Questão 43879

(ENEM - 2019)

Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado). 

A geração de imagens por meio da tecnologia ilustrada depende da variação do(a): 

A

Albedo dos corpos físicos. 

B

Profundidade do lençol freático. 

C

Campo de magnetismo terrestre. 

D

Qualidade dos recursos minerais. 

E

Movimento de translação planetária.

Gabarito:

Albedo dos corpos físicos. 



Resolução:

A) Correta: O albedo é o coeficiente de reflexão de uma certa superfície, e é referente ao principal agente de aquecimento da nossa atmosfera, pois, quando os raios da luz solar perpassam a atmosfera, pouco calor é absorvido, contudo, quando esse chega na superfície da Terra, o solo e as águas absorvem essa energia e acabam emitindo ela para as parcelas mais baixas da atmosfera, que por sua vez, acabam sendo mais aquecidas, assim, quanto mais energia solar o solo absorver, maior será o calor que passará para atmosfera.

Logo, o albedo, que é a taxa de reflexão desse calor, ou seja, quanto do calor não foi absorvido pelo solo, é inversamente proporcional à temperatura da atmosfera na região, pois, quanto maior o albedo, maior a reflexão desses raios a partir do solo, logo, menos energia o solo absorveu, e assim, a atmosfera do local será mais fria, por isso, nos polos, onde a neve, que é branca, reflete muito a luz solar e pouco a absorve, possui tão baixas temperatura, além dos demais fatores. 

Assim, quanto menor o albedo, maior a temperatura da região, já que o solo estará absorvendo mais energia térmica, que, posteriormente, será passada para a atmosfera.

Isso interfere muito, também, nas temperaturas das altas altitudes, pois, devido ao relevo acidentado das montanhas, os raios solares chegam menos perpendicularmente, o que altera o comprimento de onda do mesmo, fazendo ele ter menor intensidade na hora de levar calor à atmosfera, além, da capacidade menor de reter esse calor por parte da atmosfera, devido à menor concentração de moléculas de ar que temos, quanto mais alto na mesma estivermos. Por isso, conseguimos encontrar neve, até nas regiões tropicais, em cima das montanhas.

B) incorreta: Os lençóis freáticos se tratam de águas subterrâneas e assim não entram na conta do albedo terrestre. 

C) incorreta: O campo magnético terrestre tem ligação com a orientação através dos pólos magnéticos e questões gravitacionais, não com o albedo. 

D) incorreta: A qualidade dos recursos minerais não entra na discussão dessa questão. 

E) incorreta: a questão traz uma ilustração de como ocorre a geração de imagens através da reflexão a partir dos raios solares . Essas imagens são geradas através de sinais com a reflexão dos raios e assim gera imagens, por isso não tem relação com a translação, pois se a Terra estivesse parada uma parte ia ter Sol e na porção do planeta em que o Sol estiver iluminando essa geração de imagem estará acontecendo

Questão que poderia se tornar difícil se o aluno nunca tivesse escutado ou estudado a palavra albedo. Mesmo sem o conhecimento da palavra, ele poderia acertar por eliminação. Já que a imagem fornece algumas boas informações, como as setas indicando a reflexão da luz.

O Albedo é o  poder de reflexão de uma superfície. É a razão entre a radiação refletida pela superfície e a radiação incidente sobre ela.

CORRETA A



Questão 1778

(ENEM - 2015)

Exmº Sr. Governador:

Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[...]

ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame, proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha - um telegrama; porque se deitou pedra na rua - um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela - um telegrama.

Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILlANO RAMOS

RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.

O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o autor

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Questão 1781

(ENEM - 2015)

Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos e eu parti.

Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha instalação.

Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, pintando-o jeitosamente de novidade, como os negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo vistoso dos anúncios.

O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda pelas províncias, conferências em diversos pontos da cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares, fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido concurso de professores prudentemente anônimos, caixões e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas, em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos confins da pátria. Os lugares que os não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita, espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a farinha daquela marca para o pão do espírito.

POMPEIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.

Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o narrador revela um olhar sobre a inserção social do colégio demarcado pela

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Questão 1782

Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então apareceram os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcança.

BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

 

A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evolutivo da história da humanidade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo manifesta uma percepção que

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Questão 1783

(ENEM - 2015)

Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançado em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...]

Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei furiosa. [...]

É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem mais coisas ainda, minha queridinha”, anunciou Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis?

TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a)

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