Questão 1780

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

Para obter o efeito de humor presente no cartum, o autor se vale, entre outros, do seguinte recurso:

A

utilização paródica de um provérbio de uso corrente.

B

emprego de linguagem formal em circunstâncias informais.

C

representação inverossímil de um convívio pacífico de cães e gatos.

D

uso do grotesco na caracterização de seres humanos e de animais.

E

inversão do sentido de um pensamento bastante repetido.

Gabarito:

inversão do sentido de um pensamento bastante repetido.



Resolução:

a) Alternativa incorreta. O discurso da personagem emite um juízo de valor contrário ao seguinte pensamento contemporâneo presente na própria charge: "os bichos não passam de substitutos patéticos para as pessoas que não podem ter crianças.". Ou seja, não há um provérbio conhecido e praticado no meio social a partir do pensamento citado acima, isso é apenas um pensamento bastante difundido e frequentemente presente no meio social (''pensamento bastante repetido'').

b) Alternativa incorreta. Não há um contexto explicitado na charge que afirma a questão do emprego da linguagem culta em situações informais.

c) Alternativa incorreta. Não é aplicado a inverossimilhança para o contexto da charge.

d) Alternativa incorreta. A frase "As crianças não passam de substitutos patéticos para as pessoas que não podem ter bichos." não descreve a criança como um ser grotesco. Está relacionado a crítica do uso de crianças para pessoas que não podem ter bichos.

e) Alternativa correta. O discurso da personagem na charge emite um juízo de valor contrário ao seguinte pensamento contemporâneo: os bichos não passam de substitutos patéticos para as pessoas que não podem ter crianças.(como foi afirmado na alternativa A).  É perceptível a diferença: discurso da personagem: "as crianças não passam de substitutos patéticos para as pessoas que não podem ter bichos". Discurso contemporâneo:"os bichos não passam de substitutos patéticos para as pessoas que não podem ter crianças."



Questão 1779

(FUVEST - 2016 - 1ª FASE)

No contexto do cartum, a presença de numerosos animais de estimação permite que o juízo emitido pela personagem seja considerado

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Questão 1794

(Fuvest 2016)

Omolu espalhara a bexiga na cidade. Era uma vingança contra a cidade dos ricos. Mas os ricos tinham a vacina, que sabia Omolu de vacinas? Era um pobre deus das florestas d’África. Um deus dos negros pobres. Que podia saber de vacinas? Então a bexiga desceu e assolou o povo de Omolu. Tudo que Omolu pôde fazer foi transformar a bexiga de negra em alastrim, bexiga branca e tola. Assim mesmo morrera negro, morrera pobre. Mas Omolu dizia que não fora o alastrim que matara. Fora o 1lazareto. Omolu só queria com o alastrim marcar seus filhinhos negros. O lazareto é que os matava. Mas as macumbas pediam que ele levasse a bexiga da cidade, levasse para os ricos latifundiários do sertão. Eles tinham dinheiro, léguas e léguas de terra, mas não sabiam tampouco da vacina. O Omolu diz que vai pro sertão. E os negros, os ogãs, as filhas e pais de santo cantam:

Ele é mesmo nosso pai
e é quem pode nos ajudar...

Omolu promete ir. Mas para que seus filhos negros não o esqueçam avisa no seu cântico de despedida:

Ora, adeus, ó meus filhinhos,
Qu’eu vou e torno a vortá...

E numa noite que os atabaques batiam nas macumbas, numa noite de mistério da Bahia, Omolu pulou na máquina da Leste Brasileira e foi para o sertão de Juazeiro. A bexiga foi com ele.

Jorge Amado, Capitães da Areia.

1lazareto: estabelecimento para isolamento sanitário de pessoas atingidas por determinadas doenças.

Costuma-se reconhecer que Capitães da Areia pertence ao assim chamado “romance de 1930”, que registra importantes transformações pelas quais passava o Modernismo no Brasil, à medida que esse movimento se expandia e diversificava. No excerto, considerado no contexto do livro de que faz parte, constitui marca desse pertencimento

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Questão 1804

(Fuvest 2012)

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo. 

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra:

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