Questão 61850

(FATEC - 2001) Popular e patriótica, a sublevação de 1383 despertaria as tensões mais profundas da sociedade portuguesa na luta que se seguiu. De um lado, enfileiravam-se as tropas de Castela e dos senhorios mais poderosos. De outro, a burguesia mercantil, a pequena nobreza militar, o populacho das cidades e a arraia miúda dos campos. Os camponeses atacavam e saqueavam os castelos vingando-se da prepotência fidalga e da miséria. Mas a decisão da luta estaria nas mãos dos ricos burgueses de Lisboa e do Porto. Estimulados por Álvaro Pais estes abriram seus cofres. (...). Durante o ano de 1384, as forças do “Mestre”, aclamado “Defensor e regedor do Reino”, alcançaram inúmeras vitórias, apesar de atacados por terra e por mar.

Mendes Jr., Antonio – Brasil – Texto e Consulta. São Paulo, Brasiliense, s.d. v.1, pg. 47

O acontecimento descrito no texto é a:

A

Guerra dos Cem Anos.

B

Guerra da Reconquista.

C

Revolução Gloriosa.

D

Revolução de Avis.

E

Revolução da Santa Sé.

Gabarito:

Revolução de Avis.



Resolução:

a) Incorreta.  A Guerra dos Cem Anos ocorreu de 1337 a 1453 entre França e Inglaterra.  

b) Incorreta. A Guerra da Reconquista foi na verdade um longo período de embates, entre aproximadamente 722 e 1492 que buscava a retomada cristã da Península Ibérica tomada por muçulmanos.

c) Incorreta. A Revolução Gloriosa foi resultado da  chamada Revolução Inglesa, que tirou o trono de James II, em 1688.

d) Revolução de Avis.

Correta.  

Nota-se que este movimento consistiu em um conflito de ordem política e militar entre os anos 1383 e 1385, envolvendo o Reino de Castela e o de Portugal. Na década de 1380, Portugal era governado pelo rei D. Fernando I, pertencente à dinastia Afonsina. O rei português não era muito popular entre o povo desde que se casou com D. Leonor Teles. Nesse casamento, D. Fernando I teve apenas uma filha, a princesa Beatriz, oferecida em casamento para João I de Castela, rei de Castela, como forma de encerrar os conflitos entre Portugal e o Reino de Castela. Em 1383, D. Fernando I faleceu. Como não havia herdeiro direto, uma crise de sucessão iniciou-se em Portugal. A lei portuguesa determinava que a viúva do rei, D. Leonor Teles, seria a regente do reino até que o herdeiro de sua filha completasse 14 anos. No entanto, D. Leonor decidiu oferecer o trono português à princesa Beatriz, casada com o rei de Castela. Essa decisão trouxe profunda insatisfação para grande parte da sociedade portuguesa, incluindo a burguesia emergente do país, uma vez que colocava em risco a independência de Portugal. Como consequência desse descontentamento, eclodiu em Portugal uma série de revoltas populares com grupos rebelados conspirando contra D. Leonor. Com isso, diversos problemas surgiram e a sociedade ficou dividida entre a nobreza, que apoiava a união com o reino de Castela, e a burguesia e a pequena nobreza, que não deseja que tal união acontecesse. Nesse contexto, estes últimos (burguesia e pequena nobreza), apoiaram o irmão bastado de Dom Fernando I, João, que era conhecido como "Mestre de Avis", para reivindicar o trono, que deu início a uma série de conflitos. A Revolução de Avis é terminada com Dom João I sendo reconhecido como soberano de Portugal e Algarves e o início da dinastia de Avis no trono. A Revolução de Avis foi crucial para a história de Portugal, pois inaugurou uma dinastia que estabilizou a sucessão dinástica do país durante os dois séculos seguintes, consolidando a monarquia portuguesa. Foi importante também porque estabeleceu a independência de Portugal e colocou fim às constantes ameaças que o país sofria do Reino de Castela.

e) Incorreto. Não existiu nenhuma revolução conhecida como "Revolução da Santa Sé"



Questão 1809

(FATEC)

Identifique a frase em que a função predominante da linguagem é a REFERENCIAL:

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Questão 1835

(FATEC-2006)

 

Na ciência e na tecnologia o progresso é real, mas só faz aumentar o conhecimento e o poder do homem, e esse poder pode ser usado tanto para os mais benignos objetivos quanto para os mais desastrosos.

