(Ueg 2016)
Destes penhascos fez a natureza
O berço, em que nasci: oh quem cuidara,
Que entre pedras tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me ele declara
Centra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:
Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência mais se apura
COSTA, Claudio Manuel da. Soneto XCVIII. Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>. Acesso em: 26 ago. 2015
CARAVAGGIO, Michelangelo. Conversão de São Paulo - 1600 - 1601.
Óleo sobre tela. Disponível em: <galleryhip.com>.
Acesso em: 26 de ago, 2015
Tendo por base a comparação entre o poema e a pintura apresentados, verifica-se que
o poema alude a questões de ordem social e política, ao passo que a pintura faz referência a aspectos de teor material.
a pintura representa uma cena de teor espiritual, ao passo que o poema retrata elementos concretos de uma paisagem pedregosa.
a pintura cristaliza um momento de louvor à força humana, ao passo que o poema discute questões atinentes à covardia do homem.
o poema sugere uma correspondência entre dureza da paisagem e dureza da alma, ao passo que a pintura metaforiza questões mitológicas.
Gabarito:
a pintura representa uma cena de teor espiritual, ao passo que o poema retrata elementos concretos de uma paisagem pedregosa.
Resposta: [B]
O próprio título da tela remete ao seu teor espiritual: Caravaggio retrata, em A conversão de São Paulo, a queda que Saulo sofre após ver uma luz muito forte, que o cega – após ficar em transe, Saulo se converte para o Cristianismo, em referência à luz vista, e muda seu nome para Paulo.
Já o soneto de Cláudio Manuel da Costa retrata a paisagem do local em que vive, caracterizada pela aspereza, em oposição aos sentimentos do eu lírico: “Destes penhascos fez a natureza / O berço, em que nasci: oh quem cuidara, / Que entre pedras tão duras se criara / Uma alma terna, um peito sem dureza!”.
(Ueg 2017)
Considere o seguinte trecho:
“Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu viés, costumam dizer que o padrão linguístico é usado pelas pessoas representativas de uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam não analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma, uma norma ideal”. (ref. 1).
Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracterização da atividade dos gramáticos. Para isso, o autor
(UEG - 2015)
Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.
Ó formosura sem falha
que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
seja eu recompensado
vendo-vos só um instante.
De vossa grande beleza
da qual esperei um dia
grande bem e alegria,
só me vem mal e tristeza.
Sendo-me a mágoa sobeja,
deixai que ao menos vos veja
no ano, o espaço de um dia.
Rei D. Dinis CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.
Quem te viu, quem te vê
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
[...]
Chico Buarque
A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte característica trovadoresca:
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(Ueg 2015)
Considerando o experimentalismo surgido com as vanguardas do século XX, constata-se que os poemas de Campos e Pontes são respectivamente
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(UEG - 2016)
Em termos verbais, o humor da tira é construído a partir da polissemia presente na palavra
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