Questão 23728

I.
Houve tempo em que os meus olhos Gostavam do sol brilhante, E do negro véu da noite, E da aurora cintilante. [...] Oh! Quadra tão feliz! — Se ouvia a brisa Nas folhas sussurrando, o som das águas, Dos bosques o rugir; — se os desejava, — O bosque, a brisa, a folha, o trepidante Das águas murmurar prestes ouvia. Se o sol doirava os céus, se a lua casta, Se as tímidas estrelas cintilavam, Se a flor desabrochava envolta em musgo, — Era a flor que eu amava, — eram estrelas Meus amores somente, o sol brilhante [...]
DIAS, Gonçalves. Quadras da minha vida. Antologias. São Paulo: Melhoramentos, 1966. p. 72-73.

 

II.
É noite. A Lua, ardente e terna, Verte na solidão sombria A sua imensa, a sua eterna Melancolia... [...] No largo, sob os jambolanos, Procuro a sombra embalsamada. (Noite, consolo dos humanos! Sombra sagrada!)
Um velho senta-se a meu lado. Medita. Há no seu rosto uma ânsia... Talvez se lembre aqui, coitado! De sua infância.
BANDEIRA, Manuel. O inútil luar. Estrelas da vida inteira: poesias reunidas. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970. p. 25.

O texto I (romântico) e o II (modernista) têm em comum a ideia de que a

 

A

natureza é fonte de prazer

B

felicidade se encontra no passado.

C

recuperação do vivido provoca sofrimento.
 

D

integração com a natureza confere sentido à vida. 

E

consciência da velhice intensifica a sensação de vazio existencial. 

Gabarito:

felicidade se encontra no passado.



Resolução:

O texto I (romântico) e o II (modernista) têm em comum a ideia de que a

Comentário geral: a alternativa correta é a opção B "felicidade se encontra no passado." porque em ambos os textos é presente o resgate do passado para levar ao eu-lírico a busca da sua própria felicidade que não pode ser presenciada no tempo presente. O texto I apresenta essa concepção que pode ser apresentada no seguinte fragmento: "Houve tempo em que os meus olhos Gostavam do sol brilhante, E do negro véu da noite, E da aurora cintilante. [...] Oh! Quadra tão feliz!". Já o texto II vivencia a mesma temática a partir do seguinte trecho: "Um velho senta-se a meu lado. Medita. Há no seu rosto uma ânsia... Talvez se lembre aqui, coitado! De sua infância."



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