Quando o conceito de progresso é aplicado à ética e à política, ele é uma ilusão perigosa. Veja-se, por exemplo, o caso dos gregos e dos romanos antigos. É claro que eles acreditavam no desenvolvimento de novas ferramentas.

Mas eles não transferiam essa noção de progresso técnico para a ética ou a política. É óbvio, também, que eles acreditavam no bem e no mal, que as sociedades podiam ser melhores ou piores, e que a prosperidade é preferível à fome e à pobreza. No entanto, para gregos e romanos, os jogos da ética e da política estavam sujeitos a avanços e retrocessos. Ou seja, a história humana era cíclica, com diferentes períodos se alternando, como ocorre na natureza.

A ciência, no geral, chega mais perto da verdade do mundo que outros sistemas de crença, e nós temos testemunhado seu sucesso pragmático em aumentar o poder humano. Mas, do ponto de vista ético, o conhecimento é neutro, desprovido de valor - pode tanto nos levar a realizações maravilhosas quanto atender a propósitos terríveis. (John Gray, em Veja, 23 de novembro de 2005.)


Assinale a alternativa em que os trechos do texto, reescritos, apresentam pontuação, concordância e colocação de pronomes de acordo com a norma culta

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Questão 1836

(FATEC-2006) 

Os bem vizinhos de Naziazeno Barbosa assistem ao “pega” com o leiteiro. Por detrás das cercas, mudos, com a mulher e um que outro filho espantado já de pé àquela hora, ouvem.

Todos aqueles quintais conhecidos têm o mesmo silêncio. Noutras ocasiões, quando era apenas a “briga” com a mulher, esta, como um último desaforo de vítima, dizialhe: “Olha, que os vizinhos estão ouvindo”. Depois, à hora da saída, eram aquelas caras curiosas à janela. com os olhos fitos nele, enquanto ele cumprimentava. O leiteiro diz-lhe aquelas coisas, despenca-se pela escadinha que vai do portão até à rua, toma as rédeas do burro e sai a galope, fustigando o animal, furioso, sem olhar para nada. Naziazeno ainda fica um instante ali sozinho. (A mulher havia entrado.) Um ou outro olhar de criança fuzila através das frestas das cercas.

As sombras têm uma frescura que cheira a ervas úmidas. A luz é doirada e anda ainda por longe, na copa das árvores, no meio da estrada avermelhada. Naziazeno encaminha-se então para dentro de casa. Vai até ao quarto. A mulher ouve-lhe os passos, o barulho de abrir e fechar um que outro móvel. Por fim, ele aparece no pequeno comedouro, o chapéu na mão. Senta-se à mesa, esperando

. Ela lhe traz o alimento. – Ele não aceita mais desculpas... Naziazeno não fala. A mulher havia-se sentado defronte dele, enquanto ele toma o café. – Vai nos deixar ainda sem leite... Ele engole o café, nervoso, com os dedos ossudos e cabeçudos quebrando o pão em pedaços miudinhos, sem olhar a mulher. – É o que tu pensas. Temores... Cortar um fornecimento não é coisa fácil. – Porque tu não viste então o jeito dele quando te declarou: “Lhe dou mais um dia!”

 

(Dyonélio Machado, Os ratos.)

Leia o trecho: A mulher havia-se sentado defronte dele, enquanto ele toma o café. – Vai nos deixar ainda sem leite...

Assinale a alternativa que substitui o discurso direto pelo discurso indireto, sem que ocorram infrações da norma culta. 

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Questão 2093

(FATEC)

"Ela insistiu:
- Me dá esse papel aí."

Na transposição da fala da personagem para o discurso indireto, a alternativa correta é:

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