(ENEM - 2014)
O texto introduz uma reportagem a respeito do futuro da televisão, destacando que as tecnologias a ela incorporadas serão responsáveis por:
estimular a substituição dos antigos aparelhos de TV.
contemplar os desejos individuais com recursos de ponta.
transformar a televisão no principal meio de acesso às redes sociais.
renovar técnicas de apresentação de programas e de captação de imagens.
minimizar a importância dessa ferramenta como meio de comunicação de massa.
Gabarito:
contemplar os desejos individuais com recursos de ponta.
A) INCORRETA: por mais que haja algumas citações aos "aparelhos do futuro", é mais fácil enxergar que o texto não menciona em momento algum os velhos aparelhos, sendo seu foco, de fato, a funcionalidade e as qualidades personalizadas dos novos recursos tecnológicos da televisão. Mesmo que a obsolescência dos aparelhos antigos esteja, sim, em jogo nesse trecho, não é uma informação central ou destacada, mas sim uma conclusão que depende de mensagens mais "subliminares".
B) CORRETA: O texto presente na questão introduz uma reportagem a respeito do futuro da televisão, destacando que as tecnologias a ela incorporadas serão responsáveis por contemplar os desejos individuais com recursos de ponta. O seguinte excerto resume essa afirmação: “Ela permite assistir ao que você quer, quando quer. A segunda tele é um tablet ou smartphone.”
C) INCORRETA: pois não se pode dizer que o aparelho televiso (aquele em que tradicionalmente são vistos os programas como jornais, novelas, etc.) é o principal meio de acesso às redes sociais. O que a campanha publicitária fala é um pouco diferente disso. O que está sendo dito, na verdade, é a ideia da "Nova TV", aquela em que você pode assistir os seus programas favoritos onde você quiser, seja em casa (através do aparelho televisivo tradicional), seja em deslocamento (através dos smartphones e tablets). Nesse novo universo, o aparelho de TV tradicional perde o protagonismo, pois o foco principal estará nos aparelhos de mídias sociais (telefones smarts, tablets, relógios inteligentes, etc.). Além disso, os antigos ouvintes da televisão saem de uma posição de ouvinte para uma posição de agentes, podendo comentar nas redes sobre o que foi visto.
D) INCORRETA: o texto não possui um enfoque na mudança do conteúdo transmitido pelos aparelhos de televisão, mas sim como que esses aparelhos de propagação de informação vão modificar no futuro. Tanto que, como exemplo, é demonstrado que as pessoas ainda continuarão assistindo televisão, mas vão utilizar as redes sociais para se engajar no que for transmitido.
E) INCORRETA: a todo o momento o autor destaca a importância das tecnologias de informação ao seu redor para a propagação de informação, nunca descaracterizando-as.
(ENEM - 2015)
Exmº Sr. Governador:
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[...]
ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame, proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha - um telegrama; porque se deitou pedra na rua - um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela - um telegrama.
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.
GRACILlANO RAMOS
RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.
O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o autor
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(ENEM - 2015)
Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos e eu parti.
Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha instalação.
Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, pintando-o jeitosamente de novidade, como os negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu desde muito tinha consolidado crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada, a cercar de aclamações o bombo vistoso dos anúncios.
O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o império com o seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda pelas províncias, conferências em diversos pontos da cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, caixões, sobretudo, de livros elementares, fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido concurso de professores prudentemente anônimos, caixões e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig, inundando as escolas públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas, em que o nome de Aristarco, inteiro e sonoro, oferecia-se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos confins da pátria. Os lugares que os não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita, espontânea, irresistível! E não havia senão aceitar a farinha daquela marca para o pão do espírito.
POMPEIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.
Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o narrador revela um olhar sobre a inserção social do colégio demarcado pela
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Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então apareceram os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcança.
BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evolutivo da história da humanidade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo manifesta uma percepção que
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(ENEM - 2015)
Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançado em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...]
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei furiosa. [...]
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem mais coisas ainda, minha queridinha”, anunciou Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis?
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a)
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