Questão 56809

(Ueg 2015)  

Por razões tanto pedagógicas quanto científicas, 4é importante perceber uma variedade da língua que tem uma gramática própria, e que essa gramática permite uma comunicação muito eficaz. 2No português não padrão que se fala no Brasil, a conjugação verbal reduziu-se, é verdade, a duas formas: 

Comparado com a representação da gramática normativa, que traz seis formas e seis pronomes diferentes, esse paradigma verbal tem tudo para parecer pobre. 5Mas o inglês e o francês falado também usam só duas ou três formas, e ninguém se lembraria de dizer que isso é um problema para aquelas línguas. 1Note-se que a variedade não padrão que distingue nóis cantamo de nóis cantemo consegue distinguir morfologicamente dois tempos do verbo (o presente e o pretérito perfeito), uma diferença importante que o português brasileiro culto não consegue marcar e que o português europeu marca por uma distinção de nasalidade.

Em suma, 3quando tratamos de qualquer variedade não padrão do português brasileiro, estamos diante de outro código, e não de erros devido às condições cognitivas dos falantes. Do ponto de vista pedagógico, é fundamental perceber que os alunos que chegam à escola falando uma variedade não padrão precisam aprender a norma padrão como uma espécie de língua estrangeira.

ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006que as formas e construções do português não padrão fazem parte de. p. 176. (Adaptado). 


Qual trecho a seguir constitui um exemplo de contra-argumentação? 

A

“No português não padrão que se fala no Brasil, a conjugação verbal reduziu-se, na verdade, a duas formas” (ref. 2).  

B

"Quando tratamos de qualquer variedade não padrão do português brasileiro, estamos diante de outro código" (ref. 3)

C

"É importante perceber que as formas de construções do português não padrão fazem parte de uma variedade da língua que tem uma gramática própria" (ref. 4)

D

"Mas o inglês e o francês falado também usam só duas ou três formas, e ninguém se lembraria de dizer que isso é um problema para aquelas línguas" (ref. 5)

Gabarito:

"Mas o inglês e o francês falado também usam só duas ou três formas, e ninguém se lembraria de dizer que isso é um problema para aquelas línguas" (ref. 5)



Resolução:

Na contra-argumentação, é preciso haver uma ideia sendo rebatida. Isso ocorre apenas na alternativa D, em que a ideia de que o paradigma verbal apresentado é pobre é contestada com exemplos de duas outras línguas com funcionamento similar nesse quesito.



Questão 1823

(Ueg 2017)

Considere o seguinte trecho:

“Os gramáticos e os sociolinguistas, cada um com seu viés, costumam dizer que o padrão linguístico é usado pelas pessoas representativas de uma sociedade. Os gramáticos dizem isso, mas acabam não analisando o padrão, nem recomendando-o de fato. Recomendam uma norma, uma norma ideal”. (ref. 1).

Sírio Possenti apresenta nesse trecho uma caracterização da atividade dos gramáticos. Para isso, o autor 

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Questão 1885

(UEG - 2015)

Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.

Ó formosura sem falha
que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
seja eu recompensado
vendo-vos só um instante.

De vossa grande beleza
da qual esperei um dia
grande bem e alegria,
só me vem mal e tristeza.
Sendo-me a mágoa sobeja,
deixai que ao menos vos veja
no ano, o espaço de um dia.

Rei D. Dinis CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.

 

Quem te viu, quem te vê

Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
[...]

Chico Buarque

 

A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte característica trovadoresca:

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Questão 2706

 (Ueg 2015)

Considerando o experimentalismo surgido com as vanguardas do século XX, constata-se que os poemas de Campos e Pontes são respectivamente   

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Questão 2756

(UEG - 2016)

Em termos verbais, o humor da tira é construído a partir da polissemia presente na palavra

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