 = R$ 100.000,00.
Somando tudo isso:
R$ 70.000,00 + R$ 360.000,00 + R$ 100.000,00 = R$ 530.000,00 é o custo por mês que a empresa tem com os funcionários em 2014.
Como a questão quer que calculemos o aumento na receita da empresa para que o lucro mensal de 2014 seja o mesmo de 2013, então devemos fazer a conta:
Lucro mensal = receita mensal - custo mensal.
Em 2013, a receita mensal foi de R$ 10 milhões, logo, o lucro (considerando como custo somente o custo com funcionários) foi de:
Lucro mensal em 2013 = R$ 10 milhões - R$ 400 mil = R$ 9.600.000,00 ou, simplificadamente, R$ 9,6 milhões.
Dessa forma, podemos fazer para 2014:
Lucro mensal em 2014 = Lucro mensal em 2013 = R$ 9.600.000,00 = receita mensal em 2014 - custo mensal em 2014.
Como o custo mensal em 2014 foi de R$ 530.000,00, então:
R$ 9.600.000,00 = receita mensal em 2014 - custo mensal em 2014 = receita mensal em 2014 - R$ 530.000,00 => receita mensal em 2014 = R$ 9.600.000,00 + R$ 530.000,00 => receita mensal em 2014 = R$ 10.130.000,00
Logo, o aumento de receita é de:
aumento de receita = receita mensal em 2014 - receita mensal em 2013 = R$ 10.130.000,00 - R$ 10.000.000,00 = R$ 130.000,00.
A alternativa correta é a Letra B.
(ENEM - 2015)
Exmº Sr. Governador:
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[...]
ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame, proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha - um telegrama; porque se deitou pedra na rua - um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela - um telegrama.
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILlANO RAMOS
RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.
O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o autor
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(ENEM - 2015)
Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos e eu parti.
Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha instalação.
Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, pintando-o jeitosamente de novidade, como os negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo vistoso dos anúncios.
O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda pelas províncias, conferências em diversos pontos da cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares, fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido concurso de professores prudentemente anônimos, caixões e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas, em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos confins da pátria. Os lugares que os não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita, espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a farinha daquela marca para o pão do espírito.
POMPEIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.
Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o narrador revela um olhar sobre a inserção social do colégio demarcado pela
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Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então apareceram os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcança.
BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evolutivo da história da humanidade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo manifesta uma percepção que
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(ENEM - 2015)
Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançado em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...]
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei furiosa. [...]
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem mais coisas ainda, minha queridinha”, anunciou Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis?
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a)
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