Questão 43915

(ENEM - 2019)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está investigando o extermínio de abelhas por intoxicação por agrotóxicos em colmeias de São Paulo e Minas Gerais. Os estudos com inseticidas do tipo neonicotinoides devem estar concluídos no primeiro semestre de 2015. Trata-se de um problema de escala mundial, presente, inclusive, em países do chamado primeiro mundo, e que traz, como consequência grave ameaça aos seres vivos do planeta, inclusive ao homem.

IBAMA, Polinizadores em risco de extinção são ameaça à vida do ser humano. Disponível em : www.mma.gov.br

Acesso em: 10 MAR. 2014

Qual solução para o problema apresentado garante a produtividade da agricultura moderna?

A

Preservação da área de mata ciliar

B

Adoção da prática de adubação química

C

Utilização da técnica de controle biológico

D

Ampliação do modelo de monocultura tropical

E

Intensificação da drenagem do solo de várzea

Gabarito:

Utilização da técnica de controle biológico



Resolução:

A) incorreta: A, realmente, contribui para a preservação das abelhas, contudo, além de não estar relacionada com o contexto do texto, sua contribuição não é tão grande, já que toda preservação de mata favorece a manutenção das abelhas, devido às mesmas necessitarem de um ambiente natural para se instalarem e conseguirem efetuar a polinização. Logo, mesmo a mata ciliar sendo importante nesse contexto, ela tem a mesma importância de qualquer mata, justamente, dentro de seu raciocínio, contudo, não favorece, com tanta intensidade, nesse contexto da agricultura, já que a mata natural foi substituída pela plantação, o que já gera um desbalanceamento da fauna e flora da região, por isso, apenas manter as matas próximas não resolve o problema, mesmo o diminuindo, devido ao fato de essas abelhas estarem sempre buscando por pólen, assim, não há, necessariamente, essa substituição de localidade da busca por pólen das abelhas pelas matas, ao invés da plantação, mas, realmente, pode reduzir, mesmo de forma não tão intensa, a atividade das abelhas na plantação.

B) incorreta, pois, os adubos químicos não possuem relação direta com as abelhas, já que esses, apenas, adubam o solo para o melhor desenvolvimento da planta, o que não traz nenhum benefício ou malefício para as abelhas, que são atrapalhadas pelos agrotóxicos. Logo, a questão quer saber como podemos substituir os agrotóxicos para que as abelhas não sejam prejudicadas, por isso, os adubos químicos não possuem nenhuma relação com esse processo, devido ao fato dos adubos químicos não protegerem as plantações de pragas.

C) correta: ontrole biológico é quando utilizamos de alguns organismos, animais, espécies (seres vivos no geral) para controlar a população de outra. Nesse caso se aplicaria, pois o uso de agrotóxico tem por fim eliminar pragas, mas essa forma de controle está matando as abelhas e uma forma de isso não acontecer seria substituir os agrotóxicos por alguma espécie animal que seja predador das pragas. Sendo assim, iria contribuir para diminuição desses animais nas plantações não comprometendo a colheita e não atingiria de forma negativa as abelhas

D) incorreta: Não faz nenhum sentido, pois o problema da extinção das abelhas é global é causado pela monocultura que utilizada de vários defensivos tóxicos para esses animais. 

E) incorreta: Solo de várzea é um solo alagado e não faz sentido ou aplicação essa alternativa para a questão. 

A questão é de atualidades, ela remete sobre a situação caótica das abelhas, além de apresentar sobre a sua ameça global.

https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/desaparecimento-de-abelhas-fenomeno-ameaca-seguranca-alimentar.htm

Uma solução para amenizar os efeitos da extinção das abelhas é o controle biológico, e não química. É uma técnica que utiliza meios naturais, notadamente outros organismos vivos, criada para diminuir a população de organismos considerados praga

CORRETA C



Questão 1778

(ENEM - 2015)

Exmº Sr. Governador:

Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[...]

ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame, proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha - um telegrama; porque se deitou pedra na rua - um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela - um telegrama.

Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILlANO RAMOS

RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.

O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o autor

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Questão 1781

(ENEM - 2015)

Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos e eu parti.

Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha instalação.

Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, pintando-o jeitosamente de novidade, como os negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo vistoso dos anúncios.

O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda pelas províncias, conferências em diversos pontos da cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares, fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido concurso de professores prudentemente anônimos, caixões e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas, em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos confins da pátria. Os lugares que os não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita, espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a farinha daquela marca para o pão do espírito.

POMPEIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.

Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o narrador revela um olhar sobre a inserção social do colégio demarcado pela

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Questão 1782

Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então apareceram os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcança.

BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

 

A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evolutivo da história da humanidade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo manifesta uma percepção que

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Questão 1783

(ENEM - 2015)

Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançado em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...]

Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei furiosa. [...]

É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem mais coisas ainda, minha queridinha”, anunciou Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis?

TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a)

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